Cecília Narrando
Era manhã de sábado. Levantei cedo, fiz minha higiene pessoal, coloquei um vestido leve e desci para a cozinha. Tomei meu café, organizei tudo e peguei minha bolsa para subir até a mansão dos Conors.
Ao chegar lá, um dos vapores passou o rádio para o tal do Thor, e ele liberou minha entrada. Fui até a porta, que foi aberta por uma senhora que parecia ter uns 60 anos. Ela me recebeu com um largo sorriso no rosto:
— Bom dia! Você deve ser a dona Cecília?
— Bom dia! Sou eu mesma. E não precisa me chamar de dona, só Cecília está ótimo — respondi sorrindo.
— Entre e fique à vontade. Me chamo Minerva, vou chamar a dona Paola — disse ela, retribuindo o sorriso.
Entrei e fui até a sala. Era enorme, com móveis modernos e uma linda mesa de centro toda em vidro. Sentei no sofá e fiquei aguardando Paola. Alguns minutos depois, ouvi passos na escada. Era Thor. Ele me olhou e perguntou:
— Bom dia. Você é a Cecília?
— Bom dia. Sim, sou eu mesma. Vim porque ontem dona Paola foi até minha casa e me convidou para conhecer melhor a casa.
— Pode subir. Ela está no quarto esperando por você.
Apenas assenti com a cabeça e subi as escadas. O corredor era imenso, bem decorado com lustres e quadros que pareciam bem caros. Eu não sabia exatamente qual era o quarto, até ouvir uma voz feminina me chamando. Segui até onde o som vinha e encontrei Paola sentada em sua cama.
— Que bom que veio, Cecília. Estava te esperando. Sente-se — disse ela, fazendo um gesto para eu me sentar ao seu lado.
Sentei, e ela começou a me mostrar algumas fotos. Não entendi de imediato o motivo, mas permaneci em silêncio, apenas observando. Eram fotos de quando ela era criança, com seus pais, irmãos... Depois de um tempo, perguntei:
— Dona Paola, por que a senhora está me mostrando essas fotos?
Ela respondeu:
— Porque você vai trabalhar para mim, vai cuidar da minha filha. Quero que conheça minha família e também se sinta mais à vontade aqui.
Notei uma tristeza profunda em seu olhar, embora ela tentasse disfarçar.
— Quero que você se sinta parte da nossa família, porque depois que minha filha nascer, você vai passar a maior parte do tempo com ela.
Fiquei tão emocionada com aquelas palavras que meus olhos encheram de lágrimas. Então respondi:
— Muito obrigada por confiar em mim. Prometo que farei o meu melhor pela sua filha.
Mas minha curiosidade falou mais alto e perguntei:
— Dona Paola, percebi que enquanto mostrava as fotos, a senhora ficou triste. Aconteceu alguma coisa?
Ela começou a chorar e desabafou:
— Estou com um problema gestacional... o médico disse que depois do parto, ou poucos dias depois, eu posso falecer. E também há riscos da minha bebê não sobreviver...
— E o que mais me preocupa é o Thor. Sei que ele será o que mais vai sofrer com isso.
Fiquei em choque. Não esperava ouvir aquilo. Paola estava sofrendo calada e confiou essa dor a mim. A abracei forte e disse:
— Pode contar comigo. Se algo acontecer, eu prometo cuidar da sua filha como se fosse minha. Alguém mais sabe disso?
Ela balançou a cabeça negativamente:
— Não. Ninguém pode saber. Não quero ver ninguém sofrendo, pois isso só me deixaria pior.
Eu não entendia como ela conseguia guardar algo tão sério assim, mas respeitei. Não era meu papel revelar nada. Ela secou as lágrimas, se levantou e pegou minha mão.
— Vamos, quero te mostrar o quarto e as roupinhas da minha princesa.
Fui com ela até o quarto da bebê. Quando entrei, fiquei impressionada com tanto luxo. Nunca tinha visto um quarto tão lindo.
— O que achou do quarto da minha princesa? — perguntou ela.
— Nunca vi nada tão bonito assim — respondi, ainda maravilhada.
— Que bom que gostou. Venha, quero te mostrar as roupinhas.
Ela abriu a cômoda, e vi várias peças lindas. Enquanto observávamos, notei que, mesmo sorrindo, ela ainda acariciava a barriga com um olhar triste. Então perguntei:
— E o nome dela? Até agora não perguntei...
— Jasmin. Vai se chamar Jasmin.
— Que nome lindo!
— Obrigada. Eu e o Lorenzo escolhemos.
Passamos mais um tempo ali, e depois ela me chamou para descer e conhecer o restante da casa. Fomos andando por cada cômodo — todos mais lindos e luxuosos que o outro. Conversamos a manhã toda. Quando vimos, já era hora do almoço.
Fomos para a sala de jantar, e a mesa já estava posta. Sentamos e, logo depois, escutamos barulho de alguém entrando. Era Thor.
— Amor, vem almoçar com a gente pra conhecer melhor a babá da nossa pequena Jasmin — disse Paola.
— Já vou, só vou tomar um banho e já desço — respondeu ele, dando um beijo nela antes de subir.
Alguns minutos depois, ele voltou e se sentou conosco.
— Tô morrendo de fome! Vamos comer?
— Que falta de educação, Lorenzo! Nem cumprimentou a moça — reclamou Paola.
— Me desculpe — disse ele, vindo até mim. Pegou minha mão e me cumprimentou. Depois, sentou novamente.
Almoçamos e, em seguida, dona Minerva trouxe um pudim maravilhoso. Comentei:
— Dona Minerva é muito simpática.
Pela primeira vez, Thor se soltou um pouco:
— Ela trabalha comigo desde que eu era criança. Tenho ela como uma mãe.
Apenas sorri e continuei comendo. Depois de quase passar o dia inteiro com eles, resolvi ir embora. Quando estava saindo, Lorenzo me chamou:
— Cecília?
— Sim?
— Podemos conversar?
— Claro.
Ele me levou até o escritório e pediu que eu sentasse. Então começou:
— Sei que você será a nova babá da Jasmin, então queria conversar sobre o pagamento.
— Pode prosseguir.
— Todo mês você vai receber três mil reais. Está bom pra você?
Fiquei surpresa e emocionada com o valor. Respondi:
— Está ótimo. Muito obrigada pela confiança!
Acertamos mais alguns detalhes, me despedi de todos e, já na saída, ouvi alguém me chamar. Era um dos vapores, o mesmo que tinha curtido minhas fotos. Perguntei:
— Aconteceu alguma coisa?
Ele respondeu:
— Não. Só queria te oferecer uma carona até em casa.
— Obrigada, mas eu tenho pernas. Posso ir sozinha — respondi com um sorrisinho.
Virei e fui andando. Desci o morro — morava a quatro quadras da mansão. Quando cheguei em casa, já eram oito da noite. Pedi um lanche, comi, tomei banho e, depois de um dia tão intenso, resolvi dormir mais cedo.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
anônima15
sei que nem cheguei na metade da história ainda mais não tou gostando pois o Lorenzo ama sua esposa ela e uma boa pessoa e vai morre só pra a babá pode namora ele que triste pq não colocou uma mulher mal que ele nem amaria affs
2024-08-25
3
Andreia Guimarães Da Silva
olha não tem graça ela escolher quem vai ficar com a filha e o marido e nem procurar uma segunda opinião sobre o parto e não conta pro Thor nada e estranho
2023-06-04
2
Regivania
ela não contou a história da família dela para Cecília
2023-05-25
1