Cecília Narrando
O dia clareou. Levantei, fiz minhas higienes matinais, tomei meu café da manhã e vesti uma roupa leve, já que iria passar o dia em casa.
Preparei meu almoço fitness, porque, mesmo sendo humilde, sempre me cuidei e fazia academia. Não tinha amigas aqui no morro, pois a maioria das meninas eram metidas e arrogantes. Pensei em ligar para a minha mãe e convidá-la para ir ao shopping comigo, já que hoje eu receberia meu acerto.
O salão onde eu trabalhava acabou fechando, então estou, mais uma vez, desempregada.
Liguei para minha mãe, e logo ela atendeu.
— Oi, mãe. O que a senhora vai fazer hoje no final da tarde?
— Oi, filha. Não tenho nada em mente. Tá pensando em algo?
— Vamos ao shopping comigo? Vou receber o acerto hoje e queria comprar umas coisinhas.
— Ok! Vamos sim. Passo aí às 18h.
— Tá bom.
Encerrei a ligação.
Depois disso, fui tirar meu cochilo da tarde. Programei o celular para despertar às 17h. Assim que despertou, fui tomar banho, coloquei uma roupa simples e confortável, uma sandália, passei uma make leve e fiquei esperando minha rainha chegar.
Quando deu 18h, minha mãe bateu na porta. Saí, entrei no carro dela e partimos rumo à saída do morro. Chegando lá, um menino branco parou o carro da minha mãe. Ela abaixou o vidro.
— E aí, Cecília. Estão indo pra onde?
— Oi! Estamos indo ao shopping, mas logo voltamos. Quer falar de algum assunto sério?
— Quero trocar um papo contigo. Assim que chegar do asfalto, sobe lá na boca.
— Ok. Assim que chegar, subo lá.
Depois de falar com o Marcos, seguimos para o asfalto. Chegamos ao shopping e fui direto ao salão onde eu trabalhava. Recebi meu dinheiro e fui com minha mãe para as lojas. Comprei vários looks, já que, todo final de semana, rola festa no morro – apesar de eu quase não ir.
Depois das compras, fomos ao Madeiro, um restaurante bem sofisticado, com um ótimo cardápio. Comemos e voltamos para o estacionamento. Assim que entramos no carro, minha mãe perguntou:
— O que será que o Marcos quer contigo?
— Não sei, mãe... Mas não deve ser nada grave.
— Tome cuidado, minha filha. Pode ser perigoso. Não quero minha princesinha envolvida com nada errado.
— Fica tranquila, mamãe. Eu sei me cuidar.
Dei um beijo nela, e voltamos para o morro. Ela me deixou em casa, peguei as sacolas e entrei. Deixei tudo no sofá e logo subi para a boca do morro. Chegando lá, me anunciaram, e o MC liberou minha entrada. Caminhei pelo corredor até a porta com a plaquinha com o vulgo do Marcos. Bati, e ouvi um “Entra”. Entrei. Ele me mandou sentar. Relutei um pouco, mas sentei.
— O que queria falar comigo?
— Então, Cecília... A fiel do Thor tá pra ganhar neném, e ele me pediu pra arrumar uma babá. Alguém que dê assistência pra Paola depois do parto. Como soube que você tá desempregada há algumas semanas, resolvi te chamar. Sei que você é de confiança.
— É uma ótima oportunidade... Mas é pro Thor? Ouvi boatos de que ele é bruto e maltrata funcionárias.
— Sempre tem os falador. Mas dou minha palavra: ele é de confiança. Jamais maltrataria uma empregada, ainda mais sendo a babá da pequena Jasmin. E posso te garantir que o salário é bom.
— Vou confiar na sua palavra. Mas se ele fizer qualquer gracinha, eu saio e não volto nunca mais.
— Fechou então. Amanhã te mando mensagem pra subir lá, conhecer a casa e a dona Paola.
— Ok. Aqui está meu número. Pode me chamar de Ceci. Até logo.
Saí da sala dele e voltei pra casa. No dia seguinte, seria a primeira vez que eu iria conhecer a mansão dos Conors, então precisava descansar.
Tomei um banho, desci pra cozinha, preparei um omelete com salada e fui pra sala. Liguei a TV, coloquei uma série e comecei a comer. De repente, escutei uma batida na porta. Levantei e fui atender.
Quando abri, vi uma menina que parecia ter minha idade. Negra, com cabelos cacheados e o corpo bem definido. Ela me olhou e perguntou:
— Posso entrar? Preciso conversar contigo.
— Pode entrar, sim... O que será que ela quer comigo? – pensei.
Ela entrou e eu disse:
— Pode falar. O que quer conversar?
— Então... Vi que hoje você subiu até a boca do morro. Também sei que só tava o MC lá. Queria saber o que você foi fazer lá.
— Foi ele quem me chamou. Disse que precisava falar comigo. Que menina louca... – pensei.
— E o que ele queria de tão importante, que teve que ser na sala dele?
— Me falou que o Thor tá procurando uma babá pra filha que vai nascer. Pensou em mim e me ofereceu a vaga. Aposto que ela achou que eu tava dando em cima do macho dela... – pensei.
— Nossa... agora não sei onde enfiar a cara. Achei que você era mais uma dessas do morro dando em cima dele. Apesar de eu saber que ele jamais me trairia. Me desculpa pela minha indelicadeza.
— Sem problemas. Não tô à procura de homem, ainda mais se for de outra. Jamais faria com alguém o que não quero pra mim.
— O que acha de irmos tomar um sorvete amanhã e conversar mais? Gostei de você. Acho que seremos unha e carne. Mas que falta de educação a minha... Nem perguntei seu nome.
— Meu nome é Cecília, mas pode me chamar de Ceci.
— Combinado! Amanhã passo aqui às 20h pra te pegar. Ah, e meu nome é Melissa.
— Muito prazer, Melissa. Combinado, então. Te levo até a porta.
Levei Melissa até a porta. Nos despedimos com um abraço apertado. Ela subiu em sua moto e desceu em direção à base do morro. Voltei pra sala, peguei o prato, lavei a louça, dei uma organizada na casa e voltei pra sala.
Peguei meu celular, olhei a hora: ainda eram 22h. Tinha um tempo até o sono bater. Subi pro quarto e fiquei mexendo nas redes sociais. Tinha várias curtidas de um dos vapores do Thor no meu Instagram, mas nem liguei. Não tô interessada em homem. Levantei, fui ao banheiro escovar os dentes, depois voltei pra cama. Me deitei... e logo peguei no sono.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Dayane Rosa
começando a ler dia 26/07/2025
2025-03-26
0
jeovana❤
que louca essa melissa
2024-12-20
1
Salete Pereira
tô gostando
2024-07-17
1