O Duque cerrou os punhos com determinação.
— Eu estava em apuros, a menina sofreria o indizível se Flávia descobrisse, ela a mataria, já as filhas que eu tinha com minhas outras concubinas eram agredidas por aquela mulher louca, imagino o que sofreria uma menina não reconhecida e que ninguém sabe que era minha filha, mas felizmente, Celia não se parecia em nada comigo, era a viva imagem de Mariana, era uma donzela muito bela, não tive coragem de levá-la a um orfanato, não queria deixá-la com outras pessoas, temia que lhe fizessem mal, que ao saberem que é uma menina sem proteção abusassem dela, então…
— Celia, minha pequena, eu te coloquei como a criada de Alessa, e disse parte da verdade, que você era filha de uma empregada que faleceu, mas não disse que você era minha filha para que não te machucassem, fiquei muito emocionado que vocês se dessem bem imediatamente, Flávia me reclamava que Alessa te ensinasse a ler, a escrever, mas eu estava feliz, me orgulhava que você aprendesse tudo, e poderia te tirar daquela casa para que você vivesse feliz, mas quando soube que Alessa te havia levado com ela, me alegrei, Flávia nem sequer se sentiu incomodada com a sua partida, nunca imaginou que você fosse minha filha, mas isto acaba aqui, já não penso em me separar de vocês, antes de vir, enviei minhas outras concubinas com suas irmãs, com um tio meu no império do sul, o homem me odiava por não ter assassinado Flávia, mas eu não podia, eu tinha vocês, se me prendessem, vocês estariam desprotegidas.
— Eu não vou, minha mão direita, Richard, está vendendo as propriedades, meu pessoal está vindo para o arquiducado do norte, meu genro me deu umas terras, e eu vou me divorciar de Flávia, e eu não a suporto, o Duque Tracen também me apoia, Lady Ciara me contatou para me dar seu apoio, e pressionarão para que eu me divorcie, eu ficarei com vocês, Flávia terá uma casa e dinheiro, mas ficará sozinha, não quero estar longe de vocês, suas irmãs eu vou trazer comigo depois, ainda quero ver onde me estabelecer, agora com o apoio do meu genro, posso lutar contra os imperadores e essa ladina, agora posso lutar com ela, graças a você Alessa, tenho um aliado que nos libertará dessa mulher — disse o Duque Duncan, com decisão, já não poderia continuar abaixando a cabeça, agora que via Draco e Alessa tão fortes, ele já não recuaria, e igual não o faria ainda que Alessa o rejeitasse.
As meninas estavam petrificadas diante do que seu pai contou, tudo o que ele havia tido que passar por culpa de Flávia e também dos imperadores.
— Pai…, Não…, você não disse nada nunca, sempre parecia estar do lado dela, se você tivesse me dito eu… — Alessa tentava replicar, mas seu pai a interromperia.
— Alessa, filha, qualquer demonstração de carinho ou preferência por você, era motivo para que ela tentasse te machucar, a única forma que encontrei para que ela não passasse dos limites com você, foi quando levei Magenta quase um mês, ela estava desesperada e jurou não te machucar de forma maliciosa, mas ainda assim, ela continuava sendo hostil com você, filha, não pretendo que me perdoe por ter sido um homem frio com você e sua irmã, só quero que saiba que te amo com todo o meu coração, e a pequena Celia, quem sempre demonstrou ser uma lutadora.
— Quando soube, que as prometidas do Arquiduque do Norte, eram levadas para longe e eram felizes, que as tiravam para que encontrassem seu destino e felicidade, propus que te enviassem como sua prometida, só queria te tirar de casa, sabia que Magenta e sua mãe te fariam a vida impossível assim que ela se tornasse a princesa herdeira, só que, não esperava que o Arquiduque se apaixonasse por você e se casasse com você, ainda que não me surpreenda, sempre foi a menina mais bela do reino, amável, gentil e doce, tão parecida com sua mãe — disse o Duque com um sorriso amargo.
— Minha pequena Celia, sei que os presentes que te enviava dizendo que era de um tio que vivia muito longe, eram pouco para o que você merecia, mas minha menina, não podia dizer sua origem, sua vida correu perigo o tempo todo — disse o homem recordando o rosto de felicidade da menina quando os recebia, ainda que ela pensasse nesse tio distante, seu pai só podia ver em silêncio sua felicidade, nem um abraço, nem um carinho, não podia amar sua filha de frente, sempre em silêncio, assim como amava Alessa.
Celia começou a chorar, se deu conta de que esse tio distante lhe mandava presentes em seus aniversários, ela sempre lhe escrevia uma carta para que o Duque a enviasse, quando se inteirou de que o Duque era seu pai, ela enviava sua carta com envelope duplo, mas agora sabe que seguramente, ele abriu suas cartas e as leu para saber o que ela lhe dizia a esse homem que supunha ser o parente mais próximo.
Celia o olhava chorosa sem poder deter suas lágrimas.
— Duque, você devia ter dito algo, uma pista — disse ela entre soluços, a história de seu pai era tão dolorosa e triste.
O Duque só baixou a cabeça, não podia colocá-las em mais perigo do que já estavam.
— Celia, quando soube, o que Flávia intentava contra Alessa, não queria imaginar sequer o que ela faria contra você, era a mais desprotegida nessa casa, mas Alessa fez muito bem cuidando de você, ainda que só se separem por meses, agora sabem que não foi por minha vontade, nenhuma de minhas filhas nasceu por meu gosto, mais se Alessa, ela foi quem eu esperava com ansiedade, isso a Flávia deixava louca — disse o homem enquanto Alessa chorava em silêncio, não podia acreditar que todo este tempo seu pai sofria, se angustiava em silêncio, guardava todo seu amor e medos em total silêncio, devia ter sido muito duro para ele.
O Duque decidiu dar-lhes tempo para que elas conversem, se acalmem, só queria dizer sua verdade, e que elas decidam se querem se aproximar mais dele, e decidiu sair.
— Minhas meninas, penso que devo me retirar, só quero que saibam, que agora que vocês estão em segurança e suas irmãs pequenas também, eu estou para vocês — disse o homem se pondo de pé para sair do lugar, assim que se aproximou da porta, escutou algo que a encheu de alegria.
— Pai, não vá — disse Celia se aproximando dele com ímpeto.
O Duque se virou para ver a pequena Celia se lançar em seus braços com um choro desesperado, ela ansiava ter um pai, alguém que a cuide e o havia tido o tempo todo, só que, em silêncio, ela não sabia, mas o homem cuidava dela desde as sombras.
O Duque não aguentou mais e a abraçou com carinho, era a primeira vez que Celia o chamava assim, mas agora ele não tinha medo de que o fizesse, já não temia por sua pequena Celia, estava casada com um forte Duque, com um homem que a ama e se nota.
Alessa correu e abraçou seu pai se unindo ao abraço, não podia negar que estava feliz de saber do amor que lhe tinha esse homem, de quanto havia amado sua mãe.
— Pai, obrigado por nos cuidar e obrigado por me enviar aqui, sou muito feliz, encontrei meu amor e meu lugar, te agradeço de coração — disse Alessa enquanto esconde seu rosto choroso no peito de seu pai, quem chora comovido, suas meninas estão por fim com ele, recuperou Magenta da influência insidiosa de Flávia, nada podia ser melhor.
Nota, quero me desculpar por não atualizar na última semana, mas as coisas não foram muito fáceis, minha licença por luto me custou muito trabalho acumulado, além das reuniões familiares e o tema dos rituais depois do velório, na minha família são vários, desde lavar a roupa do ser querido que nos deixou, organizar suas coisas, e vários rituais mais, mas já estou menos conflituada, agora estou me acomodando.
Já atualizarei mais seguido, então obrigado pela paciência.
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Atualizado até capítulo 50
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