Capítulo 4

O Duque toma coragem e olha para as filhas que o observam de boca aberta, não conseguem acreditar no que ouvem, sabem que Flavia era uma mulher má, mas tudo isso é uma revelação.

— Foi assim que Flavia fez um escândalo de tudo o que tinha acontecido, eu expliquei aos imperadores mil vezes que não me lembrava de nada, o pai de Flavia sempre foi um marquês rico, com muita influência e o imperador tinha um pouco de medo dele, já que fazia negócios obscuros com ele, então quando concordei, já tinha sido estabelecido que, para salvar a honra de Flavia, me casaria com ela.

— Neguei-me tanto quanto pude, mas tanto o imperador quanto o marquês, encurralaram meu pai fazendo com que ele adoecesse por causa da situação e da pressão, foi então que tive que me resignar e aceitar esse compromisso.

— Alma estava decepcionada comigo, não queria saber de nada, não me dirigia a palavra, viajei muitas vezes para falar com ela, mas seu pai já não deixava que eu a visse, estava tão chateado e para piorar depois de me casar com Flavia, ela veio com a notícia de que estava grávida, já tinha passado um mês e meio desde o acontecimento, então era óbvio que o pai seria eu, e assim foi, quando Magenta nasceu tinha a minha mesma marca de nascença, não podia negar, não podia dizer que tinha sido uma total fraude, no entanto, neguei-me a estar com ela, nunca mais a voltei a tocar, foi então que consegui a permissão do Arquiduque Weerwolf, sim, o homem que deu o apelido a Draco, ele ajudou para que eu convencesse o imperador e também o pai de Alma para que ela fosse minha concubina, ainda que ela estivesse chateada e não quisesse, eu a trouxe apesar de tudo, não podia estar sem ela, e foi assim que ela entrou na casa.

— Tua mãe, era o amor da minha vida, minha querida Alessa, tentei divorciar-me de Flavia, mas nunca consegui, a Imperatriz do imperador me tinham encurralado, eu já tinha tomado o Ducado sob o comando ante a delicada saúde do meu pai e cada vez que tentava afastar essa mulher, eles me faziam as coisas difíceis, inclusive se atreveram a ameaçar Alma, foi então quando me dei conta de que eu tinha mostrado minha fraqueza, e minha fraqueza era minha amada concubina.

— Passou o tempo e minha Alma engravidou de ti, eu estava tão feliz, no entanto, Flavia a odiava de morte, estava indignada, mas isso a mim não me importa, eu a protegia quanto podia, foi uma noite que enquanto tua mãe estava com problemas por sua gravidez, jantei sozinho como todas as noites, não queria nem vê-la, era uma mulher maliciosa, intrigante, sempre armando armadilhas, sempre fazendo com que as pessoas sejam infelizes, isso realmente me repugnava, como poder amar uma mulher assim, como poder-te apaixonar por uma mulher tão fria e sem coração como Flavia?, no entanto, quando me dirigia ao meu quarto, comecei a sentir calor, reconhecia, tinha me acontecido o mesmo na noite dos aniversários do imperador.

— Como pude fui correndo onde minha amada Alma, ao me ver se deu conta do que me estava acontecendo, foi nesse momento quando eu queria desaparecer, lhe disse que chame um dos guardas e que me tranque longe, que me joguem um rio gelado para que me passe, no entanto, ela sabia que podia ter consequências, poderia inclusive criar algum problema na minha intimidade ou na minha fertilidade, então ela chamou uma das suas empregadas, Mariana era uma das suas donzelas que a tinha servido desde que eram meninas, era uma jovem muito agradável e boa.

— Ela me levou a um pequeno armazém atrás da mansão, eu tinha perdido a consciência, quando acordei, me dei conta de que estava sozinho e nu, ainda que não havia ninguém, sabia que algo tinha acontecido, quando falei com Alma, ela me disse que pediu à sua donzela que me ajude com minha situação, tua mãe deixaria que passe qualquer coisa menos que Flavia volte a meter-se na minha cama, essa satisfação não lhe daria, mas Mariana desapareceu um par de meses depois.

— Não soube da sua gravidez, ainda que Alma o soubesse, mas não me disse nada, suponho que para proteger Mariana à menina, minha querida, Alessa, tu nasceste e me custava protegê-la cada vez mais, tanto assim que coloquei uma mercenária como serva da minha amada para que não a machuquem, mas a imperatriz a acusou de ser uma assassina infiltrada para assassinar a Duquesa, ainda que já tinhas quatro anos quando isto aconteceu, Flavia aproveitou para envenenar pouco a pouco Alma, eu não o sabia, estava tratando de cuidá-la, mas um dia, estava em uma reunião convocada pelo imperador, me dei conta de que era uma reunião absurda, já que era a imperatriz que tinha convocado essa reunião para falar de uma bobagem, quando voltei, tua mãe agonizava, lhe tinha dado uma alta dose, o médico disse que era uma doença misteriosa, mas eu sabia que ela estava envenenada, todos diziam o contrário, porque estavam com Flavia e a imperatriz.

— Depois da sua morte, tomei concubinas, Flavia estava indignada, mas recorri ao meu direito legítimo de ter 5 concubinas, e assim foi, nem sequer a imperatriz pôde negar-se, mas ela tinha outros problemas para então, ela perseguia o filho da primeira concubina do imperador, me dei conta de que Gerión Trample, tinha estado fazendo tudo o que a imperatriz pedia para proteger seu primogênito, ao menino de 9 anos que tinha tido com Alba, uma mulher formosa e sofisticada, Renan tinha a tua idade, assim que as coisas eram muito difíceis, ao seguinte ano uma menina chegou à minha porta, a mulher que a trouxe era uma vizinha de Mariana em um povoado afastado, tinha uma carta, e a menina de 5 anos estava delgada, frágil e sozinha, uma terrível idade para perder uma mãe, mas aí me indicam algo que me dilacerou a alma, dizia que Celia era minha filha.

— Pude comprovar que era certo quando vi sua marca, minha marca de nascimento, a mulher que a trazia não se via muito decente, pediu dinheiro por tê-la deixado nas minhas mãos, além disso, Celia tinha medo dela, era óbvio que tinha sido maltratada.