Capítulo 3

Na hora do almoço, os 4 Alfas se reuniram, Celia, Alessa, Draco e o Duque Duncan, eles comiam tranquilos e animados, enquanto conversavam, embora Alessa e Celia não dessem muita importância aos comentários de seu pai, mas era algo que Draco solucionaria, ele devia fazer com que as irmãs se sentassem junto ao pai e falassem diretamente, o homem devia contar sua verdade, devia dizer tudo o que tinha acontecido durante todo este tempo e isso ele faria depois do almoço, antes do baile, assim as meninas saberiam que também deviam proteger aquele homem, que as amava com todo o seu coração, no entanto, não podia demonstrá-lo, não havia podido fazer muito por elas, mas agora, estava decidido, se fosse necessário ficar no arquiducado do Norte para estar com suas filhas, ele ficaria, mesmo que Flavia desse um chilique.

O Duque Duncan se encheu de coragem em um momento determinado, buscando o apoio de seu genro, olhou para as meninas e decidiu falar.

— Arquiduque do Norte, quero solicitar permissão para poder falar com minha filha e com Celia, que também é minha filha, preciso ter uma conversa em privado, se puder me fornecer um lugar com essas características, eu agradeceria muito, desde que elas aceitem — disse olhando timidamente para suas filhas, que se entreolharam confusas.

— Claro que sim, Duque, desde que elas aceitem esta conversa, eu lhe proporcionarei uma sala muito privada onde possam conversar tranquilos, minha tia Mary se encarregará disso — disse Draco enquanto limpava o canto dos lábios e deixando os talheres de lado.

Alessa e Celia se olharam, uma para a outra, não sabiam o que dizer, no entanto, Alessa como auto reflexo olhou para Draco, que assentiu, indicando que ela devia ter uma conversa com seu pai, Celia ao perceber isso, olhou para Jordán, que somente lhe deu um sorriso cálido, dando-lhe ânimo para enfrentar de uma vez sua família, sua vida e tudo o que tinha acontecido durante todo este tempo.

— Pai, falaremos com você, espero que sejam coisas relevantes e não somente comentários ao acaso, agora que sou a arquiduquesa, espero que o repentino interesse não se deva ao meu novo título — disse Alessa com indiferença, enquanto corta seu filé.

— A conversa será sobre algo importante, filha, entendo que não confie em mim, mas somente me permita explicar-me — disse o Duque baixando a cabeça, enquanto isso, Celia somente piscou e olhou para um lado, não sabia o que sentir por aquele homem, que, embora agradecesse que a tenha tirado da rua e levado para sua casa, o havê-la ignorado e tratado como uma desconhecida durante toda sua vida doía.

Depois do almoço, Mary acompanhou os três a um estúdio privado, que ficava no fundo da mansão, era um lugar silencioso, onde somente havia guardas do arquiducado, os enormes homens musculosos com olhares afiados se inclinaram imediatamente ao ver Alessa e saudaram com prontidão.

— Saudações à Ninfa, Imperatriz, saudações à Lua da alcateia, Lua Negra, Arquiduquesa, bem-vinda — disseram eles fazendo uma reverência inclinando-se para frente, enquanto que Alessa somente assentiu com a cabeça e replicou.

— Boa tarde, soldados, obrigado pela recepção, tenham uma agradável tarde — disse ela entrando no lugar, enquanto que os soldados sentiam seus corações se encherem de emoção e felicidade, a Arquiduquesa era sempre tão amável, tão considerada com todo o mundo, nunca pensava que as pessoas estavam ali por obrigação, mas sim que agradecia suas presenças o tempo todo.

Assim que entraram na sala, a porta foi fechada por Mary deixando-os os três sozinhos no lugar, Alessa com elegância e doçura olhou para o homem que tinha na frente dela e com a mão indicou uma das poltronas.

— Pai, pode se sentar, já que quer falar conosco, o escutamos — disse ela sentando-se e Celia imediatamente se sentou ao seu lado esperando o que o Duque Duncan tinha a dizer.

O homem se sentou nervoso e esfregava suas mãos na calça tentando limpar o suor que o atormentava, devido aos nervos, no entanto, com um grande suspiro, tomou coragem e começou a contar.

— Há 20 anos, eu ainda era somente o filho mais velho do arquiduque Duncan, meu pai, e estava buscando uma prometida para mim, no entanto, eu, já havia me apaixonado por uma bela jovem que era filha de um arquiduque do império do Norte, ela era bela, era doce e amável, nos apaixonamos à primeira vista em um baile ao qual eu assisti no país vizinho, no entanto, ela, ao ser a filha de uma concubina, foi rejeitada pela minha família no princípio, no entanto, insisti, roguei ao meu pai, me humilhei, inclusive estava por renunciar à minha herança como o Duque Duncan e a todo o território, foi então que meu pai aceitou e eu tinha cinco dias para fazer a proposta.

— Estava emocionado, mandei uma carta à minha amada Alma com a felicidade de que minha família havia aceitado nosso compromisso, foi então quando houve uma festa no império, no palácio imperial, estava-se festejando o aniversário do imperador, quando fui, eu estava feliz, não me importava nada, somente cumpria com o compromisso de assistir à festa.

— Nesse momento em que eu conversava com o imperador, a Imperatriz me apresentou a Flavia, a mãe de Magenta, eu não lhe dei importância, só tinha olhos para minha querida Alma, no entanto, mediante o imperador estivemos um tempo conversando, então quando eu conversava distraidamente, alguém me passou uma taça de vinho, a qual tomei sem advertir o que estava acontecendo ao meu redor, não recordo mais que ter estado caminhando para a saída para me retirar para minha casa, só abri os olhos no dia seguinte, estava perdido, não recordava nada, tinha uma terrível dor de cabeça e estava em um lugar estranho, quando vi ao meu lado era ela, era Flavia quem estava ao meu lado nua com um sorriso tímido enquanto tentava cobrir sua nudez e as marcas em seu corpo, o entendi, havia me armado uma armadilha e obviamente ia ter consequências.

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