Quando o recreio terminou, eu e a Brenda voltamos para a sala, haviam cinco fileiras, e eu me sentava na primeira carteira da segunda fileira e a Brenda sentava ao meu lado, o Anthony se sentava a minha direita, a fileira que estava encostado a parede, mas ele estava atrás de 4 carteiras.
E aula que teríamos naquele momento era de História, era uma das disciplinas que eu mais odiava, a disciplina em si não é ruim, mas por causa do professor, eu passei a odiar.
Enquanto o professor explicava a aula, que na verdade não estava entendendo nada, estava pensando no Anthony.
Imaginei eu e ele, andando de mãos dadas a beira mar, rindo e falando um para o outro quanto a gente se ama. Eu sei que ainda é muito cedo para ir por esse caminho, mas fazer o que né? Isso é amor.
E naquele momento, estava quase imaginando a gente se beijar, mas... de repente ouço alguém gritando o meu nome...
- LUNA! - Fiquei toda assustada com o grito do professor. - Se quer dormir, aqui não é lugar pra isso. - Ele diz.
Aquilo me deixou obviamente estressada... Qual é desse professor? Odeio ele... É proibido por acaso sonhar acordada? Que saco. Me posicionei na cadeira, e olhei para trás, olhando pro Anthony, os seus olhos se encontraram com os meus, e durante alguns segundos, ficamos nos olhando. Naquele momento, não pensava em mais nada, não tive medo de olhar para ele, apenas queria continuar observando aquela paisagem linda que era o seu rosto. Aquela hora, não sei se eu estava delirando ou algo do tipo, mas acho que vi ele abrir um meio sorriso, e quando ele faz isso, ele desvia seu olhar.
Quando me virei novamente para prestar a atenção na aula, vi que o professor estava bem a minha frente, tão perto do meu rosto mesmo. Me assustei com a cena, que quase gritei.
- Por acaso a menina está bem? - Ele pergunta, posicionando sua postura.
- Cl-claro professor, estou perfeitamente bem. - falo quase gaguejando.
- Mas a menina não me parece bem. Primeiro esteve a dormir, depois esteve a olhar não sei onde.
- Ah não professor, garanto que isso já não volta acontecer.
- Acho bom mesmo, senão terei que expulsá-la da sala. - Ele fala sério e pela voz noto que estava irritado.
Quando ele diz aquilo, me mantenho em silêncio e presto a devida atenção dessa vez.
Depois de mais algum tempo, todas as aulas já haviam terminado e estávamos liberados para ir pra casa, finalmente...
No momento que eu arrumava os meus materiais, fiquei observando o Anthony saindo, ele estava como sempre: mãos no bolso e com uma cara nada amigável, o que na verdade achei sempre fofo. Pensei em ir falar com ele, mas achei melhor deixar pra outro dia, porque não quero que ele ache que sou um pé no saco. Enquanto isso, fiquei conversando com algumas amigas, incluindo a Brenda.
Quando terminamos de falar, sai da escola e fui pegar o meu irmãozinho na creche. Ele se chama Luca, e tinha dois anos. Como a minha mãe ficava ocupada no trabalho, e o meu pai... Bom, se ao menos eu o conhecesse, talvez falaria dele...
Eu moro com a minha mãe, meu padrasto e o meu irmão. Nunca cheguei a conhecer o meu pai biológico, e sempre que eu perguntava a minha mãe sobre ele, ela sempre fazia de tudo para fugir do assunto e então deixei assim. De todo modo, não é tão ruim viver com um padrasto. Pelo menos o Ben... É assim que se chama o marido da minha mãe, sempre foi muito bom comigo.
Carinhoso, atencioso e também exerce muito bem o seu papel de pai.
- Olá Mônica. - cumprimento a empregada sorrindo para ela.
- Olá querida, como foi a escola? - Ela me devolve o sorriso.
- Foi boa.
- Que ótimo querida, mas e esse sorriso hein...? - Ela me olha desconfiada.
- Ah Mônica, não é nada demais, apenas conheci pessoas novas, só isso.
- Hum sei ... - Ela me olhou mais desconfiada ainda.
- Tá bom! Eu conto pra você o que realmente aconteceu. Mas primeiro, eu vou tomar um banho . - A Mônica sabia que eu gostava do Anthony. Na verdade ela sabia 99% das coisas que eu faço e me acontecem, ela é como uma segunda mãe para mim, já que a minha mãe passava muito tempo no seu trabalho.
Quando tomei o meu banho demorado, fui comer meu almoço e contei tudinho que aconteceu hoje.
Depois fiquei vendo minhas redes sociais... Encontrei várias mensagens de garotos, colegas e da minha mãe, e entre elas o da Brenda também.
Ela disse na mensagem que virá mais tarde aqui em casa para vermos um filme e conversarmos.
Eu até podia ser super popular e tal, mas eu não tinha vários e vários amigos. A única pessoa na qual eu tinha mesmo como amiga do coração era a Brenda.
Por isso, as únicas mensagens que respondo são os da minha mãe, meu padrasto e da Brenda. Algumas eu realmente não dou a mínima, principalmente de rapazes. E Naquela tarde depois que a Brenda chegou, ficamos vendo TV e comendo pipocas e várias outras besteiras.
...Anthony...
Depois da escola, fiquei pensando no que aconteceu hoje, e o motivo de ficar pensando, foi a Luna!
É estranho. Ela é estranha, não sei como mas ela me tira do sério. E eu acho que por causa desse facto, eu sentia uma vontade imensa de puder observá-la... De qualquer forma, só espero que ela possa me deixar em paz, e que ela pare de olha pra mim durante a aula.
Eu pensei em sair essa tarde, mas bateu uma forte preguiça, então decidi ficar mesmo em casa. Quando minha mãe chegou do trabalho, ficou fazendo perguntas de como foi a escola hoje. E como sempre tive que lhe dar satisfações, também contei-lhe do Marco. Ela ficou tão feliz que pediu que um dia eu o levasse cá em casa. Quanto a nossa vizinha ao lado, preferi não contar nada, porque do jeito que conheço a minha mãe, ia logo dizer pra eu tentar ser amigo dela.
[...]
Eu já estava na escola no dia seguinte, e quando entrei na sala, vi a minha vizinha conversando com alguém, e aquilo me fez lembrar de ontem, quando ela veio com aquela pergunta estúpida "se eu tinha fome". enquanto pensei nisso, sem eu perceber, soltei um leve sorriso.
Mas tão logo eu me apercebi, parei logo com aquele sorriso. Foi uma situação tão inesperada que fiquei até com raiva do porquê eu estava sorrindo.
Enquanto isso, vi que no meu lugar de sempre estava ocupado. E quem estava no meu lugar era... o Marco?
- O que você está fazendo aqui?
- Pergunto pra ele confuso.
- Agora eu pertenço a essa sala, pedi pra ser transferido aqui . - ele diz, com um sorriso muito largo. Eu claramente não queria me zangar com ele, por isso dei de ombros e reclamei apenas o meu lugar.
- Se você foi transferido, pra mim tanto faz, eu quero apenas o meu lugar. - Digo pra ele.
O mesmo se levanta e olhava em volta procurando onde se sentar. Indiquei para ele um lugar a minha esquerda, fileira que era o da Luna. Ficamos batendo uns papos, mas depois de alguns minutos, a aula começou.
E durante a aula, o Marco ficou me jogando papel pra eu ler, mas que desgraçado.
- Ei Anthony, você sabe quem está aqui?
- Não quero saber. - escrevo, jogando o papel de volta pra ele.
- São simplesmente as garotas super populares aqui da escola, a Luna e a Brenda. Ele me jogou o papel de volta.
- E o que queres que eu faça com isso?
- Claramente nós temos que falar com elas. - Ele escreve.
- Talvez, um dia desses.- Joguei o papel de volta pra ele. E o professor viu aquilo e mandou-nos levantar
- Meninos, querem compartilhar com a turma o assunto que pelos vistos é mais importante que a aula? Então sugiro leiam em voz alta. - diz o professor.
Okay! Aquilo estava claramente errado. Eu sequer devia estar conversando com ele durante a aula, o pior é que todo mundo estava olhando pra nós, incluindo a Luna, o que me deixou completamente desconfortável. Obviamente eu não podia ler as besteiras que lá estavam escritas, já bastava eu estar envolvido.
Como o papel também não estava em minhas mãos, quem leu foi o Marco. E quando acabou de ler o professor pegou no papel e nos mandou sentar. Dizendo a seguir:
- Se quiserem falar sobre "Conhecer garotas", sugiro que o façam depois da minha aula.
Eu procurei um lugar pra enterrar minha cabeça, mas não tinha onde. O que será que ela vai pensar sobre mim? E por que razão não rasguei simplesmente a maldita carta, e tive que responder "talvez um dia desses"?? Eu apenas queria sair dali, estava me sentindo um idiota.
Quando o recreio chegou, pressionei os fones e aumentei o volume até ao máximo, para não ouvir nenhuma bobagem do Marco, já que foi culpa dele que metemos naquela situação, só que naquela hora quem apareceu não foi o Marco...
Quem será?
^^^Continua...^^^
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Atualizado até capítulo 46
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