• IVY WILLIANS •
Ivy ficou paralisada olhando o seu surfista preferido, a cada braçada seu coração se enchia mais, como era bom vê-lo. Quando ficou de pé em sua prancha ela apertou as mãos em tordo de si, ela sabia que não iria acontecer nada com ele, mas mesmo assim ficava aflita.
Todos os dias ela ficava aflita, tinha medo que ele se machucasse. Aquele belo corpo, alto, cabelos negros "ele deve ser maior que meu irmão, com certeza!" pensou ao admirar o corpo do seu surfista.
As primeiras gotas de chuva começaram a brotar no vidro de sua janela e pode-se ver ele saindo do mar com a sua prancha presa no seu braço correndo.
Aquele corpo a deixava louca, queria poder passar a mão por ele todo, sentir os músculos de seus braços, suas costas, queria se perder nele. Ela jamais foi tão longe assim com alguém, e por deus, queria ir longe assim com ele.
Enquanto guardava sua prancha ela o fitava, os músculos de suas costas se moviam maravilhosamente a cada movimento que ele fazia, e ela podia sentir o efeito em seu corpo. Só de pensar poder tocar nele a deixava com as penas bambas.
As suas pernas ficaram ainda mais mole quando ele a fitou de volta e sorriu acenando.
"Meu deus!"
Aquele olhar a queimou por dentro, sem nem pensar ela correu pra longe da janela se apoiando no braço do sofá.
"Ele me viu, ele me olhou, ele acenou pra mim!"
Ela pensava e tentando colocar seus pensamentos mais íntimos no lugar, sem deixar que nenhum a tomasse e a deixasse louca, tendo a reação mais infantil que ela poderia ter.
Seu devaneio foi interrompido pelo interfone.
— Alô — falou com a voz um pouco trêmula.
— Senhorita Willians tem homem aqui na recepção querendo subir alegando ser seu namorado, posso autorizar senhoria?
"Meu deus!"
Foi o primeiro pensamento que veio a sua cabeça, teve que se segurar no balcão da cozinha para poder manter o equilíbrio.
Sua respiração falhou.
"Por favor meu deus, ele não, não de novo" suplicou silenciosamente. Só poderia ser ele. Respirando fundo e tentando manter o controle ela respondeu.
— Jorge, eu não tenho namorado! Ele disse nome? — Suplicando que ele respondesse com algum nome que la não conhecesse tão bem quanto o nome dele.
— Gabriel Custodio, ele disse que não sairá daqui enquanto não o receber senhorita.
Ela iria desmaiar tinha quase certeza que iria. O que ele queria?
Ouvir seu nome era tão doloroso quanto ao que ele a fez passar.
Gabriel foi o pior namorado de sua vida, ele a machucou várias vezes e ela sofria em silêncio.
O que ele queria dessa vez? Mais dinheiro? Ela já o havia dado o suficiente para que ele se mudasse de pais e vivesse bem longe dela.
Sua respiração estava falhando, o que poderia fazer? Poderia ficar no seu apartamento até que ele fosse embora, mas ela saberia que ele não iria.
Olhou no relógio da cozinha, "droga! daqui a pouco Felipe chega" se o seu irmão o visse na recepção sairia uma briga boa, o pensamento a fez estremecer. Iria descer!
— Jorge, estou descendo.
Respirou fundo e se concentrou em se manter em pé, em seus passos.
Saiu do apartamento e entrou no elevador. Pressionando o botão ela notou o quanto estava tremendo, seus dedos tremiam tanto que precisou se concentrar no botão a sua frente.
Mentalmente ela suplicava para que nada acontecesse, que ele apenas iria embora sem fazer escândalo, sem machucá-la. Ela tinha tanto medo.
O elevador se abriu e ela havia se preparado toda para encará-lo, mas não viu ninguém, apenas Jorge parado pálido. Ivy correu até ele.
— Jorge? — perguntou um tanto tremula
Ele não respondeu, apenas entregou um bilhete. "Ah não!", pensou. Suas mãos tremiam, era nítido o quanto o bilhete se balançada por entre seus dedos.
"Querida Ivy, sentiu minha falta? Espero que sim pois eu senti muito a sua! Estou ficando sem dinheiro querida, espero que me encontre no meu antigo endereço amanhã para conversarmos a respeito. Estou tão ansioso por isso. Amanhã terei o que sempre quis você querendo ou não!”
Com tesão de mais por você, Gabriel."
Ivy saiu correndo para fora do prédio esperando encontrá-lo ali ainda.
Ela tremia, suas mãos suavam. Ele tinha a encontrado! Ela olhava de um lado ao outro tentando achá-lo, mas nada além de pessoas andando pra baixo e pra cima na densa chuva, carros atravessando as ruas em toda velocidade.
Apesar de já estar encharcada ela sentiu as lágrimas queimando a sua face, o bilhete se desfazendo por entre seus dedos. Ivy saltou quando sentiu um par de dedos quentes agarrando seu braço e a virando.
Ela sentiu a bile subir e o sangue de seu rosto descer.
— Mas que diabos você tem? — a voz dele era tensa.
O sangue estava fluindo novamente até a sua face, talvez até demais, ela sentia as bochechas queimando, ela estava corando.
Seus olhos pretos a encaravam tão preocupados, com ruguinhas em sua testa aflitas. Seus dedos a apartaram com mais força em seu braço, ia deixar uma bela marca.
— Está me ouvindo?
Recuperando a noção de onde estava, com quem estava, ela soltou o seu braço e quase caiu pra trás e ele a segurou de novo "Droga!".
— Merda! — ele disse sustentando o corpo de Ivy, agora a segurava com mais firmeza, ela tentou se soltar, mas ele não deixou. - Se eu te soltar promete não cair e nem sair correndo? -Ela balançou a cabeça como um ato automático — Bom. O que você tem?
— Nada — sua voz saiu rouca, merda!
— Você tem que sair da chuva, vai acabar se resfriando.
Segurando-a pelo braço a levou para dentro do prédio onde ela saiu correndo e pálida mais cedo, ela o seguiu sem falar nada, nem ao menos um murmuro.
— Sério, você está bem? Está me assustando, eu apenas acenei pra você hoje mais cedo e você fugiu e agora está aqui pálida.
— Desculpe, eu me assustei, não sabia que estava me vendo — sua voz saiu um pouco melhor — Hm, eu preciso subir.
Ela tentou se mexer, mas as suas pernas ainda a deixaram na mão, Vinícius a segurou rapidamente, mantendo o seu corpo perto do dela pode sentir a quão fria ela estava.
— Acho que você precisa se sentar e não correr mais quando alguém acena e sorri pra você — disse
ríspido, estranhamente irritado.
Ivy o olhou fixo tentando entender o motivo da sua irritação, se afastou rapidamente dele.
— Você quer subir e trocar de roupa? Tem roupas do meu irmão que irá servir eu acho para você — suspirou
e aguardou, "onde eu estou com a cabeça?".
— Você me chamou para subir ao seu apartamento sem nem me conhecer, e se eu for algum estuprador de meninas loiras e lindas igual a você?
— Ai eu serei obrigada a te matar — ela usou o seu melhor sorriso, que se alargou ainda mais ao ver a cara de espanto dele, ela riu e apertou o botão do elevador.
— Relaxa, não sou assassina e acho que você não vai me machucar.
Ele sorriu com o pequeno comentário dela. Ambos subiram no elevador calados e encharcados.
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Atualizado até capítulo 66
Comments
Leide Andrade
estou no começo, mas já estou gastando 😍
2023-06-04
8