VINICIUS

VINICIUS

CAPITULO 1

Pov. Ivy Willians 

Era uma tarde nublada em Copacabana, a chuva pelo jeito logo iria chegar, mas isso não impedia que os cariocas aproveitassem da maravilhosa praia e nem dispensar uma bela caminhada pelo calçadão.

Ivy Willians estava como de costume em seu apartamento parada na frente da grande janela com uma vista maravilhosa para o melhor de Copacabana, o que a fez sorrir de imediato lembrando da sorte incrível que tem só por essa vista.

O seu sorriso desapareceu logo que lembrou do encontro arranjado que ela teria hoje à noite com Lucas Crestwels, filho do bilionário Henrique Crestwels dono de umas das maiores empresas de construções do Rio de Janeiro, sua mãe a convencera a sair com Lucas usando os argumentos que seu pai precisava fazer um grande negócio com o Sr. Crestwels e precisava de uma ajudinha de sua filha para isso, não que ela não gostasse de Lucas, mas não o via mais do que um velho conhecido, e, além disso, ele era convencido de mais para uma pessoa só.

Apesar do seu jeito, ele tinha o seu charme, todas as meninas o queriam, quase o comiam com os olhos.

Lucas era alto o suficiente e com os braços largos, pele morena, com os cabelos negros e ondulados, com seu corpo perfeitamente esculpido e com um sorriso arrebatador, mas a sua capacidade de ser simpático era de se desejar.

Seus pensamentos estavam deixando Ivy muito enjoada, decidiu se concentrar na grande vista a sua frente enquanto tinha tempo, esperando por ele, não por Lucas, mas o homem da prancha, o homem que estava ali diariamente nas duas últimas semanas surfando e deixando Ivy com o coração apertado a cada manobra, logo ele estaria ali!

Olhando pelas longas janelas de vidro do seu apartamento, o calçadão de Copacabana era magnifico, todas aquelas pessoas andando para lá e para cá, sem nem se importar com a tempestade que se formava diante de suas cabeças, todos rindo e caminhando. Homens sem camisas com os corpos de dar inveja a qualquer um e mulheres, minha nossa, quantas mulheres, quase todas apenas com um short e a parte de cima de seus biquínis, com corpos maravilhosos, mas nada comparado ao de Ivy.

Na praia as pessoas começavam a recolher as suas coisas enquanto os surfistas chegavam aproveitando as ondas que o tempo estava formando.

"Ah, os surfistas!"

Ela poderia passar o dia todo ali observando aqueles homens correndo com suas pranchas direto para a água sem medo algum do mar gigantesco, e depois nadando em direção as ondas gigantes que se formavam na sua frente e se equilibrando entre elas sem preocupação alguma, eles faziam tudo parecer tão fácil, como ela queria estar ali e sentir a água bater em seu corpo, sentindo a adrenalina subir desde a ponta do seu dedo do pé até o seu couro cabeludo só de pensar em surfe, isso a fez sorrir. Ela desejava poder algum dia aprender isso.

Aos 23 anos Ivy ainda não sabia nadar, na verdade, ela nem mesmo fazia ideia de como andar de bicicleta, seus pais sempre a protegeram até demais, acabaram a privar de tudo, ela nunca poderia fazer nada que eles já armavam um escândalo, principalmente sua mãe.

•• Inicio lembrança ••

— Ivy, querida, não faça isso! — Sua mãe apareceu na rua gritando como uma louca. Demorou para ela entender o que sua mãe dizia, ela estava vindo na sua direção com o ar de pânico esculpido em seu rosto. Logo que chegou perto de sua filha, a tirou de cima da bicicleta. — Querida, quantas vezes eu vou ter que te dizer para não fazer essas coisas, é perigoso!

— Mãe, eu quero aprender, quero poder andar por aí com as minhas amigas!

— Eu já te disse que não. Pelo amor de deus, você tem apenas 10 anos, não pode ficar andando por aí, aliás não precisa ficar andando de bicicleta, seu pai tem um motorista especialmente para te levar a onde você quiser ir.

— Mãe, por favor! — choramingou.

— Eu já disse que não querida.

Sua mãe a levou para dentro de casa sem nem dar tempo de se despedir de suas amigas. Ivy queria chorar e gritar, queria poder fazer as mesmas coisas que seu irmão faz. Como ela deixava Felipe fazer o que quisesse e ela nem ao menos poderia sair de casa que a sua mãe já entrava em pânico.

— Porque o Felipe pode fazer essas coisas e eu não? — gritou.

— Ivy eu já te disse que não. É perigoso! Você pode cair e se machucar, quebrar alguma coisa — sua mãe disse com tanta agonia na voz que se alguém não a conhecesse ficaria até com pena. Ivy começou a chorar. Podia sentir suas lagrimas grossas e quentes escorrendo pelo seu rosto. Sua mãe nunca a deixava fazer nada.

— Por favor, mamãe — chorou — O Felipe pode me ensinar a fazer alguma coisa, mãe.

— Você está louca! Jamais vai fazer isso! Seu irmão é homem e você é mulher, uma pequena mulher. E mulheres não se submetem a esse tipo de coisa e já chega dessa discussão — Cristine saiu andando furiosa pelo corredor da casa enquanto Ivy ficou ali chorando.

•• fim Lembrança ••

Seu pai nunca tomou providência nenhuma, sempre foi sua mãe que mandava em todos. Dizendo o que podia e o que não podia fazer. Ela só queria entender porque o ato de tanta proteção teria que ser apenas em cima dela, por que ela?

"Porque com o Felipe ninguém era desse jeito?"

Ela se fazia essa pergunta todos os dias desde criança, até chegou a perguntar para sua mãe uma vez e ela apenas sorriu e mudou de assunto, ela sempre fugia desse tipo de assunto.

Para poder convencer os seus pais a deixá-la morar sozinha, foi uma guerra que ela achou que tinha vencido, mas para surpresa não venceu.

Poucas semanas depois seu irmão Felipe foi obrigado a morar com ela. Ivy tentou convencê-los de que estaria muito bem sozinha, mas o acordo foi quebrado e logo depois seu irmão já fazia mais parte da vida dela, do que de costume.

Ela amava seu irmão, mas precisava de um lugar só dela e sua família não entendia.

Felipe era três anos mais velho que Ivy, os dois irmãos se pareciam muito, ambos branquinhos de cabelos lisos e loiro.

Felipe era mais alto que a irmã, em torno de 1,90, com o corpo sensacional, um perfeito surfista, com seus olhos negros de dar arrepios.

Ivy tinha aproximadamente 1,75 com os olhos verdes, era o que diferenciava os irmãos, ela puxando os olhos do pai e ele os olhos da mãe. Ao contrário dela, Felipe não teve tantos empecilhos de seus pais para fazer as coisas, ele podia fazer o que quiser que não ligavam, em troca Felipe tinha que cuidar da sua irmã mais nova.

Ela olhava as ondas do mar enquanto o seu sorriso brotava cada vez mais em seu rosto, olhando a cada cinco minutos no relógio em seu pulso, já estava quase na hora.

Seus olhos vacilavam um pouco para o seu relógio de pulso brilhante, daqui a pouco ele estaria ali.

Não demorou muito para que ela o visse, descendo de sua pick-up e pegando a sua prancha, o coração de Ivy se encheu, mordendo os lábios ela o observou, a cada passo, a cada movimento.

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Comments

XandeLili Cáffaro

XandeLili Cáffaro

Começando a ler

2024-05-29

2

Ana Faneco

Ana Faneco

Já gostando

2024-05-25

0

Rejane Azambuja

Rejane Azambuja

, Hoje 22/04/24 - 14:50 iniciando

2024-05-23

0

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