FALSA ESPERANÇA

Estava cada vez mais envolvente, esperando para o próximo beijo, quando ele se afastou e disse, me olhando muito sério:

— Preciso te contar uma coisa, Nathaly

— Logo agora ? — tentando interromper.

— Eu tenho namorada.

Na mesma hora, tudo se acabou pra mim. Meu semblante desmoronou na hora, olhei para ele, pensando que aquilo não fosse real. Poxa, logo na minha vez da ruim?

— Isso é sério ? Tipo, é um relacionamento sério ?

— Sim. Ela se chama Stephany. Tem 19 anos. É de lá do outro país. Ela vem passar as férias dela aqui. Se chegarmos à conclusão que se amamos de verdade, eu vou embora com ela, e se casamos.

Aquilo não entrava na minha cabeça, estava tentando assimilar tudo, parecia que minha cabeça tinha uma bomba relógio, contando os segundos para explodir.

— Caramba! Por que não me disse antes de me beijar? Você é louco. — reagi intrigada e chateada.

Não dava para acreditar, ele deveria ter sido sincero comigo.

A coisa foi ficando pior, quando me dei conta que me apaixonei na boca do Fred, eu não queria ficar sem ele, queria ele só para mim, nunca senti aquilo antes.

Com o Fred era diferente. Senti um frio na barriga indescritível, aquele aperto na goela, me tremia toda, foi muito esquisito.

Com a cara mais limpa do mundo, ignorei tudo aquilo, aquele furacão com um tornado de destruição que meu quase-gringo tinha me contado.

— O que você acha de um banho de rio antes de irmos?

Ah, pergunte! Podem achar oque quiser de mim. Devoradora de macho casado, rouba namorado, talarica, sem amor próprio, piranha (é, piranha!), do que quiser, mas foi só o que senti na hora. Segui meu instinto e ele aflorava o Fred, queria que ele ficasse ao meu lado o maior tempo possível.

Seu olhar sério, quase me desanimou, mas, para me aliviar, ele respondeu minha pergunta assim:

— Ótimo, eu nem lembrava que por aqui tinha um rio.

— Aqui perto tem uma com a água maravilhosa, bora?

Pegamos um Uber, em 10 minutos estávamos vá trilha do rio. Demos de cara com aquela lindeza de água, clarinha, dava pra ver o fundo. Lá ele acabou falando da Stephany, a quem, dentro de mim, só chamava-a de galinha. Ele parecia gostar muito dela, mas, ao mesmo tempo, não se arrependia de está comigo.

ELE DISSE ISSO!

A água estava bem gelada “muito boa”, apesar do banho de água com gelo por conta de Stephany, o mar só fazia esquentar o clima entre nós dois. Aos poucos o fria foi se achegando, a gente se arrepiando que nos atraia um para perto do outro. Em palavras não tem como descrever, ele também parecia surpreso, mas tudo acontecia sozinho.

Não conseguia parar de olhar para ele. Em resposta , ele olhava para mim de um jeito que me arrepiava e ele sorria para mim. Me cativava, me encantava!

Seu tom de voz, seu corpo, seu jeito, tudo me atraía. Por que essa Stephany tinha que estar ali no caminho?.

Mas Stephany foi esquecida em menos de segundos. Ele era inteligente, me fazia rir, me encantava. E eu fazia o mesmo com ele, porque Fred se divertiu comigo no tempo que passamos juntos. Ali fomos um casal perfeito. “ Se fôssemos um casal”.

Quando já estava me secando pra ir para casa, ele me puxou pela nuca, olhou dentro dos meus olhos e me beijou. Foi o beijo, fui pro céu e voltei, viajei na lua, voei pro espaço, quando voltei a terra, Fred ainda estava lá, comigo em seus braços. Ele estava gostando!

Senti a consciência pesar de novo com aquele pensamento que tem nada a ver comigo. Eu não queria amar ninguém antes dos meus 18 anos, planejei isso.

— Melhor pararmos com isso. Não posso fazer isso com a Stephany.

— Você não está fazendo nada. - me escapuliu.

Sim, eu sei que ele estava fazendo uma coisa muito feia! Mas eu estava tão feliz agarradinho com você.

Me escapuliu do nada:

— O que os não veem, o coração não sente.

— É? E se fosse com você, pensaria assim?

— com certeza!

— Mentira.

Achei que um beijo resolveria todo aquele momento tenso, o clima já não estava muito agradável.

Me arrisquei:

— Quero te dar mais um beijo…

— Eu também. Mas…

— Não! Sem “mas”, por favor! - implorei.

Então, abracei ele começamos a nos beijar, eu não queria o fim daquele beijo nunca, tudo se encaixava, era tão bom. Não queria desgrudar dele, até que…

— acho melhor ir embora. Está tarde, preciso pensar.

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