JOLIE
Fim de noite...
O jantar foi ótimo, a conversa era animada o clima agradável.
Já na varanda, sozinha, em uma poltrona posicionada para frente do mar, eu contemplando a lua, linda, cheia, parecendo ter sido matizada de vermelho, é a chamada lua de sangue. Seu reflexo, bate espelhando o mar e sua luz ilumina o gramado verde que cobre o jardim da casa e que se estende até a borda do terreno. Mais à frente, a faixa de areia é fustigada pelas ondas que tombam e espumam suas bordas.
A casa é muito linda, e está alicerçada uns três metros acima do nível da praia, um lugar realmente agradável.
De repente vejo sob luz dessa lua, sentado na mureta bem disfarçado com os palmeiras, Gabriel. Que está observando o mar, bebendo uma cerveja, parecendo nostálgico.
Ele não me vê e eu fico detalhando o seu perfil atlético, em uma camiseta e bermuda de praia, cabelos molhados e rosto com traços bem marcantes, com o rosto em formato de coração a sua testa é mais larga e seu queixo mais estreito e pontudo, com uma covinha no meio. Seus cabelos são negros e lisos em um corte fade, com uma franja lateralizada.
Durante o jantar percebi que seus olhos angulados e estreitos são castanhos escuros, mas não tão pequenos, eles se harmonizam com suas pálpebras que não têm um vinco, seus cílios pretos e destacados, tornam definitivamente o seu olhar expressivo e atraente. Acho que devido a sua ascendência asiática, estes traços me causam certo encantamento, pois ele é um homem lindo. Seu irmão Gui ainda tem mais algum tempo para alcançar seu porte, mas também vai pelo mesmo caminho de beleza.
JOLIE E GABRIEL
Amanheceu, os raios de sol escapam por entre as cortinas da janela invadindo o quarto. Posso dizer que essa noite foi de um sono muito bom. Fazia alguns dias que não dormia tão bem. O relógio marca 8 horas, o som que vem de fora me diz que os garotos já estão na praia. Me levanto e vou até a mala, reviro as roupas escolhendo uma bermuda, uma blusinha de alcinha e meu casaco de moletom fininho, pois aqui na praia a esta hora, ainda está fresquinho. Vou para o banheiro para começar eu dia.
Descendo as escadas sinto um cheirinho maravilhoso de café. Chegando na cozinha está Gabriel no fogão de costas para a bancada, de camiseta regata com seus ombros largos de fora, faz algo em uma frigideira. Ele se vira e sorridentemente me cumprimenta.
-Bom dia Jolie! Dormiu bem? Quer um pãozinho com manteiga, aquecido na chapa? (Eu assinto com a cabeça que sim.)
-Nossa!!! Você é chapeiro nas horas em que não está advogando? (Brinco com Gabriel.)
- Tá de gracinha né! Fique sabendo que concordei apressadamente em vir passar dez dias\, das minhas preciosas férias aqui. Só que eu não sabia que iria ficar com um bando de adolescentes. Agora estou servindo de babá! (Ele ao ir falando vai organizando um prato\, uma xícara\, servindo café à minha frente. Logo seu sorriso se abre para mim\, eu percebo sua brincadeira.)
-Ah! isso magoa. Adolescente não é criança para ter babá! (Digo isso adoçando o café e dando uma mordida naquele pão delicioso.)
-Hum... Pode dizer então: Está delicioso meu querido advogado! (Faço o sinal de positivo. Gabriel me observa sorrindo.)
- O que vocês planejam fazer hoje Jolie?
- Hum...parece que vamos fazer um passeio de barco para a Campeche ou uma trilha\, até o outro lado\, para uma tal Praia da Lagoinha.
-Opa! Acho que para Campeche tudo certo. Mas para essa trilha vocês precisam de uma tarde ou uma manhã inteira. Precisa estar preparado pois é bem puxado.
- Não sei... os meninos estavam falando. Acho que eles têm noção né?
-Noção! Gui, Brunão e Henrique? (Ele balança a cabeça em sinal de dúvida, muita dúvida.)
Depois tomar café...
Ouvindo vozes de algazarra que vem do pátio externo, me dirijo à varanda para ver o que está acontecendo. No meio do jardim está Gui, com dois garotos e um cara mais velho, conversando em meio a gargalhadas. Quando então Gui me avista, faz um sinal com a mão para que eu vá até eles. Ao caminhar percebo que a conversa dos meninos vai tomndo outro tom, mais calmo e vão cessando os risos. Eu me aproximo para fazer o tradicional cumprimento com aperto de mão e Gui vai conduzindo as apresentações.
-Jolie esse é meu amigo Luan, o nerd do grupo aqui. Você já o conhece bem.
-Conheço? (Tenho uma reação de amnésia. Pois não me lembro de tê-lo visto.)
-Sim. Ele é XZO, da nossa sala de jogos on-line. (Ao falar seu cognome, eu apertei a sua mão e sorrimos nos cumprimentando, pois ele é meu oponente número 1.)
-Este é o Felipe, mas já te aviso que tem pretendente. (Todos riem debochadamente, pois estão tramando que ele xaveque a Yani. Nós nos cumprimentamos sorrindo.)
-E esse!? Esse como podes ver é -o que se acha- mais bonito, o xavequeiro que nos inspira, Raphael irmão do Luan. (Não gostando da descrição, ele diferentemente dos outros ao apertar a minha mão me puxa e dá três beijinhos alternados nas faces do rosto. Escuto Henrique, que fica ao meu lado esquerdo colocando o braço sobre meus ombros, e já afastando Raphael.)
-Que negócio é esse "manezinho", é minha irmã! (Nem bem terminou de falar, ouvi a voz de Gabriel chegando e se
posicionando no meu lado direto.)
-Isso mesmo Henrique não dá mole para esses “manezinhos”, tem que saber que as meninas desta casa não estão disponíveis e fáceis assim. Exceto a Y. (A risada é geral e eu tenho certeza que meu rosto ficou vermelho.)
-"Manezinho"? (Faço sinal de não ter entendido.)
- Sim Jolie...quem nasce ou mora em Floripa é chamado assim\, mas de forma respeitosa -manezinho. Não quer dizer que sejam otários ou algo assim... se bem que esses aqui? (Todos caem em gargalhadas.)
Sinto que Gabriel está olhando para mim e para Raphael. Quando olho para conferir, meu olhar cruza com o de Raphael, que me dá um sorriso largo e olha fixamente. Nossa que sorriso lindo!
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Atualizado até capítulo 118
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