Assim que ponho os pés na cozinha, noto que é o lugar preferido dos casais. Me aproximo da mesa onde está a garrafa térmica, com algum líquido que certamente é bebida. Pego um dos copos vermelhos de plástico, ponho um pouco do líquido naquele copo e giro nos calcanhares, olhando em volta enquanto bebo um pouco da cerveja — que é a cara do babaca que acabo de encontrar, beijando uma garota desconhecida. Estavam perto da despensa.
"Qual é? O que esse cara acha que tem na cabeça? Uma namorada tão linda... enquanto essa é tão fácil!" finjo apreciar a cerveja enquanto encarava o dono da festa, ainda no mesmo lugar.
Devo ter me demorado demais os encarando, pois ele sentiu e olhou na minha direção.
Ele sorri mostrando todos os dentes para mim. Soltando a garota, vem em minha direção.
— Ei, cara! — me cumprimenta. Retribuo.
— Meus parabéns! — ele me abraça, tomando cuidado para não derramar minha cerveja.
— Obrigado! A festa está ótima. — comento.
Ele se afasta um pouco e responde sincero:
— Ela pode ser toda sua, se quiser. — ele sugere, parecendo convicto.
— Basta mandar ver e se divertir. Aqui tem muitas. — puxa a loira para si.
— Então, você não tem namorada? — pergunto, interessado.
— Não! — ele olha para a loira, que permanece em silêncio.
— Namoro é perda de tempo, Lenon! — Jonatas responde, com um grande sorriso.
— Então vou aproveitar a noite. — sorrio.
— Tem alguma garota que queira tirar da minha lista da noite? — pergunto, tomando mais um gole em seguida.
— Não, cara, pode mandar ver! — responde sem interesse.
Logo volta a tarefa de antes, amassos. Aquilo estava passando dos limites para mim.
"Pensamentos sujos!" faço careta, saindo rapidamente de perto deles.
Não é bom não ter controle dos pensamentos dos outros, ou pelo menos o momento em que quero pará-los. Quando era pequeno, ficava em um estado tão crítico que era chamado de louco. Então percebi que, se fizesse coisas drásticas para abafar os pensamentos alheios, as pessoas iriam embora, levando suas mentes também.
Por fazer essas coisas, sou taxado de rebelde. Dizem que não tenho jeito. Ato de vandalismo era o pior ato cometido. Era necessário: de outra forma, era impossível viver em sã consciência.
A música alta da parede de som, perto da piscina, me ajudou a me tornar uma pessoa normal por alguns minutos. Não teria pensamento no mundo que gritaria mais alto que aquilo, então aproveitei.
Me encostei na coluna perto da água, tomando vagarosamente minha bebida. Assim que levantei o olhar, notei uma garota de cabelos castanhos claros, olhos verdes e lábios grossos. Estava dançando perto do som. Ela já havia me notado antes. Parecia que sua dança era para mim, pois sua atenção estava depositada na minha pessoa.
Um olhar lascivo e nada inocente. Ela rebolava para cima e para baixo, destacando sua bunda avantajada. Passava a mão pelo próprio corpo, sempre mantendo contato visual. Se aquilo já tivesse acontecido antes, diria que estava gostando. Mas, na realidade, estava apenas observando até onde ela iria chegar com aquilo.
Ela sorri me chamando assim que a música mudou. Pensei que mais indecente não poderia ficar, mas me enganei... A música tinha a letra pior que a anterior, e ela me esperava para ser seu par.
Balancei a cabeça, negando. Ela não se conformou e começou a rodear a piscina.
"Vamos ver no que isso vai dar!" pensei comigo mesmo.
Ela se aproximou. Em um mísero segundo, achei que tinha me enganado, quando pensei que aquela cena toda era para mim, pois ela seguiu adiante. Mas logo rodou a mesma coluna à qual eu estava recostado, tomando o copo que estava indo em direção à minha boca. Fiquei levemente surpreso com sua audácia. Sorri de canto.
Ela tomou meu último gole, drixou o copo por perto, me olhou com luxúria, puxou minha mão, me guiando. Aquilo era uma estratégia, para que eu olhasse de perto suas curvas perfeitas, seu bumbum empinado dentro daquele projeto de short jeans, e aquela blusa curta, preta, de costas nuas.
Por incrível que parecesse, ela não usava salto. Era quase da minha altura, sendo talvez um metro e sessenta e seis. Usava apenas um tênis branco.
"Agora quero ver se você me escapa, gatinho!" — ela pensou, sorrindo para mim assim que chegou perto do som.
Me limitei a sorri de volta, desafiando aquela garota ousada a ser pior que aquilo. Então, ela pôs minhas mãos em sua cintura fina, encostou seu corpo no meu, começou a passar suas mãos pelo meu abdômen, rebolando o tempo todo.
Apenas fiquei ali, aproveitando sua dança e admirando sua beleza. Mas ela não é para mim, não do jeito que ela está pensando. Entrei no jogo dela, sem retirar minhas palmas do lugar que ela as colocou. Como se lesse minha mente, ela desceu minhas mãos para a sua própria bunda. Levantei a sobrancelha esquerda e sorri com malícia. Ela riu de volta.
— O que está esperando pra ficar comigo? — perguntou, descendo e subindo vez ou outra.
Olhei em volta, para ter certeza se era aquilo mesmo que eu queria. Do outro lado da piscina, avistei ela — a namorada do Jonatas, a mesma garota por quem me interessei por alguns minutos. Ela me encarou, olhando para a garota, que agora tinha se virado para literalmente se esfregar em mim.
Eu sabia exatamente o que queria. Ela havia me mostrado.
"Sou igual a todos, não? Pois bem!" pensei. Direcionando um sorriso cheio de malícia para ela, que estreitou os olhos.
A garota, que até então não sabia o nome, se virou para mim novamente.
— Como se chama? — perguntei perto do seu ouvido, por causa da música alta.
— Solange. E você é o famoso Lenon, eu sei! — ela respondeu, me deixando surpreso.
Lenon era o nome mais usado nessas ocasiões. Não gostava de falar meu segundo nome para quem não tinha interesse ou intimidade.
— Ótimo! — foi tudo que eu disse, enquanto verifiquei se a garota continuava me olhando do outro lado da piscina — o que, não deu outra.
Me voltei para Solange. Colando nossos corpos, dancei com ela no ritmo quente da música — e, claro, para completar, a beijei.
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Atualizado até capítulo 88
Comments
Rosimeire Raquel
Gostei muito desse jogo de sedução. Safado./Hey//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2025-05-13
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