Revenge
Douglas
Aquela fatídica noite passa pela minha cabeça constantemente.
Tinha uns doze anos, quando tudo aconteceu!
Ao menos até onde eu me lembre!
Quinze Anos Antes...
Flashback On:
-Felipe, não temos como pagar essa dívida!
Carmem exclamou desesperada.
-Mulher, estou me esforçando para não deixar faltar nada! Suas exigências não ajudam em nada!
Meu pai esbravejou demonstrando desinteresse pela preocupação da minha mãe.
-Não pode simplesmente ficar confortável com a situação! Para você é como se não fosse nada demais e...
Não deu tempo dela terminar a frase. Meu pai agarrou-a pelos pulsos e a olhou firme.
-Pare de surtar! Não quero falar sobre isso está me entendendo?
Não gostava da forma agressiva com que meu pai a tratava mas naquela época eu também estava de saco cheio da ladainha da minha mãe!
Minha mãe assustada voltou a cortar as cenouras e batatas para a sopa que preparava!
Sopa com carne! Até hoje não consigo comer depois daquele dia!
Algumas horas depois, almoçamos na enorme e bela mesa de madeira!
Aquela mesa era uma relíquia de família! Um tesouro!
Para mim era apenas uma mesa! Quão ingênuo eu era!
Uma batida na porta. Toc, toc.
Meus pais se olharam mas permaneceram no mesmo lugar.
Lembro de ter observado os sinais de nervosismo que o corpo de ambos dava!
Respiração acelerada, olhos levemente arregalados, um leve tremor nas mãos e o mais clássico!
Suor! Mais não uma quantidade exagerada, conseguia ouvir cada pequena gota de suor cair na mesa de madeira.
Parece que a tal relíquia, não é mais uma relíquia no fim das contas!
As batidas na porta agora tornavam-se mais frequentes.
Minha mãe fez menção em levantar mas meu pai a impediu, lançando-lhe um olhar mortal.
— Felipe, est...
— Claudia não quero saber, ficaremos exatamente onde estamos.
-Mas e o Douglas?
Ela o questionou.
— O Douglas faz parte disso!
— Do que estão falando, pai?
Foi a única coisa que consegui dizer! Eu mal sabia que aquela seria a última vez que os veria..
Felipe ou eu deveria dizer meu pai, levantou-se deu um tapa no meu rosto.
— Quantas vezes já lhe disse para calar a boca? O momento não é para questionar nada, está me ouvindo?
Ele fez questão de gritar na minha cara. Em seguida, foi a porta e a trancou.
Logo os celulares começaram a vibrar!
— Felipe acho que..
Meu pai furioso do jeito que estava deu um soco na cara da minha mãe.
Ela caiu com tudo no chão. Depois seu olhar voltou para mim.
Lembro que senti minhas pernas tremerem como gelatina, quando Felipe estava prestes a chegar até mim, a porta fora arrombada.
Como eu soube disso? Bom... o barulho do vidro sendo estilhaçado, o som fez com que minha mãe recobrasse rapidamente a consciência.
— Filho... eu sinto muito! Eu.. nós!
Aproximou-se de mim e me abraçou forte.
Ouvi passos acelerados e algumas risadas, íamos nos esconder mas meu pai nos impediu.
Logo um homem que devia ter aproximadamente uns quarenta e poucos anos veio ao nosso encontro.
Estava acompanhado de uma ruiva que parecia ser um pouco mais nova que ele.
— Ora, ora, ora, Felipe! Amigo, venha me dar um abraço!
Exclamou de bom humor. Percebi que o nervosismo do meu pai só havia aumentado.
O instinto materno da minha mãe fez com que ela tentasse fugir comigo pelos fundos.
Corremos o mais rápido possível mas para o nosso azar, havia outra pessoa nos esperando.
Uma mulher loira que aparentava ter vinte e poucos anos, a mesma sorria amigavelmente o que era engraçado pois a mesma segurava uma metralhadora.
E nos levou de volta para a cozinha.
— Felipe, nunca nos disse o quão linda sua mulher era!
O homem comentou.
— Daniel, nunca lhe disse porque era irrelevante!
Meu pai respondeu.
— Para mim não é irrelevante... a considero interessante!
Daniel deu um sorriso doentio. Senti muito nojo daquele homem, entendi perfeitamente o que ele queria!
Era da minha mãe que aquele idiota estava falando!
— Sabe porquê viemos aqui?
O tal Daniel aproximou-se do meu pai.
— Sei. Acontece é que não tenho como te pagar! Usei o dinheiro para proporcionar o melhor para minha família estávamos passando fome!
O tal Daniel e a mulher ruiva gargalharam.
-Seus olhos avermelhados e comportamento imprudente, dizem o contrário!
A mulher ruiva que ainda não tinha se identificado comentou.
-Um drogado!
A mulher loira comentou com humor.
— E como todo drogado é instável e mentiroso!
Daniel retirou uma faca consideravelmente grande de dentro do coldre.
— Vamos conversar...
Meu pai levantou as mãos em sinal de rendição.
— Não há o que ser conversado, dei tempo o suficiente!
Daniel disse em tom firme. As duas mulheres se posicionaram atrás de mim e da minha mãe.
E meu pai nem ligou.
A mulher ruiva retirou uma faca de cabo marrom do coldre.
— Espere!
Minha mãe esbravejou de forma desesperada.
— Pode falar meu amor!
Daniel sorri.
— Poupe a vida do meu filho, é só o que eu peço!
Claudia suplicou.
— Chorona!
A mulher loira alisou a ponta da faca no braço da minha mãe que tremia.
— Helena, não seja perversa!
Daniel riu.
— Claudia eu poderia atendê-la em todos os sentidos.. isso se a situação fosse outra!
Insinuou.
— Daniel, o que é isso? Ela é minha mulher!
Daniel riu do comentário do meu pai.
— Ela sabe das suas aventuras com a Helena?
Minha mãe era constantemente humilhada pelo meu pai, acredito que ouvir aquilo foi a gota d'água para ela.
Claudia movida pela raiva avançou para cima de Felipe, desferindo socos e pontapés nele.
O que surpreendeu a todos! Principalmente a mim!
Ela nunca havia encostado o dedo em mim. E por incrível que pareça até o presente dia meu pai nunca havia me batido.
Acredito eu, que ele descontava tudo nela! O pior foi ter descoberto tarde demais o que a minha mãe passava.
Daniel deu uma facada nas costas de Claudia.
— MAAAAAAAAAAAAAAAAAÃE!
Gritei logo após levar um golpe com o cabo da faca na barriga.
Cai sentado no chão. As lágrimas simplesmente desciam, a minha visão ficou completamente embaçada.
A última coisa que eu vi foi a tal Helena metralhando o meu pai até a morte!
Por ele eu não gritei! Tenho certeza que o capeta o recebeu de braços abertos.
Flashback Off:
Lembro que depois daquele dia fui parar num orfanato, onde permaneci até os meus dezesseis anos.
Fui adotado por Caroline e Marcos Gonçalves, não podiam ter filhos pelos meios naturais e durante dez anos tentaram a fertilização in vitro.
Sem sucesso! Marcos é um homem muito bem sucedido, dono de uma rede de hoteis ao redor do mundo.
Quando completei vinte e dois anos, assumi os negócios da família.
Ainda faltava dois anos eu terminasse a pós graduação em administração, meus pais adotivos simplesmente desapareceram.
Uma semana depois os encontrei! Na enorme mansão que moravam, um enfiando a faca no peito do outro.
Fiquei desolado! Mais uma vez estava sozinho no mundo!
Reparei num detalhe que muitos considerariam irrelevante!
Os cabos das facas!
Tinham um padrão! Na verdade, tinham duas iniciais gravadas.
Uma faca era de cabo marrom e a outra tinha um cabo preto.
O que na minha opinião era um sinal!
Ao aproximar-me melhor dos corpos percebi duas iniciais!
D e H.
Fechei minhas mãos em forma de punhos!
Daniel e Helena! Só podiam ser eles!
O que os motivou a fazer isso com os Gonçalves?
Depois daquele dia eu prometi que me vingaria deles.
Quando completei vinte e sete anos decidi colocar em prática o que tinha planejado:
Sequestrar Pamela Ribeiro! A única neta do Daniel.
Foram cinco anos planejando a vingança perfeita e agora tudo estava nas minhas mãos!
Nos últimos meses me aproximei o suficiente da Pamela para conquistar sua confiança.
Daqui a algumas horas colocarei o meu plano em prática.
Daniel e Helena não perdem por esperar!
♡
N/A: Teremos as fotos apenas dos personagens principais!
Não terá fotos de roupas ou lugares!
Estou querendo que o foco de fato seja a história do que qualquer outra coisa!
Amo esse tipo de história mas nunca escrevi!
É uma experiência totalmente nova para mim, sejam bonzinhos!
Aceito sugestões!
Douglas Gonçalves, 27 anos
Pamela Ribeiro, 20 anos
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Maria Do Carmo Andrade
comecei ler agora
2024-01-18
0
Imaculada Abreu
começando a ler
2024-01-05
1
mari
começando a ler...
2023-03-07
1