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Revenge

Capítulo 1 - O Esquema Perfeito

Douglas

Aquela fatídica noite passa pela minha cabeça constantemente.

Tinha uns doze anos, quando tudo aconteceu!

Ao menos até onde eu me lembre!

Quinze Anos Antes...

Flashback On:

-Felipe, não temos como pagar essa dívida!

Carmem exclamou desesperada.

-Mulher, estou me esforçando para não deixar faltar nada! Suas exigências não ajudam em nada!

Meu pai esbravejou demonstrando desinteresse pela preocupação da minha mãe.

-Não pode simplesmente ficar confortável com a situação! Para você é como se não fosse nada demais e...

Não deu tempo dela terminar a frase. Meu pai agarrou-a pelos pulsos e a olhou firme.

-Pare de surtar! Não quero falar sobre isso está me entendendo?

Não gostava da forma agressiva com que meu pai a tratava mas naquela época eu também estava de saco cheio da ladainha da minha mãe!

Minha mãe assustada voltou a cortar as cenouras e batatas para a sopa que preparava!

Sopa com carne! Até hoje não consigo comer depois daquele dia!

Algumas horas depois, almoçamos na enorme e bela mesa de madeira!

Aquela mesa era uma relíquia de família! Um tesouro!

Para mim era apenas uma mesa! Quão ingênuo eu era!

Uma batida na porta. Toc, toc.

Meus pais se olharam mas permaneceram no mesmo lugar.

Lembro de ter observado os sinais de nervosismo que o corpo de ambos dava!

Respiração acelerada, olhos levemente arregalados, um leve tremor nas mãos e o mais clássico!

Suor! Mais não uma quantidade exagerada, conseguia ouvir cada pequena gota de suor cair na mesa de madeira.

Parece que a tal relíquia, não é mais uma relíquia no fim das contas!

As batidas na porta agora tornavam-se mais frequentes.

Minha mãe fez menção em levantar mas meu pai a impediu, lançando-lhe um olhar mortal.

— Felipe, est...

— Claudia não quero saber, ficaremos exatamente onde estamos.

-Mas e o Douglas?

Ela o questionou.

— O Douglas faz parte disso!

— Do que estão falando, pai?

Foi a única coisa que consegui dizer! Eu mal sabia que aquela seria a última vez que os veria..

Felipe ou eu deveria dizer meu pai, levantou-se deu um tapa no meu rosto.

— Quantas vezes já lhe disse para calar a boca? O momento não é para questionar nada, está me ouvindo?

Ele fez questão de gritar na minha cara. Em seguida, foi a porta e a trancou.

Logo os celulares começaram a vibrar!

— Felipe acho que..

Meu pai furioso do jeito que estava deu um soco na cara da minha mãe.

Ela caiu com tudo no chão. Depois seu olhar voltou para mim.

Lembro que senti minhas pernas tremerem como gelatina, quando Felipe estava prestes a chegar até mim, a porta fora arrombada.

Como eu soube disso? Bom... o barulho do vidro sendo estilhaçado, o som fez com que minha mãe recobrasse rapidamente a consciência.

— Filho... eu sinto muito! Eu.. nós!

Aproximou-se de mim e me abraçou forte.

Ouvi passos acelerados e algumas risadas, íamos nos esconder mas meu pai nos impediu.

Logo um homem que devia ter aproximadamente uns quarenta e poucos anos veio ao nosso encontro.

Estava acompanhado de uma ruiva que parecia ser um pouco mais nova que ele.

— Ora, ora, ora, Felipe! Amigo, venha me dar um abraço!

Exclamou de bom humor. Percebi que o nervosismo do meu pai só havia aumentado.

O instinto materno da minha mãe fez com que ela tentasse fugir comigo pelos fundos.

Corremos o mais rápido possível mas para o nosso azar, havia outra pessoa nos esperando.

Uma mulher loira que aparentava ter vinte e poucos anos, a mesma sorria amigavelmente o que era engraçado pois a mesma segurava uma metralhadora.

E nos levou de volta para a cozinha.

— Felipe, nunca nos disse o quão linda sua mulher era!

O homem comentou.

— Daniel, nunca lhe disse porque era irrelevante!

Meu pai respondeu.

— Para mim não é irrelevante... a considero interessante!

Daniel deu um sorriso doentio. Senti muito nojo daquele homem, entendi perfeitamente o que ele queria!

Era da minha mãe que aquele idiota estava falando!

— Sabe porquê viemos aqui?

O tal Daniel aproximou-se do meu pai.

— Sei. Acontece é que não tenho como te pagar! Usei o dinheiro para proporcionar o melhor para minha família estávamos passando fome!

O tal Daniel e a mulher ruiva gargalharam.

-Seus olhos avermelhados e comportamento imprudente, dizem o contrário!

A mulher ruiva que ainda não tinha se identificado comentou.

-Um drogado!

A mulher loira comentou com humor.

— E como todo drogado é instável e mentiroso!

Daniel retirou uma faca consideravelmente grande de dentro do coldre.

— Vamos conversar...

Meu pai levantou as mãos em sinal de rendição.

— Não há o que ser conversado, dei tempo o suficiente!

Daniel disse em tom firme. As duas mulheres se posicionaram atrás de mim e da minha mãe.

E meu pai nem ligou.

A mulher ruiva retirou uma faca de cabo marrom do coldre.

— Espere!

Minha mãe esbravejou de forma desesperada.

— Pode falar meu amor!

Daniel sorri.

— Poupe a vida do meu filho, é só o que eu peço!

Claudia suplicou.

— Chorona!

A mulher loira alisou a ponta da faca no braço da minha mãe que tremia.

— Helena, não seja perversa!

Daniel riu.

— Claudia eu poderia atendê-la em todos os sentidos.. isso se a situação fosse outra!

Insinuou.

— Daniel, o que é isso? Ela é minha mulher!

Daniel riu do comentário do meu pai.

— Ela sabe das suas aventuras com a Helena?

Minha mãe era constantemente humilhada pelo meu pai, acredito que ouvir aquilo foi a gota d'água para ela.

Claudia movida pela raiva avançou para cima de Felipe, desferindo socos e pontapés nele.

O que surpreendeu a todos! Principalmente a mim!

Ela nunca havia encostado o dedo em mim. E por incrível que pareça até o presente dia meu pai nunca havia me batido.

Acredito eu, que ele descontava tudo nela! O pior foi ter descoberto tarde demais o que a minha mãe passava.

Daniel deu uma facada nas costas de Claudia.

— MAAAAAAAAAAAAAAAAAÃE!

Gritei logo após levar um golpe com o cabo da faca na barriga.

Cai sentado no chão. As lágrimas simplesmente desciam, a minha visão ficou completamente embaçada.

A última coisa que eu vi foi a tal Helena metralhando o meu pai até a morte!

Por ele eu não gritei! Tenho certeza que o capeta o recebeu de braços abertos.

Flashback Off:

Lembro que depois daquele dia fui parar num orfanato, onde permaneci até os meus dezesseis anos.

Fui adotado por Caroline e Marcos Gonçalves, não podiam ter filhos pelos meios naturais e durante dez anos tentaram a fertilização in vitro.

Sem sucesso! Marcos é um homem muito bem sucedido, dono de uma rede de hoteis ao redor do mundo.

Quando completei vinte e dois anos, assumi os negócios da família.

Ainda faltava dois anos eu terminasse a pós graduação em administração, meus pais adotivos simplesmente desapareceram.

Uma semana depois os encontrei! Na enorme mansão que moravam, um enfiando a faca no peito do outro.

Fiquei desolado! Mais uma vez estava sozinho no mundo!

Reparei num detalhe que muitos considerariam irrelevante!

Os cabos das facas!

Tinham um padrão! Na verdade, tinham duas iniciais gravadas.

Uma faca era de cabo marrom e a outra tinha um cabo preto.

O que na minha opinião era um sinal!

Ao aproximar-me melhor dos corpos percebi duas iniciais!

D e H.

Fechei minhas mãos em forma de punhos!

Daniel e Helena! Só podiam ser eles!

O que os motivou a fazer isso com os Gonçalves?

Depois daquele dia eu prometi que me vingaria deles.

Quando completei vinte e sete anos decidi colocar em prática o que tinha planejado:

Sequestrar Pamela Ribeiro! A única neta do Daniel.

Foram cinco anos planejando a vingança perfeita e agora tudo estava nas minhas mãos!

Nos últimos meses me aproximei o suficiente da Pamela para conquistar sua confiança.

Daqui a algumas horas colocarei o meu plano em prática.

Daniel e Helena não perdem por esperar!

N/A: Teremos as fotos apenas dos personagens principais!

Não terá fotos de roupas ou lugares!

Estou querendo que o foco de fato seja a história do que qualquer outra coisa!

Amo esse tipo de história mas nunca escrevi!

É uma experiência totalmente nova para mim, sejam bonzinhos!

Aceito sugestões!

Douglas Gonçalves, 27 anos

Pamela Ribeiro, 20 anos

Capítulo 2 - Atraindo A Prisioneira

Douglas

Como combinado, encontrei-me com Pamela na praça Ynstued.

Marcamos um passeio pela cidade. A belíssima cidade Rugdeon, cento e vinte e cinco mil habitantes.

Uma pacata e silenciosa cidade! Conhecida pelos belos pontos turísticos e pela diversidade comercial.

Fiz o meu dever de casa direitinho! Sei que Pamela viveu a vida inteira numa cidade ensolarada chamada Sunsville, e veio para Rugdeon para passar mais tempo com a tia Helena e o seu avô Daniel, que não está muito bem de saúde!

A vingança sempre chega! Mais cedo ou mais tarde!

O velho maldito está com câncer e faz tratamento a quatro anos.

Começou a se tratar coincidentemente um ano após a morte dos meus pais adotivos.

Voltando a Pamela... tem um ótimo currículo!

Notas perfeitas, eleita três vezes capitã das animadoras de torcida, excelente musicista e caridosa.

Ou seja! Pamela é uma cordeirinha! Um anjo, perto do avô!

Será mesmo que ela é da mesma família? Provavelmente sim!

Tem a feição inocente mas não deve passar de uma qualquer!

Uma sem vergonha! Uma mulher ou melhor.. uma menina que não sabe nada de nada!

Uma sonsa! Tirando isso.... esteticamente falando é muito bonita!

Aquele cabelo loiro, os olhos azuis, a boca rosada e carnuda.

O sorriso branquinho e o corpo... padrão!

Seios médios, barriga lisinha, quadris perfeitos e uma bunda... ah fala sério!

Sou homem! Quem sabe eu não possa me divertir um pouco?

Não sou idiota! Daniel pagará por tirar a vida da minha mãe!

Estou louco para saber como ele ficará ao saber que sua única e amada netinha está em minhas mãos?

Um sorriso brota dos meus lábios! Ela chegou!

A belíssima e recatada Pamela, vestia uma calça wide leg de lavagem clara e uma blusa canelada branca com uma borboleta azul, nos pés uma sandália de salto pequeno na cor amarela.

Os cabelos hoje especialmente estavam presos numa trança espinha de peixe adornado por um belo arco com pérolas.

O cheiro dela.. já havia me acostumado! É o cheiro... como posso descrever o seu perfume?

O perfume dela cheira a mel, um campo de rosas e hortelã.

Doce e refrescante! Pamela paga o motorista e atravessa a rua na minha direção.

Assim que fica frente a mim, sorrio para ela que constrangida morde o lábio envergonhada!

Ah se ela soubesse o que esse inocente gesto pode provocar e..

No que estou pensando? O plano é me vingar!

A vingança perfeita que planejei durante os últimos anos!

Pamela é a peça central de tudo isso! A oportunidade perfeita.

-Como foi a chegada até aqui, Pam?

Pergunto a ela com naturalidade. Não é porque a sequestrarei que preciso ser um completo idiota!

Preciso que ela acredite em mim! Nada pode dar errado!

Para o meu próprio bem!

Apesar de parecer inocente, sei que Pamela não é burra!

-Ah, Doug...

Controlei com todas as minhas forças para não esganá-la!

Esse apelido era ridículo! Aprendi que apelidos é formas constrangedoras de se chamar alguém indicam amizade e confiança.

Então de certa forma terei de aguentar essa palhaçada!

— O trânsito estava caótico! Fora que o meu avô quase não deixou eu sair, acredita num absurdo desses!

A mesma revirou os olhos indignada.

-Ah mas não é ele que está doente? Acho que ele estava apenas preocupado com a sua segurança!

Sim! Preciso dizer esse tipo de idiotice!

Novamente para que Pamela pense que sou um cara decente!

Um amigo, um possível ficante ou até um amor platônico.

Ao menos foi o que Pamela disse à amiga no bate papo do WhatsApp.

Como sei disso? Hackeei o celular dela!

Consigo ver tudo o que ela faz! E essa é a melhor parte!

-Sim, mais uma vez obrigada pela consideração que tem ao meu avô! Você é um amor! Disse a ele que ia me encontrar com uma amiga!

Respondeu com voz doce. Ah.. aquela voz! Inocente, e gostosa de se ouvir!

Essa garota em certos momentos me faz esquecer o que estou fazendo aqui!

Rio mentalmente com a declaração dela! Mentiu ao avô dizendo que sairia com uma amiga!

Isso prova o quão persuasiva a doce Pamela pode ser!

— Isso não lhe dará problemas com o seu avô?

Perguntei preocupado. Ou falsamente preocupado.. com toda certeza falsamente preocupado!

Eu lá quero saber desse velho idiota?

— Não se preocupe! Sei como lidar com ele! Estará tudo certo se é chegar em casa no horário combinado!

Pamela piscou confiante.

-Então tudo certo! Vamos ao passeio?

Perguntei animadamente. Só eu sei o esforço que estou fazendo para manter essa farsa.

-Vamos!

A desgraçada sorriu inocentemente. Andamos lado a lado por uns cinco minutos em silêncio, a Pam tirava foto de tudo!

Ou quase tudo... o cocô que o cachorro de pedigree fez ela não tirou!

Quando a questionei sobre isso ela fez uma cara de nojo.

Na praça avistamos muitos brinquedos e muitos vendedores.

Duas barracas em especial chamaram a atenção de Pamela!

A primeira era uma barraca de algodão doce e a segunda era uma que tinha de acertar as argolas nas garrafas.

-Quer tentar?

Perguntei vendo a forma como Pamela olhava para a segunda barraca.

Ela fez que sim com a cabeça. E como um cavalheiro paguei ao vendedor umas trinta argolas.

Nem eu mesmo entendi o porquê gastei o meu dinheiro com uma garota qualquer!

E logo me arrependi! Pois a cada argola que ela lançava na garrafa ela acertava e entrega o bicho de pelúcia para a criança mais próxima.

No total foram vinte e cinco acertos. Vinte e cinco crianças felizes!

Sorri.

-Ver o sorriso dessas crianças me deixa muito feliz!

Pamela comentou enquanto andávamos pela praça.

Por alguma razão a praça estava lotada, lotada por crianças!

O que particularmente me irritava! Não gosto de crianças e se puder evitar ter filhos o farei sem hesitar!

-Ah sim, as crianças.. o sorriso delas. ér.. bom..

Cocei a cabeça enquanto Pamela ria da minha aparente confusão.

E nesse exato momento me odeio por ser tão idiota a ponto de deixar as emoções estragarem tudo.

Mas me controlei! Precisava manter as aparências.

-Ah me desculpe...

Agora parecia um adolescente constrangido.

-É que crianças me deixam nervoso! Os gritos, os choros e as risadas..

Pamela olhou-me com compreensão e tocou o meu ombro.

-Está tudo bem se você não gosta de crianças, nem todos gostam! Quem sabe um dia não aprende a lidar com elas?

Aquela voz doce, serena e compreensiva me enlouquece!

-Não sei se isso é para mim! Vamos para a próxima barraca?

Respondi rapidamente e mudei de assunto, queria encerrar logo tudo aquilo!

-Podemos sim!

Durante o caminho, Pamela não parava de falar sobre suas amigas de Sunsville e sobre um ex namorado louco.

-O que acha sobre o Derek?

Perguntou enquanto degustava seu algodão doce de tamanho anormal.

Sério! Que garota come um algodão doce maior que a própria cabeça?

Pois a Pam conseguiu! Demorou a tarde inteira, fiquei surpreso!

Por volta das seis e meia percebi que Pamela procurava o celular com certo nervosismo.

Claro que estava nervosa! Havia extrapolado o horário limite, e mal ela sabia que o celular estava comigo.

-Ah que droga! Como sou tão distraída!

Pam espraguejava enquanto tirava item por item de dentro da pequena bolsa.

-O que houve?

Me fiz de desentendido enquanto sutilmente desligava o telefone dela que estava no meu bolso.

-Meu celular sumiu e meu avô deve estar me enchendo de ligações! Oh, céus!

Passou as mãos na cabeça em sinal de desespero.

Era agora!

-O que acha se eu a deixasse em casa?

Propus amigavelmente. Ao menos era o que eu queria que ela acreditasse.

Pamela ficou pensativa por alguns minutos mas tratou de logo dar-me uma resposta:

-Ah, eu não sei!

Não! Essa não era a resposta que eu esperava!

Com toda certeza não era! Agora teria de contornar a situação.

-E por que não?

A contestei. Queria saber o motivo.

-Se meu avô me ver com um homem..

A face dela enrubeceu. Era impressão minha ou a doce e inocente Pamela pensava em coisas indecentes?

-Estarei perdida! Ele me trancará no quarto e só me deixará ir no último dia da minha estadia!

-E quanto tempo ficará por aqui?

Me conta doce Pam! Seja uma boa menina!

-Por uns seis meses!

Sorriu timidamente. E eu permaneci indiferente, não poderia deixar que isso saísse do controle.

-Ficará para as festas de fim de ano?

Perguntei rapidamente.

-Ficarei apenas para o Natal! Ano Novo, eu tenho meus planos!

Respondeu confiante. Ah, minha doce e querida, Pam... seus planos acabam de ser mudados!

Não posso dizer se estará viva nem para o dia dap⁰ Abóbora.. ou Halloween!

▪︎

Depois de muita ladainha da Pam, a convenci a entrar no meu carro.

A inocente e doce Pam encantou-se com a beleza do meu Audi Branco, abri a porta para ela entrar e entrei em seguida.

— Pensei que fosse dirigir.

— Hoje não! Meu motorista o fará por mim, estou cansado foi um longo dia de trabalho!

— Entendi!

A doce Pam sorriu.

▪︎

Ofereci a Pam uma Coca Diet, a bebida que ela mais bebia!

Era a bebida preferida dela!

A jovem Pam aceitou de bom grado! Mal ela sabia que a bebida estava batizada.

Cerca de quinze minutos, o boa noite Cinderela fez efeito!

Acomodei a Pam confortavelmente e olhei para o meu motorista:

— Já sabe o que fazer!

Disse em tom firme. O motorista nada respondeu.

Apenas seguiu o caminho que eu havia lhe passado.

Tudo encaminhado! Fase Dois: Concluída com Sucesso!

Durante o percurso para a ilha, me peguei pensando na minha infância e aquilo não era bom!

Flashback On:

Tinha seis anos brincava com os meus carrinhos no quarto.

Comecei a ouvir uns barulhos estranhos, ao menos naquela época.

A princípio ignorei pensando ser algo irrelevante, de repente os barulhos estranhos tornaram-se gritos.

Reconheci aquela voz! Era minha mãe!

Larguei todos os carrinhos e corri para o corredor!

Os gritos não cessaram, eles vinha da sala. E com muito medo, fui até lá.

Chegando à sala encontrei meu pai puxando minha mãe pelos cabelos.

- SUA VA*IA! EU SABIA QUE ME TRAÍA! SABIA QUE ESTAVA ME ENGANANDO!

Felipe vociferou.

— SOLTE-ME! DO QUE ESTÁ FALANDO, SEU LOUCO?

Claudia inutilmente tentava desvencilhar-se dos puxões de cabelo.

— DE VOCÊ E DO DAVID!

A jogou no sofá.

— ELE É O MEU IRMÃO, PERDEU A CABEÇA?

Claudia ficou de pé e o enfrentou. Felipe ficou pensativo.

— Mesmo assim. Isso não importa para vagabundas como você!

A encarou.

— Se me odeia tanto porque continua comigo?

Indagou. Atrás da porta, eu ouvia tudo assustado.

— Porque preciso do seu dinheiro! E apesar de ser uma va*ia, gosto de tran*ar com você! Ainda está gostosa!

Desafivelou o cinto da calça.

— Eu não quero, Felipe! Não assim!

Ela começou a chorar. Essa parte é meio confusa, só sei que após aquilo tudo, ouvi gemidos, muitos gemidos.

Na época não entendi muito bem o que havia acontecido.

Agora entendo que meus pais eram dois pervertidos!

Meu pai só batia na minha mãe porque ela gostava.

Ela pedia por isso! Fazia coisas para irritá-lo!

Gostava de se*o agressivo! Berrava de prazer!

Só tive conhecimento total aos doze anos, quando vi ela queimar todas as camisas dele com o ferro de passar roupa e em seguida meu pai entrou e trancou a porta.

Eles berravam umas frases loucas no ato. Eram dois loucos, doentes!

Fiz uma promessa, depois daquele dia não os veria da mesma forma!

▪︎

Assim que chegamos próximo ao destino, desci do carro com a Pamela nos braços.

Chegando ao cais, entrei no meu navio e acomodei Pamela na suíte principal obviamente trancando a porta em seguida.

Seria desastroso se ela escapasse! Me apossando da bolsa de Pamela enviei algumas mensagens.

O celular da Pam estava lotado de mensagens:

"Você ainda será minha, Pam. Sei que tenho enganei com a Mel e isso adiou os seus planos para perder a virgindade comigo mas estou arrependido"

O tal do ex obsessivo. As virgens mexem com a cabeça de um homem.

Vai saber a quanto tempo o tal Derek transava com a ex-melhor amiga da Pam.

"Vai pro inferno, babaca! Já estou em outra, não quero nada contigo. Ele me dá prazer todas as noites e é mais homem do que você jamais foi"

Respondi.

"Ah amiga, não vai me dizer que vão só dar uma volta na praça! O cara é um gato, me conta tudo mais tarde! 😈🤭"

"Se não está respondendo é porque está tran*ando! 😈🤤"

"Um gato! Se eu fosse você não perdia tempo, dá pra ele"

Sorrio maliciosamente. Então quer dizer que a doce e inocente Pam, contou sobre mim para as amigas?

"Ah amiga, Douglas é um doce comigo e só!"🤐

"Não estou. Apenas estou cansada, o dia foi cheio"☺

"Isso não depende de mim, se é que me entende"

😅

Dei respostas que com certeza a própria Pamela diria.

Havia também cinquenta e cinco ligações do avô!

O velho deve estar surtando! Olhei as horas, oito e meia da noite!

Que surto! Duas horas e meia! Isso que é superproteção!

▪︎

Voltei para o quarto onde a Pamela estava precisava tomar um banho e pedir que o chef preparasse algo para comer.

Tranquei a porta principal, abri o armário peguei uma cueca Box preta, uma bermuda de tecido leve preta e uma camisa polo verde em tom pastel.

Assim que abri o chuveiro e a água quente entrou em contato com a minha pele foi um alívio!

O dia realmente fora cansativo! A água aquecida e relaxante me levava para longe, um lugar feliz e tranquilo.

A minha mente! O lugar onde novamente eu poderia agir da maneira que achasse melhor e me sentisse em paz.

Peguei-me pensando em como tudo seria diferente se meus pais não tivessem sido mortos naquele dia!

O que eu seria hoje? Como eu deveria talvez estar feliz ao lado da minha mãe por estar presente nas minhas conquistas!

Em ir para a faculdade! Conquistar o primeiro emprego e morar sozinho!

Minha querida e amada mãe! Acho que de fato nunca a compreendi!

Mesmo assim não consigo para de pensar na forma como se permitia ser tratada!

Meu pai! Ou melhor.. o Felipe! Era um sádico!

Como eu queria ter tido forças para protegê-la desse louco!

Obsessivo por controle e sádico. Se eu pudesse voltar no tempo e.. sabe!

Consertar as coisas sem dúvidas o faria! Ou voltar no tempo e dar uma paulada na cabeça de Felipe!

Impedí-lo de cometer os abusos contra minha mãe!

Acredito que se tivesse a defendido, talvez nada de mal tivesse acontecido!

O que eu quero? Ou melhor queria? Ter uma família normal!

E com os Gonçalves, tive a chance de recomeçar!

De ter o que tanto desejei! Mas novamente me foi tirado pelo maldito Daniel!

Enquanto ensaboava o corpo, repassei o meu plano!

Usar a Pamela para atormentar o velho e causar sua morte.

Ameaçá-la e coagi-la a cooperar. Tudo ocorrendo como o planejado, bateria bem forte na cabeça da Pamela para que ficasse inconsciente e perdesse a memória.

Nunca planejei matá-la! Apenas a usaria para enlouquecer o velho!

Mas se isso ameaçasse o andamento do plano não hesitaria em tirar sua vida, de preferência na frente do velho.

Terminei o meu banho e desliguei o chuveiro.

Me sequei, passei o desodorante e o perfume e vesti-me.

Voltei ao quarto e encontrei Pamela dormindo profundamente, usei o telefone no quarto para me comunicar com o chef e pedir que preparasse um jantar farto.

Sentei na cama ao lado de Pamela e fiz uma ligação.

📱

— Oi Fabrício, ouça-me com atenção!

— Tudo bem, precisa de alguma coisa?

— Estou numa importante viagem de negócios, tive de ir às pressas!

— E qual a previsão para o seu retorno?

— Volto em seis meses.

— Como? Não pode passar tanto tempo fora e..

— Era esse o motivo da ligação! Quero que você assuma a empresa presencialmente! O que puder eu farei remotamente, será o Co-presidente!

-Nossa! Será uma honra, prometo não desapontá-lo!

— Te passarei os detalhes pelo e-mail!

— Mais alguma coisa?

— Não! Parabéns pela promoção!

📱

▪︎

Salmão acompanhado de salada verde e molho de maracujá.

Vinho branco.

A combinação dos deuses!

Nossa, Pam está perdendo um jantar maravilhoso!

Esse é o meu prato favorito! Se pudesse comer algo pelo resto da vida seria esse prato!

Atencioso como sempre, Pierre o chef do navio preparou um creme bruleé.

Fui ao céu! Ao experimentar a sobremesa da última vez!

E a cada vez fica melhor!

▪︎

Carlos, o garçom do navio volta para recolher os pratos.

Retorno ao banheiro para escovar os dentes e quando retorno quase sou atingido pelo abajur.

— Vejo que finalmente acordou, Pam!

Sorrio amigavelmente.

— Douglas, por que você me trouxe pra cá?

Pamela pegou um caco de vidro cor azul marinho do chão e aproximou do meu rosto.

— Como assim, Pam? Te convidei para um passeio de navio, não se lembra?

Tentei confundi-la enquanto sutilmente retirava o caco de vidro da mão dela.

Missão concluída com sucesso!

— Foi você! Está com o meu celular!

Afirmou em tom raivoso.

— Não sei do que está falando, Pam! Está com fome?

Perguntei enquanto pegava o telefone do navio para chamar a camareira para limpar os cacos de vidro.

Todos os funcionários do navio, tem a chave desse quarto.

A camareira entrou e trancou a porta novamente.

Se pôs a limpar e quando estava prestes a sair, Pamela tocou no seu ombro.

— Por favor, me ajude a sair daqui!

Ela implorou.

— Não sou paga para me meter na vida pessoa do meu patrão! Agora com licença, tenho muito que arrumar!

A camareira respondeu rispidamente antes de sair.

Controlei a vontade que tive de rir. Não sabia o quão ingênua a Pam poderia ser!

-Douglas, me leve de volta a Rugdeon! Por favor!

Ela implorou ajoelhada no chão. Os olhos úmidos de susto e a boca trêmula denunciavam seu nervosismo.

Provavelmente pensa que seja morta ou es*up*ada.

-Isso será impossível! Estamos no meio do oceano!

Pamela avançou contra mim. Com jeito a soltei em cima da cama e abri o armário.

-O que está fazendo?

Ela perguntou assustada e com a voz embargada.

-Estou pegando uma muda de roupa para você, e roupas íntimas!

As coloquei ao lado dela na cama.

— Aqui tem tudo que precisar! Desde roupas à produtos de beleza e de higiene pessoal! No banheiro tem uma toalha, tem água quente então...

Ela me fuzilou com os olhos, pegou a muda de roupas que estava em cima da cama e entrou no banheiro, fazendo questão de bater a porta com força.

Peguei o telefone do navio novamente e liguei para a cozinha, pedindo que Carlos trouxesse o jantar para minha convidada!

Capítulo 3 - Onde Foi Que Eu Me Meti?

Pâmela

A última coisa que eu me lembrava era de ter entrado no carro do Douglas, ele disse que me deixaria em casa.

Como pude cair num golpe desses? Me pergunto como.. como.. E..

A Coca Diet! Me*da! Me sinto uma idiota, por cair no truque mais batido de todos.

Devo admitir que fui muito ingênua!

Mas Douglas conquistou minha confiança!

Suspirei pesado e me despi. Assim que entrei no box exclamei!

-Uau!

Era lindo! E bem espaçoso! Liguei o chuveiro e nossa... minhas definições de extraordinário foram atualizadas.

Massageei os cabelos com o shampoo e me permiti relaxar por alguns minutos.

Enquanto enxaguava, me perguntei como o meu avô estaria ligando com o meu sumiço.

Sempre fomos próximos. Minha falecida mãe me disse meu avô Daniel era complicado.

Passei o condicionador nos cabelos.

Ele tinha um passado sombrio e se odiava por isso, como minha mãe bem disse antes de morrer, o meu avô está morrendo.

O câncer se espalhou pelo seu corpo. Os médicos lhe deram apenas seis meses de vida e por isso vim para Rugdeon.

Terminei de me ensaboar e enxaguar o meu corpo.

Peguei a toalha e sequei as partes íntimas e as pernas.

Sai do box e abri a gaveta da cômoda do banheiro, para pegar um hidratante e logo passei nos braços e nas pernas.

Sequei os braços e enxuguei os cabelos, por fim enrolando a segunda toalha nele enquanto me vestia.

Até que o enganador do Douglas tinha bom gosto.

Uma wide leg de lavagem escura e um cropped vinho, e uma sandália na cor dourada.

Olhei-me no espelho do banheiro e balancei minha cabeça negativamente.

Abri outra gaveta que continha desodorante, escova e pasta dente.

Peguei um creme de cabelo e um pente, suspirei fundo e olhei-me no espelho.

"Onde eu me meti?"

Questionei a mim mesma enquanto colocava o creme e o pente de volta no lugar.

▪︎

Retornei ao quarto e o desgraçado sorria para mim.

Sentei na cama e cruzei os braços. Só porquê ele havia me sequestrado não quer dizer que eu deva dar alguma confiança.

Infelizmente minha atitude só fez com que ele se aproximasse de mim!

Me*da!

-Algum problema, Pam?

Perguntou ainda com o olhar fixado.

-Não é óbvio?

Olhei para os quatro cantos do quarto e ele sorriu.

-Então.. érrm. deseja sair?

Douglas perguntou com cuidado. Era como se fosse algum tipo de mantra para ele.

Era como se aquelas palavras fossem complicadas de serem ditas!

-Sim! Sabe que está me forçando a ficar aqui, certo?

Disse calmamente. Apesar de tê-lo conhecido a pouco tempo, não sabia do outro lado dele.. o lado obsessivo que provavelmente o levou a fazer o quê fez!

Me sequestrar! Então todo cuidado é pouco, não sabia se Douglas estava armado ou a questão mais importante: o real motivo de eu estar ali!

De fato era algo que eu me preocupava!

-As coisas não são assim.. estou te salvando, querida Pam!

Ele passou a mão pelo cabelo.

--Salvando de quê?

O questionei.

-Isso.. não vem ao caso agora!

Respondeu friamente e se afastou voltando sua atenção a enorme televisão que só agora percebi que estava ligada.

Me*da!

▪︎

Por insistência do Douglas comi o que me fora trazido exceto o tal molho de maracujá que contia um pouco de leite, como sou intolerante a lactose tive de tomar cuidado!

Voltei ao banheiro para escovar os dentes e me preparar para o tédio!

Douglas não era burro! Só que para o azar dele eu também não era!

Ele acha que me conhece mas no fundo, no fundo não sabe de nada sobre mim!

Não sabe nada da pessoa que sou! Vou descobrir uma maneira de sair daqui e...

De volta ao quarto, notei algumas revistas de um lado da cama..

Sinceramente prefiro ler livros, tanto físicos quanto em PDF.

Essas revistas de hoje em dia são muito fúteis!

Suspirei e folheei algumas páginas.

▪︎

Uma hora depois, comecei a me sentir cansada.

Tomei um copo d'água que já estava em cima da cômoda, retirei as sandálias e deitei, puxando o cobertor para cima de mim.

Amanhã será um novo dia! Uma chance de escapar, desse louco!

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