...Visita Indesejável...
Cheguei em casa e me dirigi na direção do meu quarto, quando notei uma certa movimentação estranha na cozinha.
Joguei minha bolsa sobre o sofá e retirei minha arma do culer da cintura.
Passei pela porta e então vi a silhueta masculina de costas para mim.
— Nem mais um passo. — murmurei firme.
O homem então ergueu suas mãos para cima e se virou para mim.
Eu o conhecia muito bem.
Reddy.
— Oi detetive. Tudo bem com você? — me respondeu sínico.
— Kate ah meu Deus! Abaixa essa arma! — Lucy aparece em seguida se pondo ao lado dele.
— Me dê um motivo pra fazer isso. — a respondo.
Reddy era um aviãozinho da pior espécie.
Era aqueles garotos de entrega, trombadinhas de traficantes.
E o fato dele estar dentro da minha casa me enojava.
— Ele não está fazendo nada de errado. Acho que é um bom motivo. — ela o defende.
Olho para a mesma.
— O que eu já te disse? — a indaguei.
A mesma abaixa a cabeça.
— Ele me trouxe para casa ontem a noite. Estava tarde, achei perigoso ele ir embora. — me responde.
Ainda apontava a arma para ele.
— Perigoso foi ele ter ficado aqui. Sabe com o que ele trabalha? Lucy você tem ideia do que pode acontecer se o esquadrão descobre que tem um trombadinha dentro da minha casa? — a advirto.
A mesma assente.
— Sim eu sei. Me desculpa. Mas dá pra abaixar essa arma por favor? — me pede.
Aos poucos abaixo a mesma.
— Quero ele fora da minha casa em 3 minutos. Caso contrário ele vai sair algemado. E você vai junto. — digo a ela lhe dando as costas.
Depois de colocar Reddy para fora a mesma veio até mim.
— Me desculpa. — pede.
Olho para ela.
— Lucy eu deixei você ficar aqui por que somos amigas. Mas isso não significa que pode ficar trazendo pessoas para a minha casa. Principalmente pessoas como o Reddy. — Chamo sua atenção.
— Eu sei, me desculpa mesmo. Mas ele me parecia tão legal. — tenta diminuir sua culpa.
— Sim, é assim que eles te atraem. Parecem boas pessoas quando na verdade querem destruir a sua vida. Fica bem longe dele. Seria uma vergonha prós seus pais saberem que ao invés de se formar na universidade você está andando com um drogado. — digo firme.
A mesma fica em silêncio.
— Vou tomar um banho e descansar. Estou de folga hoje e amanhã. Arruma essa bagunça que fizeram. — termino de dizer e subo as escadas na direção do meu quarto.
Sorte a minha que havia instalado um sensor de senha que só abria com a minha digital e uma senha física.
Assim o meu quarto era impenetrável.
Abri o mesmo e fui direto para o banho.
Só então que me dei conta do quanto eu estava cansada.
Quando terminei vesti meu pijama e fui para a cama. As cortinas ainda estavam fechadas então parecia que era realmente noite no meu quarto.
Peguei meu celular e chequei as mensagens. Não havia nenhuma.
Como sempre. Pensei.
Bloqueei a tela e o coloquei sobre o criado mudo.
Fechei meus olhos e não precisou mais do que dois minutos para que eu caísse no sono.
...[•••]...
Algumas horas depois....
Acordei eram exatamente seis horas da tarde.
Poderia ser considerada morta pela forma que apaguei.
Batidas foram dadas na porta do meu quarto.
— Kate? Está viva? — Lucy grita do outro lado.
— Sim. Estou. — respondo com a voz sonolenta.
— Estou pensando em sair hoje. Quer vir também? — me chama.
— Saída em plena segunda feira? — questiono.
A mesma ri.
— Não existe segunda feira em Miami, Kate. — me adverte.
Me levanto da cama e caminho até as janelas abrindo as cortinas.
Estava prestes a escurecer.
— Posso entrar? — Lucy pede.
— Sim, está aberta. — respondo.
A mesma abre a porta e adentra o meu quarto.
— Sei que te chateei hoje mais cedo. Então talvez uma saída por minha conta possa melhorar os ânimos. — ela propõe.
Penso por alguns instantes.
Não gostava muito de sair para bares muito menos para as baladas de Miami. Mais sabia que a mesma não me deixaria em paz se eu não aceitasse. E pelo menos se eu fosse com ela, poderia manter Reddy longe dela.
— Tudo bem, mas não iremos passar das duas da manhã. — a advirto.
Lucy abre um sorriso comemorativo.
— Perfeito. Você vai adorar, tenho uma balada ótima em mente. Vamos nos divertir bastante e pegar vários caras gatos. Eu vou me arrumar. — fala animada saindo do meu quarto.
Lucy era três anos mais nova que eu e cursava moda na universidade local da cidade.
A melhor das faculdades para ser sincera.
Claro que Miami não era o seu destino, mas depois de passar o natal comigo no campos uma única vez, ela deduziu que não haveria cidade melhor do que Miami.
Mas não fora fácil para seus pais apoiarem aquela decisão. Por mais que ela tivesse a mim, naquela época eu era uma pessoa completamente diferente, e eles não pensavam que aquilo poderia dar certo, já que eu estava prestes a me casar.
O que não ocorreu de fato.
Eu não me casei, não disse o meu tão sonhado “Sim”.
E tudo o que eu havia sonhado para mim, não passou de uma ilusão. Percebi que o único verdadeiro amor que existe é aquele que nós sentimos por nós mesmos.
Não foi fácil, mas ninguém disse que seria. Eu o amava mais que a minha própria alma. Fiz planos para uma linda casa a beira da praia, com dois filhos maravilhosos. Sonhei que iríamos viver juntos até o último dia das nossas vidas, envelhecendo sentados em duas cadeiras de balanço, enquanto nossos netos corriam pelas areias da praia em um dia de verão ensolarado.
Mas infelizmente ele não tinha o mesmo sonho que o meu. Enquanto eu sonhava uma vida a dois, ele sonhava em como eu o ajudaria a conseguir seu tamanho sucesso, para que ele pudesse se exibir com as outras várias mulheres para quem ele dizia amar.
Ele era único na minha vida. Mas na dele eu não passava de mais uma.
Foi então que um mês antes de tomar a pior decisão da minha vida, ele acabou se descuidando e deixando seu celular desbloqueado sobre o criado da cama, enquanto tomava banho para sairmos.
Eu descobri tudo. As mensagens, os encontros, as fotos de passeios incríveis que ele nunca podia fazer comigo. Foi então que eu percebi como eu havia sido cega. Em como eu nunca consegui imaginar o por que de nunca sairmos juntos.
Terminei tudo naquela noite.
E foi a pior noite que tive em toda a minha vida, eu sentia que alguém havia me esfaqueado dentro do peito e deixará o punhal cravado dentro do mesmo.
Mas então dias depois eu mudei completamente, juntei minhas coisas e vendi a casa dos meus sonhos. Com o dinheiro na conta comprei este apartamento pela metade do preço que valia, pois a dona também queria se livrar dele por lembranças que a mesma não queria manter vivas em sua mente.
O reformei e então me mudei para o mesmo.
Logo após isso mudei o curso em que eu estava prestes a me formar. O trocando por Perita criminal. Logo em seguida segui o padrão para me tornar uma detetive renomada.
Passei noites em claro até alcançar o meu objetivo e foi nesta longa jornada que eu decidi que homem nenhum partiria meu coração novamente.
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Atualizado até capítulo 28
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