Capítulo 2. Lembranças

Samantha foi levada para a emergência do hospital e os médicos falavam e se moviam a sia volta, injetando medicamentos, ligando aparelhos, rasgando sua roupa e examinando seu corpo. Mas ela não ligava para o que acontecia à sua volta, sua mente estava naquele rosto másculo que lhe trazia lembranças do passado.

Voltou a época em que ria o tempo todo, pelo sol, pelas borboletas ou só por ver Jensen Colin, o filho dos patrões. Quando crianças, ele acenava e sorria, mas conforme foram crescendo, ele não sorria, mas acenava. Quando chegaram a adolescência, ele foi vê-la no pomar e ajudou a colher algumas frutas. Fazia um carinho em seu rosto, mas não falava nada.

Ele terminou o ensino médio e foi para a faculdade e um dia, voltou para passar as férias e viu a jovem bonita em que ela se transformou. Ela havia terminado o ensino médio, médio, estava com dezessete anos e continuava ajudando sua mãe, na fábrica e colhendo frutos no pomar.

Seus pais eram um casal de meia idade, sua mãe quando a teve, já estava com 42 anos e seu pai com 45. Eram muito amorosos e viviam bem, mas já demonstravam o cansaço da idade e ela fazia o possível para diminuir seus esforços fisicos.

Estava no pomar, mais uma vez colhendo frutos, quando ele chegou:

— Oi, Sam, você está linda! — ele chegou muito perto para falar.

— Oi, Jen, veio passar as férias. — respondeu, mas achou estranho, pois ele nunca falou com ela.

— Sim e também para comemorar meu aniversário de 21 anos.

— Que bom, parabéns!

— Não ganho um abraço?

Ele não esperou, puxou-a e a abraçou, dali para beijá-la, foi um segundo e ela, no inicio cedeu, mas quando tentou se afastar, ele a agarrou com força, ela reclamou,  mas não adiantou. Ela tentou até falar com calma, pedindo para ele não cometer uma loucura, que ela gostava dele desde criança e ele não precisava usar de violência com ela.

Mas não adiantou, ele parecia fora de si, jogou-a no chão e domino-a com seu corpo e ela cabou passando pela pior experiência de desrespeito e agressão de sua vida. Quando ele se foi, ela estava de bruços, com o rosto na terra, a roupa rasgada e ferida, por dentro e por fora de seu corpo, mas o pior, foi o seu coração partido.

Não teve como esconder o que aconteceu, de sua mãe, que tinha ido em casa tomar um remédio e a viu voltar do pomar naquele estado.

— Filha, o que foi que aconteceu?

— Eu caí.

— Não, isso não foi uma queda, quem fez isso, Samantha? — perguntou sua mãe, brava.

As lágrimas desceram pelo rosto da jovem, que sentiu-se acusada, sem ter feito nada para ser agredida do jeito que foi.

— Eu não tive culpa, mãe.

Saiu correndo para o banheiro, trancou a porta e entrou debaixo do chuveiro, enquanto sua mãe batia na porta, dizendo para ela não eliminar as provas.

*

— Senhorita? Senhorita? SAMANTHA!

Ela despertou da lembrança e olhou para o médico.

— Desculpe. Sim doutor?

— Sua perna teve uma séria fratura, precisaremos operar. Preciso saber se mudou alguma coisa em sua ficha, algum medicamento ou alergia nova?

— Não, doutor.

— Então assine a autorização, por favor. — o médico passou a prancheta com o documento e uma caneta para ela.

— Não tem outro jeito, doutor?

— Não cicatrizará bem e demorará muito, deixará sequelas e causará muita dor.

— Ok, entendi. — Assinou o papel, pensando em seu filho, que não tem culpa do pai inconsequente que tinha. 

Enquanto Samantha estava sendo socorrida, Rômulo levou o casal para a delegacia. Não estavam nada satisfeitos, alguma coisa a ver com uma reunião de família. Seguiam pela rua principal, quando viu o Senhor Jonas andando na frente de sua loja e parou a viatura. 

— Oi, Jonas.

— Oi, Rômulo.

Todos na cidade pequena, se conheciam e se tratavam sem formalidade.

— Se você está espetando a Sam com sua encomenda, ela não vem.

— Mas, ela nunca falhou uma entrega, já não tenho mais geleias no estoque.

— Você pode ligar e perguntar a Norma, se ela tem um estoque e ir buscar. A Samantha sofreu um acidente e toda a sua encomenda está quebrada na beira da estrada.

— Nossa! Coitada…mas se feriu muito?

— Pelo que vimos, quebrou a perna, que fivou debaixo da moto.

— Quem foi o desgraçado que fez isso com a nossa menina?

— Deixa wuieto, Jonas, deixa quieto. Tchau.

Romulo olhou para o casal, pelo espelho retrovisor e parecia que eles não estavam ligando a mínima para o que aconteceu a Samantha. A mulher olhava as unhas, resmungando e ele olhava a cidade pela janela, sem deixar transparecer qualquer emoção, totalmente inexpressivo. 

Na verdade, Jensen, estava voltado para o passado, vivenciando mais uma vez o pior ato que cometeu em sua vida  que teve consequências terríveis e ele nunca mais havia visto ou sabido dela. Gostava da menininha sorridente, que sempre estava observado-o, quando saía de casa para ir ao colégio. No início, correspondia, até seus pais o proibirem.

— Mas, pai, ela é só a menininha.

— Uma menini ha, fila dos empregados, nunva será nada na vida e você não deve se misturar com essa gente.

Quando insistiu, apenas acenando, sem sorrir, levou uma surra e ficou dois dias sem ir à escola. Mesmo assim, ele foi vê-la no pomar, mas como estava proibido de falar com ela, só ficava ajudando e brincando sem falar nada. Mas nada justifica o que fez quando atingiu a maioridade e nunca se desculpou ou mostrou arrependimento e foi isso que matou o pai dela.

Quando ele descobriu o que aconteceu com a filha, foi conversar com o senhor Colin, disse que era inadmissível o que aconteceu, mas não faria nada, em respeito a vontade da filha e Jensen ao invés de ficar quieto, quando seu pai lhe cobrou que contasse o que aconteceu, teve um ataque:

— O senhor tinha razão, papai. Não  devemos nos misturar com empregadinhos. É tudo culpa daquela vadia oferecida, vagabunda, que ficou se oferecendo pra mim.

Até hoje, Jansen lembra da expressão de espanto de seu pai e o desgosto do administrador, que passou do desgosto para uma vareta de dor e com a mão apertando o peito, caiu morto.

Romulo parou em frente a delegacia e abriu a porta para que descessem e Jensen agiu como um autômato, parecendo não ligar para nada.

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Comments

Sol Massaut

Sol Massaut

sinto muito. mas não vou ler esse livro. vou ler seus outros. estuprador se dar bem no final, é triste de mais. desrespeito com todas nós mulheres que já sofremos

2025-04-12

0

Expedita Oliveira

Expedita Oliveira

Canalha, escroto, vagabundo, cachorro, Nojo😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮🤮😝🤭🤭🤭🤭🤭🤭

2025-03-22

0

juliana brandao

juliana brandao

Credo, não quero ela com esse monstro 😡

2025-01-24

4

Ver todos
Capítulos
1 Capítulo 1. Geleia
2 Capítulo 2. Lembranças
3 Capítulo 3. Norma
4 Capítulo 4. Cara a vara
5 Capítulo 5. O Pai
6 Capítulo 6. Descontrole
7 Capítulo 7. Alívio
8 Capítulo 8. Novo Tempo
9 Capítulo 9. Lar
10 Capítulo 10. Terapeuta
11 Capítulo 11. Buquês
12 Capítulo 12. Alta Médica
13 Capítulo 13. Cartas na Mesa
14 Capítulo 14. Retaliação
15 Capítulo 15. Te Peguei!
16 Capítulo 16. Se Lascou!
17 Capítulo 17. Coração de Bananeira
18 Capitulo 18. Encontro
19 Capítulo 19. Frente a Frente
20 Capítulo 20. Será?
21 Capítulo 21. Confronto
22 Capítulo 22. Mais Um Dia
23 Capitulo 23. Encontros
24 Capítulo 24. Deixando o Passado
25 Capítulo 25. Fumacê
26 Capítulo 26. Invasão
27 Capítulo 27. Preocupação
28 Capítulo 28. Psicose
29 Capítulo 29. Advogados
30 Capítulo 30. Pôneis
31 Capítulo 31. Notícia Boa
32 Capítulo 32. Visita
33 Capítulo 33. Papai
34 Capítulo 34. Convite
35 Capítulo 35. Fábrica
36 Capítulo 36. Segurança
37 Capítulo 37. Sonho
38 Capítulo 38. Sabotagem
39 Capítulo 39. Veneno
40 Capítulo 40. Felicidade
41 Capítulo 41. Agora
42 Capítulo 42. Confiança
43 Capítulo 43. Ciúmes
44 Capítulo 44. Churrasco
45 Capítulo 45. Retorno
46 Capítulo 46. Confissão
47 Capítulo 47. Tumulto
48 Capítulo 48. Inferno
49 Capítulo 49. Alívio e dor
50 Capítulo 50. Enrolando
51 Capítulo 51. Choque
52 Capítulo 52. Questões
53 Capítulo 53. Novo Casal
54 Capítulo 54. Liberdade
55 Capítulo 55. Impulso
56 Capítulo 56. Fazendas 1 e 2
57 Capítulo 57. Herança
58 Capítulo 28. Segredo
59 Capítulo 59. Conversas
60 Capítulo 60. Arrancando o Passado
61 Capítulo 61. Pedido
62 Capítulo 62, Casamento
63 Capítulo 63. Final
64 Capítulo 64. Epílogo
Capítulos

Atualizado até capítulo 64

1
Capítulo 1. Geleia
2
Capítulo 2. Lembranças
3
Capítulo 3. Norma
4
Capítulo 4. Cara a vara
5
Capítulo 5. O Pai
6
Capítulo 6. Descontrole
7
Capítulo 7. Alívio
8
Capítulo 8. Novo Tempo
9
Capítulo 9. Lar
10
Capítulo 10. Terapeuta
11
Capítulo 11. Buquês
12
Capítulo 12. Alta Médica
13
Capítulo 13. Cartas na Mesa
14
Capítulo 14. Retaliação
15
Capítulo 15. Te Peguei!
16
Capítulo 16. Se Lascou!
17
Capítulo 17. Coração de Bananeira
18
Capitulo 18. Encontro
19
Capítulo 19. Frente a Frente
20
Capítulo 20. Será?
21
Capítulo 21. Confronto
22
Capítulo 22. Mais Um Dia
23
Capitulo 23. Encontros
24
Capítulo 24. Deixando o Passado
25
Capítulo 25. Fumacê
26
Capítulo 26. Invasão
27
Capítulo 27. Preocupação
28
Capítulo 28. Psicose
29
Capítulo 29. Advogados
30
Capítulo 30. Pôneis
31
Capítulo 31. Notícia Boa
32
Capítulo 32. Visita
33
Capítulo 33. Papai
34
Capítulo 34. Convite
35
Capítulo 35. Fábrica
36
Capítulo 36. Segurança
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Capítulo 37. Sonho
38
Capítulo 38. Sabotagem
39
Capítulo 39. Veneno
40
Capítulo 40. Felicidade
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Capítulo 41. Agora
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Capítulo 42. Confiança
43
Capítulo 43. Ciúmes
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Capítulo 44. Churrasco
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Capítulo 45. Retorno
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Capítulo 46. Confissão
47
Capítulo 47. Tumulto
48
Capítulo 48. Inferno
49
Capítulo 49. Alívio e dor
50
Capítulo 50. Enrolando
51
Capítulo 51. Choque
52
Capítulo 52. Questões
53
Capítulo 53. Novo Casal
54
Capítulo 54. Liberdade
55
Capítulo 55. Impulso
56
Capítulo 56. Fazendas 1 e 2
57
Capítulo 57. Herança
58
Capítulo 28. Segredo
59
Capítulo 59. Conversas
60
Capítulo 60. Arrancando o Passado
61
Capítulo 61. Pedido
62
Capítulo 62, Casamento
63
Capítulo 63. Final
64
Capítulo 64. Epílogo

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