Samantha foi levada para a emergência do hospital e os médicos falavam e se moviam a sia volta, injetando medicamentos, ligando aparelhos, rasgando sua roupa e examinando seu corpo. Mas ela não ligava para o que acontecia à sua volta, sua mente estava naquele rosto másculo que lhe trazia lembranças do passado.
Voltou a época em que ria o tempo todo, pelo sol, pelas borboletas ou só por ver Jensen Colin, o filho dos patrões. Quando crianças, ele acenava e sorria, mas conforme foram crescendo, ele não sorria, mas acenava. Quando chegaram a adolescência, ele foi vê-la no pomar e ajudou a colher algumas frutas. Fazia um carinho em seu rosto, mas não falava nada.
Ele terminou o ensino médio e foi para a faculdade e um dia, voltou para passar as férias e viu a jovem bonita em que ela se transformou. Ela havia terminado o ensino médio, médio, estava com dezessete anos e continuava ajudando sua mãe, na fábrica e colhendo frutos no pomar.
Seus pais eram um casal de meia idade, sua mãe quando a teve, já estava com 42 anos e seu pai com 45. Eram muito amorosos e viviam bem, mas já demonstravam o cansaço da idade e ela fazia o possível para diminuir seus esforços fisicos.
Estava no pomar, mais uma vez colhendo frutos, quando ele chegou:
— Oi, Sam, você está linda! — ele chegou muito perto para falar.
— Oi, Jen, veio passar as férias. — respondeu, mas achou estranho, pois ele nunca falou com ela.
— Sim e também para comemorar meu aniversário de 21 anos.
— Que bom, parabéns!
— Não ganho um abraço?
Ele não esperou, puxou-a e a abraçou, dali para beijá-la, foi um segundo e ela, no inicio cedeu, mas quando tentou se afastar, ele a agarrou com força, ela reclamou, mas não adiantou. Ela tentou até falar com calma, pedindo para ele não cometer uma loucura, que ela gostava dele desde criança e ele não precisava usar de violência com ela.
Mas não adiantou, ele parecia fora de si, jogou-a no chão e domino-a com seu corpo e ela cabou passando pela pior experiência de desrespeito e agressão de sua vida. Quando ele se foi, ela estava de bruços, com o rosto na terra, a roupa rasgada e ferida, por dentro e por fora de seu corpo, mas o pior, foi o seu coração partido.
Não teve como esconder o que aconteceu, de sua mãe, que tinha ido em casa tomar um remédio e a viu voltar do pomar naquele estado.
— Filha, o que foi que aconteceu?
— Eu caí.
— Não, isso não foi uma queda, quem fez isso, Samantha? — perguntou sua mãe, brava.
As lágrimas desceram pelo rosto da jovem, que sentiu-se acusada, sem ter feito nada para ser agredida do jeito que foi.
— Eu não tive culpa, mãe.
Saiu correndo para o banheiro, trancou a porta e entrou debaixo do chuveiro, enquanto sua mãe batia na porta, dizendo para ela não eliminar as provas.
*
— Senhorita? Senhorita? SAMANTHA!
Ela despertou da lembrança e olhou para o médico.
— Desculpe. Sim doutor?
— Sua perna teve uma séria fratura, precisaremos operar. Preciso saber se mudou alguma coisa em sua ficha, algum medicamento ou alergia nova?
— Não, doutor.
— Então assine a autorização, por favor. — o médico passou a prancheta com o documento e uma caneta para ela.
— Não tem outro jeito, doutor?
— Não cicatrizará bem e demorará muito, deixará sequelas e causará muita dor.
— Ok, entendi. — Assinou o papel, pensando em seu filho, que não tem culpa do pai inconsequente que tinha.
Enquanto Samantha estava sendo socorrida, Rômulo levou o casal para a delegacia. Não estavam nada satisfeitos, alguma coisa a ver com uma reunião de família. Seguiam pela rua principal, quando viu o Senhor Jonas andando na frente de sua loja e parou a viatura.
— Oi, Jonas.
— Oi, Rômulo.
Todos na cidade pequena, se conheciam e se tratavam sem formalidade.
— Se você está espetando a Sam com sua encomenda, ela não vem.
— Mas, ela nunca falhou uma entrega, já não tenho mais geleias no estoque.
— Você pode ligar e perguntar a Norma, se ela tem um estoque e ir buscar. A Samantha sofreu um acidente e toda a sua encomenda está quebrada na beira da estrada.
— Nossa! Coitada…mas se feriu muito?
— Pelo que vimos, quebrou a perna, que fivou debaixo da moto.
— Quem foi o desgraçado que fez isso com a nossa menina?
— Deixa wuieto, Jonas, deixa quieto. Tchau.
Romulo olhou para o casal, pelo espelho retrovisor e parecia que eles não estavam ligando a mínima para o que aconteceu a Samantha. A mulher olhava as unhas, resmungando e ele olhava a cidade pela janela, sem deixar transparecer qualquer emoção, totalmente inexpressivo.
Na verdade, Jensen, estava voltado para o passado, vivenciando mais uma vez o pior ato que cometeu em sua vida que teve consequências terríveis e ele nunca mais havia visto ou sabido dela. Gostava da menininha sorridente, que sempre estava observado-o, quando saía de casa para ir ao colégio. No início, correspondia, até seus pais o proibirem.
— Mas, pai, ela é só a menininha.
— Uma menini ha, fila dos empregados, nunva será nada na vida e você não deve se misturar com essa gente.
Quando insistiu, apenas acenando, sem sorrir, levou uma surra e ficou dois dias sem ir à escola. Mesmo assim, ele foi vê-la no pomar, mas como estava proibido de falar com ela, só ficava ajudando e brincando sem falar nada. Mas nada justifica o que fez quando atingiu a maioridade e nunca se desculpou ou mostrou arrependimento e foi isso que matou o pai dela.
Quando ele descobriu o que aconteceu com a filha, foi conversar com o senhor Colin, disse que era inadmissível o que aconteceu, mas não faria nada, em respeito a vontade da filha e Jensen ao invés de ficar quieto, quando seu pai lhe cobrou que contasse o que aconteceu, teve um ataque:
— O senhor tinha razão, papai. Não devemos nos misturar com empregadinhos. É tudo culpa daquela vadia oferecida, vagabunda, que ficou se oferecendo pra mim.
Até hoje, Jansen lembra da expressão de espanto de seu pai e o desgosto do administrador, que passou do desgosto para uma vareta de dor e com a mão apertando o peito, caiu morto.
Romulo parou em frente a delegacia e abriu a porta para que descessem e Jensen agiu como um autômato, parecendo não ligar para nada.
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Atualizado até capítulo 64
Comments
Sol Massaut
sinto muito. mas não vou ler esse livro. vou ler seus outros. estuprador se dar bem no final, é triste de mais. desrespeito com todas nós mulheres que já sofremos
2025-04-12
0
Expedita Oliveira
Canalha, escroto, vagabundo, cachorro, Nojo😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮😝🤮🤮😝🤭🤭🤭🤭🤭🤭
2025-03-22
0
juliana brandao
Credo, não quero ela com esse monstro 😡
2025-01-24
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