Helena estava comendo e fez a pergunta indiscreta. Estavam quietos por que não gostavam do ambiente, não gostavam da comida ou por causa dela.
O quarteto se olhou, mas ninguém foi capaz de responder.
Helena: Entendi. O silêncio fala mais alto. O famoso: Quem cala, consente.
Continuaram em silêncio. Não conseguiam refutar as palavras de Helena.
Helena: Esse refeitório é sempre tão vazio? Ou hoje o restaurante vizinho está com promoção?
Hélio: Os diretores raramente veem aqui. Todos preferem o restaurante. Os poucos que vem, é porque gastaram demais ou não vão ter tempo para aguardar a vez no restaurante.
Helena: Entendo. E essa comida toda vai para onde?
Antônio: São distribuídos numa comunidade carente. São feitas quentinhas e distribuídos por vans. Saem quatro vans todos os dias.
Helena: Um belo uso para a comida. Mas se a administração sabe que sobrou esse montão de comida, porque não incentivar os diretores a comer aqui?
Antônio: Já tentamos com sobremesa gratuita, doces diferentes, mas o problema é que o refeitório só oferece água mineral, suco e refrigerante. No restaurante, podem tomar vinho, cerveja, champanhe, whisky.
Helena: O consumo de álcool é a atração. Agora está explicado. Se o refeitório começar a oferecer uma taça de vinho, ou uma garrafa de cerveja, no restaurante vão poder beber a vontade. O refeitório nunca será atrativo.
Augusto: Você entendeu o que aconteceu com o refeitório. Desde que abriu o restaurante, isso aconteceu. O refeitório continua aberto, pois tem pessoas que numa emergência, precisam ficar aqui. Como viu hoje, além de nós, mais 10 vieram comer.
Helena: Não riam da minha ideia. Se o CEO declarasse que uma vez por semana, em dias aleatórios, seria usado o bafômetro no retorno do almoço e quem estivesse alcoolizado, perderia o dia de trabalho. Seria hilariante. Quem tivesse compromisso, iria mudar de atitude imediatamente. Mas os rebeldes, iam continuar a beber, sem se importar com o corte do dia.
Heloisa: Que ideia! Acha mesmo que os viciados em álcool não iam cair em cima para destruir essa forma inusitada de bloquear a bebedeira no restaurante.
Helena: Estou falando para descontrair, gente! O CEO não é um ditador.
Augusto: Mas essa ideia não é de todo ruim. Se nosso CEO fizesse isso por um mês, o restaurante iria declarar falência.
Helena: Pessoal, isso é igual a lutar contra o ser mitológico Hidra. Você corta uma cabeça e nascem duas no lugar.
Hélio: Você conhece mitologia greco-romana?
Helena: Sim e nórdica também.
Hélio: Não acredito. Encontrei uma pessoa que conhece o mesmo que eu.
Helena: Fora do horário de trabalho, podemos trocar informações sobre o assunto. O que acha dessa proposta?
Hélio: Maravilhosa! Tudo de bom!
Antônio: A conversa está ótima! Mas nosso horário de almoço acabou. Vamos trabalhar, pessoal?
Helena: Não me dei conta que a hora passou rápido. Vamos.
Os outros diretores que estavam no refeitório, ouviram a conversa dos cinco. Cada um ficou pensando sobre como levar a ideia para o CEO.
O quinteto entrou no elevador e voltou para o trabalho.
Enquanto isso, um dos diretores, mais afoito, pediu para conversar com o CEO.
Diretor 1: Estava almoçando no refeitório e vendo como ele estava vazio, lembrei do motivo. Desde que aquele funcionário encheu a cara e acabou matando a namorada por ciúmes, que o consumo de álcool dentro do refeitório foi proibido. Aí um espertinho abriu um restaurante em frente onde o consumo é liberado. E se você declarasse que uma vez por semana, em dias aleatórios, seria usado o bafômetro e quem estivesse alcoolizado perderia o dia de trabalho.
CEO: E pensou nisso hoje, justo quando uma nova administradora chegou e provavelmente foi almoçar no refeitório dos diretores. Que interessante. Essa jovem chegou fazendo as pessoas pensarem. Acho melhor dar um bônus a ela.
Diretor 1: Está dizendo que a ideia não é minha?
CEO: Não. Muito diferente disso. Estou dizendo que a jovem chegou fazendo uma reviravolta geral. Fazendo pessoas que não pensavam em nada, agora pensam em benefício da empresa. Isso é muito bom! Obrigado por sua ideia, vou pensar com carinho.
Diretor 1: Ah! Que bom! Levei um susto achando que era outra coisa. Vou voltar para o trabalho. Obrigado por receber-me.
O CEO estava se divertindo com a atitude do diretor. Ele trabalhava na empresa desde o pai dele que estava aposentado. Nunca moveu uma palha sequer. Agora chegou com ideias incríveis sobre o funcionamento do refeitório. Ele estava começando a querer conhecer a tal Helena. Se ofereceu para trabalhar numa empresa menor, numa cidade desconhecida, mesmo com benefícios maiores, ainda não era nenhuma maravilha. Já tomou atitude de enfrentar a empresa de instrumentos musicais. E agora a ideia do bafômetro e corte do dia por estar alcoolizado no local de trabalho. Muito inteligente.
Como era só o primeiro dia, decidiu não assustar a novata. Daria a ela um tempo para se firmar na empresa. E se ela conseguisse fazer negócios com a empresa de instrumentos musicais, ganharia um bônus.
Pensou em quantos bafômetros precisaria para não atrapalhar tanto o retorno do almoço. Talvez uns 20 com os seguranças e mais uma reforçada na segurança para não escaparem do teste.
Ligou para o tesoureiro e pediu que fizesse uma avaliação de preços de 20 unidades de bafômetro para ontem. Ligou para um colega delegado e pediu uma equipe de treinamento de uso do bafômetro.
Delegado: Amigo, quanto tempo! Vai precisar disso quando?
CEO: Ontem. Estou com sérios problemas de funcionários embriagado no trabalho. Já estou com medo de processos. Vou fazer isso semanalmente em dias aleatórios. Você sabe que os refeitórios da empresa são proibidos de servir álcool. O pessoal vai almoçar no restaurante em frente para encher a cara.
Delegado: Eu sei, cara, desde aquela tragédia. Mas fica tranquilo. Amanhã estaremos aí com 5 policiais a paisana para ensinar os seus funcionários a usar o bafômetro e fazer a leitura correta. Podemos fazer uma pequena prévia do que será depois do treinamento.
CEO: Valeu, amigo! Quando precisar de alguma coisa, conte comigo.
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Atualizado até capítulo 104
Comments
odia Costa
parabéns diretor roubou a ideia da Helena
2024-04-17
0
odia Costa
Esse diretor e esperto
2023-12-20
0
Maria Izabel
como tem pessoas oportunistas que tomam ideias de colegas para se dar bem com o CEO da empresa só imaginando quando a Helena souber que sua ideia foi usada por um invejoso e talarico
2023-12-08
1