Em Fetmancity nós começamos uma vida nova, mamãe logo trocou nossos nomes, agora mamãe se chamava Stela, e eu me chamava Sophia, eram lindos nomes, mas eu custaria a me acostumar com eles.
Mamãe conseguiu um emprego como secretária do prefeito do lugar, e eu comecei a estudar na escola local, e finalmente pude fazer amizades.
Jeremias nunca mais nos procurou, e ninguém mais foi morto.
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Mamãe finalmente se apaixonou novamente, e começou a namorar o médico da cidade, era um bom homem se chamava Antony, e adorava minha mãe, ela finalmente parecia feliz, e eu também me sentia assim, nós estávamos reconstruindo nossas vidas, e eu estava começando a descobrir novos sentimentos.
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Já faziam dois anos que mamãe e eu éramos Stela e Sophia, e eu adorava a nova vida.
Eu havia acabado de completar treze anos, e estava sentindo tudo o que uma adolescente normal deveria sentir nesta idade, logo arranjei meu primeiro namorado, se chamava Henri, era meu colega de classe, nosso namoro era o mais inocente de todos, nem nos beijávamos, éramos felizes apenas por podermos voltar juntos da escola de mãos dadas, tudo era perfeito, tudo corria muito bem na cidade, até que um terrível crime aconteceu na cidade.
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Parecia que eu nunca seria feliz, eu já não me sentia merecedora da felicidade, primeiro minha avó havia morrido, depois meu pai, depois minha vida sofreu uma reviravolta graças ao louco do Jeremias, e agora eu estava prestes a sofrer uma grande perda.
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Era uma manhã comum, e eu voltava da escola sozinha, Henri havia faltado, resolvi visitá-lo para saber o que havia acontecido.
Quando cheguei a porta havia sido arrombada, mesmo assustada decidi entrar, e me deparei com a pior cena de todas, Henri toda a sua família estavam mortos, imóveis, havia sangue em tudo, seus corpos estavam espalhados por toda a casa, e não havia sobreviventes, corri inconsolável, gritei por socorro, os vizinhos logo apareceram e viram tal cena, a polícia foi chamada, e foi iniciada uma investigação, todos os moradores eram suspeitos, corri para a prefeitura para dar a notícia mamãe, mas ela não estava, e também não estava em casa, então voltei para frente da casa de Henri, e a multidão já havia tomado todo o quintal, e mamãe estava lá, ela parecia outra novamente, com o olhar parado, e sem emoção aparente.
Eu corri para abraçá-la e ela me abraçou com enorme frieza, mas naquele momento eu não poderia perceber, já que eu estava sofrendo demais com a morte de Henri.
Senti uma dor imensa, algo que eu jamais havia conhecido, uma dor que rapidamente se transformou em um ódio profundo, eu sabia quem havia feito aquilo, com toda a certeza, as mortes não eram coincidências, estavam ligadas à de vovó, e de papai, e os assassinos iriam pagar.
A investigação levou vários meses, e eu me sentia aflita, eu odiava a pessoa que havia me tirado Henri, mesmo sem saber ao certo quem era eu odiava tal pessoa.
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Finalmente a investigação teve fim, e a polícia apareceu em nossa casa, mamãe estava no banho e pediu que eu os atendesse.
Quando abri a porta os policiais sequer me cumprimentaram, foram entrando sem pedirem licença, revistaram a casa, bagunçaram tudo, tiraram mamãe do banho, eu estava perplexa, que confusão era aquela? Porque aquelas pessoas estavam invadindo nossa casa?
O que estava acontecendo?
Os policiais algemaram mamãe e a levaram presa.
Senti meu mundo desmoronar, berrei, me agarrei aos pés de mamãe, que chorava inconsolável, os policiais me seguraram, eu gritei, eu implorei para que não levassem mamãe, mas eles me ignoravam, eu nem sabia para onde a tinham levado, corri em busca da ajuda de Antony, ele pediu para que sua mãe cuidasse de mim, enquanto ele procurava descobrir, porque tinham prendido mamãe.
Mais de duas horas haviam se passado e Antony não retornava com notícias de mamãe.
Depois de quase três horas esperando, Antony apareceu, e estava acompanhado de um homem, que não me era estranho, mas parecia estar disfarçado.
Antony estava aparentemente arrasado, não era possível que estivesse dissimulando, eu perceberia, sempre fui boa em perceber as verdadeiras emoções das pessoas.
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Antony disse que mamãe era suspeita do assassinato de Henri.
Fiquei irada, quem eram esses policiais medíocres?
E Porque queriam envolver mamãe nessa sujeira toda?
De certo é por algo que tenha acontecido na prefeitura, esses malditos políticos sempre aprontam e depois colocam a culpa nas secretárias, com certeza aquele prefeito nojento quis se aproveitar de mamãe e ela não permitiu, então ele decidiu se vingar.
Milhares de suposições passavam por minha mente naquele momento, mas o que eu tinha certeza era de que mamãe era inocente, ela jamais mataria alguém, ainda mais alguém que eu amasse, mamãe não era fria, as vezes demonstrava os sentimentos de forma confusa, mas ela era doce.
Antony me apresentou aquele homem com rosto familiar, era o advogado que ele havia contratado para defender mamãe, não sei porque, mas senti que este advogado não era um advogado de verdade, foi bem estranho ele aparecer no mesmo dia em que mamãe foi presa, algo fedia nessa história, e eu iria descobrir.
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No dia seguinte, pedi que Antony me levasse a delegacia.
Senti uma dor imensa ao ver mamãe ser trazida sala de visitas algemada, e um guarda sempre a vigiava, meu Deus quem fizera algo tão maligno contra alguém tão doce?
Mamãe e eu nos abraçamos, e nos beijamos, era como se estivéssemos separadas por anos.
Eu perguntei a mamãe o que estava havendo.
Mamãe disse que tinham armado para ela, mas que não havia sido o prefeito, ela disse que de certa forma tinha a ver com a explosão na empresa de papai, ela acreditava que Jhon Stouths havia nos encontrado, e queria se vingar de papai.
Eu fiquei confusa, pois todos sabiam que papai havia morrido, porque alguém iria se vingar dele?
Mamãe disse que a explosão na empresa havia sido planejada, ela sabia de tudo, era um plano de papai para nos proteger de Jhon, se ele imaginasse que papai estava morto, não iria mais nos perseguir.
Mas pelo jeito Jhon havia encontrado papai, e agora o golpe final dele seria me matar.
Mamãe implorou para que eu fugisse, disse que eu não poderia confiar em ninguém, ela pediu para que eu não contasse sequer a Antony.
Ninguém era confiável, mamãe me disse onde havia dinheiro pra mim em nossa casa, disse que eu devia pegar o dinheiro e ir pra bem longe.
Ela havia escondido várias identidades falsas com minha foto, para que eu me mudasse sem levantar grandes suspeitas.
Eu prometi a mamãe que voltaria para vê-la, mas ela disse que se eu voltasse seria morta, e que eu deveria encontrar papai e fugir.
Eu não sabia como fazer, eu tinha apenas treze anos e minha vida havia desmoronado por completo, fui obrigada a amadurecer depressa.
Me despedi de mamãe e corri para casa antes que Antony me visse.
Mas quando cheguei em casa já estavam me aguardando.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Fabi Ribeiro
quero mais por favorzinho
2023-02-11
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Maria Madalena Figueredo
maiss
2023-02-11
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