Noite bem dormida

...Ayana...

Pegamos um Uber, andamos por uns minutos, fico curiosa para saber o que ela estava fazendo naquela avenida, mas não tenho coragem de perguntar, vou calada no trajeto, ela dormi, parece está cansada.

O motorista avisa que já chegamos no local indicado, é um lugar de classe média alta. Ela acorda, paga o motorista, descemos e entramos numa casa simples que fica entre dois prédios, achei estranho uma casa tão simples no meio de dois prédios, não muito altos.

Ela abre a porta, eu entro em silêncio. A casa é bem organizada e limpa, tem um quarto sala e cozinha.

Sheila: você não trouxe bolsa? E as suas roupas?

Ayana: eu não tenho roupas!

Sheila: toma um banho, o banheiro é ali, já lhe levo uma toalha(fala me mostrando)

Era Tudo o que eu queria, um banho para me sentir limpa, esfrego bem os meus seios, e todo o meu corpo, não quero me sentir suja, fazendo isso vou me sentir melhor.

A Sheila me traz uma toalha, me enrolo e saio do banheiro, ela me entrega um pijama.

Sheila: acredito que lhe serve!

Ayana: obrigada!

A Sheila não me pergunta nada, a não ser, se estou com fome, eu falo que não, que só quero dormir. Então ela arruma um colchão ao lado da sua cama, eu deito e logo sou vencida pelo cansaço.

*

*

Sheila: acorda garota!

Ayana: já amanheceu?

Sheila: sim, já fui a padaria, fiz café...

Ayana: nossa, fazia tempo que eu não dormia tão bem!

Sheila: levanta, vai tomar o seu café... Enquanto isso, vou tomar um banho, e depois quero ter uma conversa com a sua pessoa!

Faço o que a Sheila falou, ela me parece ser uma pessoa legal, embora ela tem uma tristeza no olhar profunda.

Fico pensando o que eu falarei para ela, porque a verdade eu não posso contar, vai que ela chama a polícia para mim, não a conheço, acho melhor eu ficar em silêncio.

Será que já acharam aquele desgraçado? Será que eles vão me acusar? fico fazendo as perguntas para me mesma em pensamentos.

Sheila: fecha a boca garota! (fala rindo)

Ayana: ah

Saio dos meus pensamentos com a Sheila.

Sheila: terminou?

Ayana: sim!

Sheila: vem aqui no quarto, eu quero conversar com você.

Faço o que ela manda, sento na beira da cama dela, ela senta também.

Sheila: então, Ayana, o que você fazia na avenida aquela hora? Onde estão os seus pais?

Ayana: eu não tenho pais!

Sheila: onde você morava?

Ayana: num abrigo, por não ter mais idade de morar lá, por isso resolvi sair de lá!

Sheila: Ayana, você não poderia ter deixado para sair durante o dia!? Essa história está mal contada!

Ayana: sim, mais eu sair era mais cedo, como eu não conheço a cidade, eu acabei me perdendo.

Sheila: e você tem para onde ir?

Ayana: bem! Eu, é eu...

Sheila: pelo jeito não né!? Quantos anos você tem?

Ayana: eu tenho 19 anos

Sheila: olha Ayana, eu moro aqui sozinha, se você quiser passar uns tempos aqui, Por mim tudo bem!

Ayana: e os seus pais?

Sheila: eu também não tenho!(fala triste)

Ayana: entendi. Você sabe aonde eu posso arrumar um trabalho?

Sheila: olha, eu até poderia indicar você no meu trabalho, mas eu acho que você não merece!

Ayana: eu faço qualquer trabalho, qualquer coisa!

Sheila: qualquer coisa mesmo?

Ayana: sim!

Sheila: eu sou garota de programa! Você trabalharia de prostitut@?

Eu regalo o meu olho para a Sheila, não imaginava que ela fazia isso, só de imaginar um homem tocar em mim, já me dar desespero, acabo me lembrando do velho em cima de mim, uma lágrima desse no meu rosto.

Ayana: não! Isso eu não faço! (falo me levantando)

Sheila: calma, e nem eu lhe obrigaria fazer isso! Ainda mais que parece ser virgem!

Ayana: nada contra você, por você fazer isso! Mais eu não conseguiria, e nem quero. Me desculpe.

Sheila: tá tudo bem! Você pode procurar trabalho, eu vou te ajudar.

Ayana: eu te agradeço. Eu tenho um dinheiro para ajudar, até eu conseguir um trabalho.

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