"Sangrando"

O carro parecia que não andava, uma demora horrível para chegar até a casa dele,e para aumentar minha ansiedade o celular dele está dando desligado.

*que loucura estou fazendo agora? já vou ser punida e continuo cometendo erros"

Cheguei na casa dele e foi a primeira vez que percebi que o jardim era enorme e bem no meio havia uma árvore muito bonita, mais olhando bem, parecia estar morta, só tinham algumas folhas,fui caminhando devagar,olhei pra todos os lados, não vou me permitir cair em uma armadilha do dong-cha.

O tom de voz era diferente do dong-cha e do Billy,eu consigo reconhecer a tristeza da voz.

Passei pela sala, chamei pela Ba,a casa parece vazia,ouço um barulho vindo do andar de cima,subi as escadas com corrimão em mármore degrau por degrau ,a porta do quarto estava entreaberta,olhei com cautela e tinha uma luz vinda do banheiro,entrei e fui até lá,o susto que levei me fez ficar pálida.

A banheira branca estava com a água e as bordas vermelhas de sangue,ele estava dentro d'água e estava desacordado.

Me aproximei com lágrimas nos olhos e as mãos trêmulas,tirei o cabelo que estava no seu rosto, verifiquei as funções vitais e pensei alto,como se fosse uma oração:

*_Meu Deus não permita que eu tenha chegado tarde demais,por favor Deus,eu te imploro,me deixa salva-lo*

Ele segurou minha mão junto ao seu rosto,e me olhou fixamente.

__Você veio,está aqui, obrigado.

Ele apagou mais uma vez.

__Por favor, não dorme,fica comigo,vou pedir ajuda.

Liguei para uma ambulância e em seguida para o professor,ele iria me esperar no hospital para examinar melhor o estado dele,eu já tinha visto umas escoriações no rosto,e todo aquele sangue era da mão dele.

__Você consegue sair daqui?

Coloquei as mãos por baixo dos braços dele e consegui tirar ele da banheira,ele era bem pesado e cai com ele no chão molhado, mesmo machucado ele teve o cuidado de colocar a mão para que eu não batesse a cabeça no chão e mesmo parecendo bobagem fiquei muito comovida com essa atitude dele.

Consegui colocar ele na cama, procurei uma tesoura para cortar sua camiseta preta que estava molhada e colada no corpo dele, tinha que ver se havia algum ferimento em seu abdômen, achei uma pequena tesoura na gaveta do armário do banheiro e cortei sua blusa, infelizmente eu tinha razão,ele tinha uma perfuração que sangrava, peguei um pano e fiz pressão para tentar estancar o sangramento.

E ele indefeso,só me olhava,os socorristas chegaram e o levaram para a ambulância, minha roupa estava toda suja de sangue,uma das socorristas veio me examinar e expliquei que o sangue não era meu,fomos para o hospital e coloquei uma toalha cobrindo seu rosto,ele é uma figura pública e se fosse fotografado seria uma bagunça das grandes.

Eu não saberia como lidar com a situação.

Ele segurava minha mão enquanto a maca era levada para dentro da emergência, parecia que eu era seu bote salva vidas,o seu olhar era de medo, não consigo nem pensar no que está passando pela cabeça dele nesse momento.

Quando chegou a sala de exames eu não pude entrar e ele não queria soltar minha mão, cheguei perto do seu ouvido e disse:

__Vá com eles ,vou dar um jeito de entrar, você não está sozinho,estou aqui.

Assim consegui soltar a mão dele,a Karen veio com a Anne e trouxe meu crachá do hospital, mostrei para o segurança e ele me deixou entrar.

Pedi para as meninas localizarem o professor, recebi a mensagem que ele estava a caminho, está no laboratório conversando com o empresário dele, parece que a situação está fora de controle.

Enquanto o professor não chega vou dar apoio ao Je-ha.

Mais não consigo ignorar minha intuição que grita que terei mais problemas pela frente.

Vou aguentar firme e enfrentar, nunca fugi de nada e não vai ser agora.

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