Passei o final de semana preparando a palestra para a universidade,estou me sentindo muito preguiçosa,meu corpo ainda está dolorido da noite que passei com aquele homem de olhos selvagens, estava difícil me concentrar com flashs daquela noite invadindo meus pensamentos,tenho que confessar que apesar de ter sido muito diferente do que estou acostumada,foi incrível,sou muito conservadora quando se trata de sexo e relacionamento, mais com ele perdi o pudor e até a vergonha.
Há algo nele que me intriga,ele parece ser inquieto e arrogante, é o tipo do homem que te joga na parede e tira seu chão,o tipo perigoso,e que inexplicavelmente me atraiu.Ainda não posso dizer o motivo que me levou a ir para a cama com ele, não sei se foi curiosidade, carência ou puro e simples desejo,eu queria ser tocada novamente,foi muito bom me sentir desejada de novo,e apesar de sentir culpa, não me arrependo de nada daquela noite.
*pelo menos até agora não me arrependo*
Tomamos café juntas,e fomos até a universidade de konkuk em Seul,ela fica próxima ao rio han,nessa universidade tem um centro médico onde nosso professor trabalha alguns dias na semana e que durante a viagem dela,eu e as meninas vamos assumir o lugar dele.
Pelo visto vou ter que voltar a fazer acompanhamento ao paciente,esses últimos anos fiquei só na área de pesquisa e fazendo consultoria aos outros médicos.
Os temas abordados nessa palestra tem que ser tratados com muito cuidado, é muito difícil tratar com suavidade assuntos tão sérios e dolorosos como esses, hoje especialmente vai ser difícil pra mim falar, principalmente sobre o suicídio.
*Hoje fazem quatro anos que o Jordan tirou sua vida,e talvez ele não tenha pensado nisso, mais com a morte dele,levou . pedaço da minha vida também, deixando somente dor, culpa e impotência "
A pedido da universidade fomos vestidas com calça branca,blusa branca e jaleco,haviam mais quatro profissionais da saúde lá, todos nós ficaríamos encarregados de um tema.
O auditório está lotado, pessoas sentadas e muitas de pé,todos estavam realmente interessados no assunto, interagindo com algumas pessoas que levantavam o braço para fazer perguntas, percebi que muitos ali ou sofriam ou conheciam alguém com algum tipo de distúrbio ou problemas relacionados a depressão e outros problemas gerados pelo estresse,traumas e a pressão do dia-a-dia.
Depois de duas horas de palestra, chegamos as considerações finais, respirei fundo, coloquei minha dor guardada numa gaveta do coração e comecei a falar:
__Agradeço a todos os presentes, agradeço pelo tempo que dedicaram para estar aqui.
Quero dizer que a partir de hoje,nossa esquipe ficara na universidade a disposição de todos, não importa o que seja que você está passando,se precisar de ajuda não tenha medo,eu estou aqui pra vocês,nossa esquipe toda está aqui de coração aberto para te ouvir e te ajudar no que for preciso.
Você não precisa passar por nada sozinho, não sinta vergonha, peça ajuda e nós estaremos aqui .
Todos se levantaram e aplaudiram, mais uma palestra ministrada com sucesso,só espero que a gente tenha conseguido tocar no coração dessas pessoas e que quem realmente precisa nos procure.
Saindo do auditório recebi uma ligação do professor pedindo que eu fosse para o centro de pesquisa,avisei as meninas que não voltaria para casa com elas e fui ver o que o professor queria de tão urgente.
Cheguei ao centro de pesquisa,recebi meu crachá de visitante na entrada e fui para a sala do professor,ele estava com um homem muito bem vestido,alto e com traços fortes,ele aparenta ter na faixa dos 50 anos,e uma pose desagradável.
O professor finalmente me apresentou.
__Esss é o o Min-jin,ele é o empresário e responsável pelo paciente que conversei com você esses dias.
O cumprimentei e me apresentei,senti que ele me olhava com um pouco de desdém,só depois que ele questionou meu professor por eu ser mulher,pude entender que ele era preconceituoso e machista.
Mais estou tão interessada nesse caso de tdi que me fiz de boba.
__O senhor não tem um assistente homem? Não gosto de tratar desses assuntos com mulheres,acho que o meu cliente vai ficar constrangido.
__Ela é a melhor aluna que já tive,com certeza ela é as melhor escolha para me auxiliar no tratamento.
__Okay, vamos assinar o contrato de confidencialidade.
Não entendi o porquê de contrato de confidencialidade,já que temos um código de ética,mas...
Depois da assinatura de várias folhas de contrato, o Sr jin começou a contar algumas coisas que tinham acontecido com o paciente esses dias.
Ouvi tudo com atenção para me preparar.
__Acho que ele está piorando,ele passou uma semana fora e quando acordou estava num hotel,ele ligou pra mim pedindo para buscá-lo, nunca ele tinha passado tanto tempo como uma de suas outras personalidades ,está ficando mais sério.
__Onde ele está agora?
__no carro,está muito abatido e não consegue lembrar o que fez durante esses dias.
__Vá buscá-lo, preciso saber se alguma mudança de ambiente ou alguma força externa teve relação com o fato dele ter passado tanto tempo desacordado.
___É muito comum que as pessoas que tem tdi (transtorno dissociativo de identidade)tenham amnésia,eles não lembram de nada que fizeram quando a outra personalidade estava no controle.
O professor achou melhor que eu não participasse desse atendimento,ele quer me explicar algumas coisas sobre as personalidades que ele já conheceu ao longo do tratamento.
Sai da sala e fui caminhar um pouco pelos jardins do centro de pesquisa do hospital, tirei meu jaleco e sentei na grama encostada numa linda árvore de ipê bem florida, estava fazendo umas anotações e vendo uns estudos de caso quando ouço uma voz.
__licença moça
Aquela voz era familiar, mais tinha um tom doce,calmo e suave, diferente da voz que sussurrou em meu ouvido outra noite.
Levantei a cabeça com o coração saindo pela boca e levantei rápido de tão assustada.
Ele estava ali parado de calça jeans,uma blusa branca e um sobretudo cinza claro.
Meu coração batia muito rápido e eu não conseguia falar.
*O que ele está fazendo aqui?como ele me achou?
Olhei bem nos olhos dele e quando eu ia perguntar o que ele fazia ali, percebi que o seu olhar,já não era aquele olhar selvagem,e sim um olhar triste e cansado, aquele olhar transmitia dor e esse olhar eu conheço bem.
__Moça? Você está bem?
Coloquei as mãos na boca,o desespero tomou conta de mim.
__Moça?
*se recompõe se acalma, vamos resolver isso*
__Voçe me conhece?(perguntei)
__Não,eu estava andando e não consegui achar onde meu carro está estacionado, você poderia me ajudar?
Incrível,era o mesmo homem, mais era totalmente diferente do homem que passei a noite .Qual das personalidades é a verdadeira?Será que ele me reconheceu?Será que vou ver mais uma vez aquele olhar selvagem naquele rosto?Muitas perguntas giravam na minha cabeça.
__Qual seu nome?
__você não me conhece?
__Não.
Quando ele me fez essa pergunta, fiquei em dúvida no que responder, mais a realidade é que eu não o conheço.
__Que alívio.Meu nome é Kim je-ha,e você como se chama?
__Meu nome é Ivy.
Ele me olhava de uma forma diferente.
Com medo de vacilar mais ainda, mostrei o caminho do estacionamento a ele e fugi , não era do meu feitio fugir de nada, mais dessa vez eu não teria como enfrentar a situação.
Fui para casa colocar a cabeça em ordem, tenho que achar um jeito de explicar ao professor que eu não poderia cuidar do caso do paciente.
chegando em casa, deitei na cama, coloquei scientist (Coldplay)para tocar na tentativa de chorar para descarregar o que eu estava sentindo, mais não consegui,fazem quatro anos que não consigo chorar.
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Karen Broska
Caramba! A diferença entre as personalidades é muito grande e marcantes. O que a Ivy vai fazer? Como o professor vai agir nessa caso? Será que uma das meninas vai ter que assumir? Tantas perguntas...e Será que ele sentiu algo diferente quando viu ela? muito curiosa...
2023-02-18
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Rsturbuk
Babado forte, que causa, eu acho que ela vai de acalmar a ajudá-lo em tudo isso e descobrir a causa do problema , pode ter origem bem lá trás na infância dele, ansiosa por mais capítulos
2023-02-17
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