"Descontrolado"

Depois de uma noite ruim ,o dia amanheceu e fomos para a faculdade esperar que alguém tomasse coragem para dar o primeiro passo e procurasse nossa ajuda.

Como foi prometido as portas estavam abertas, fiquei observando e vi uma garota que já havia passado várias vezes na frente da porta do consultório.

*Talvez eu tenha que dar o primeiro passo para que ela tenha coragem*.

Então levantei e fiquei na porta,como quem não queria nada, fiquei me esticando e alongando,ela encostou na parede e ficou olhando pra mim,eu tinha que achar o melhor momento para fazer a abordagem correta e não a deixar assustada.

Sorri pra ela e percebi que com dificuldade ela sorriu de volta, então aproveitei.

__Quer entrar e conversar um pouco?Estou entediada nessa sala sozinha.

__Posso ?

__Claro que pode,fique a vontade, podemos falar si que quiser.

Ela me acompanhou,e sentiu na cadeira de frente pra mim,notei pela sua postura que ela estava desconfortável e com medo, então era minha vez de conquistar a confiança dela para que ela se abrisse.

__você está bem?Como se chama?

__Acho um pouco estranho estar aqui,e se as pessoas verem e acharem que sou maluca?

__É muito normal conversar com psiquiatra,eu sou médica e mesmo assim faço terapia, não tem nada demais,e ninguém precisa saber que você esteve aqui .

Começamos a conversar informalmente,ela é uma moça muito retraída, mais pelo pouco que conversamos percebi que ela está passando por algum problema, espero sinceramente que ela volte e se abra, quero muito ajudar essa garota.

A Karen entra na minha sala com a Anne, vieram avisar que recebi uma ligação do professor enquanto estava atendendo a se-ri,era um pouco urgente e fui retornar a chamada.

Retornei a ligação e o professor parecia um pouco aflito,ele pediu para eu ,a Karen e a Anne irmos até o hospital onde ele trabalha.

Encerramos o nosso expediente na universidade e deixamos os outros médicos lá para o caso de haver algum atendimento.

O campus era bem perto do hospital, cerca de 15 minutos a pé,o caminho era lindo,indo por dentro do campus tinham bosques de árvores enormes,o verde se misturava com as estruturas de concreto e vidro dos prédios da universidade,era bom apreciar a paisagem enquanto a gente chegava até o hospital.

Colocamos nossos crachás, agora eles não eram mais de visitantes, agora a gente trabalhava com o governo da Coreia e com a agência que o Sr Min-jin era sócio,sim , isso mesmo,o empresário do Kim Je-ha era um dos donos da star entretenimento.

O professor estava fazendo alguns relatórios quando entramos na sala dele,ele pediu para a Karen e a Anne irem até a agência atender um ator,pelo que o professor falou ele teve uma discussão com alguém no set de filmagem e estava descontrolado.

A Karen e a Anne foram com o motorista da agência para ver qual a situação enquanto eu ia conversar com o professor sobre o Je-ha.

Na agência:

Entramos no camarim e estava tudo quebrado, parece que o ator teve um ataque de fúria.

Entrei sozinha,deixai a Anne me esperando do lado de fora,ela estava tentando acalmar as pessoas da equipe dele que ficaram nervosas e em choque com o acontecido.

Procurei por ele em todo lugar,o achei atrás de um sofá preto que tinha no camarim,ele estava com uma garrafa de bebida nas mãos, não sei se realmente teve um ataque de fúria ou se era efeito da bebedeira.

__Oi,vim ver como você está.

Tomei um susto e deu um pulo para trás.

*não acredito,que azar esse meu*

__Sai daqui,da o fora ,quem deixou essa mulher entrar aqui?

Ele começou a gritar,e jogou a garrafa de bebida,tive que desviar para não ser atingida pelas coisas que ele jogava em minha direção.

O segurança da agência entra com o Sr Min-jin e tentam conter o paciente.

__Tira essa mulher daqui

__Se acalma Min hee joon,ela está aqui pra te ajudar.

__Me ajudar é o cacete,ela está rindo de mim.

Tentei me aproximar dele e tentar conversar, mais parece que não teria jeito,ele teria que ser contido e eu vou ter que dar medicação para ele se acalmar.

Vi que a abordagem que eu estava tendo não estava surtindo efeito,resolvi usar meu jeito Karen de ser .

Me aproximei dele,o segurança o segurava pelos braços.

__Solte ele.

__Dra ele pode machucar você.

__Ele não vai me machucar.

Pedi para eles saírem, enquanto o hee joon estava debruçado numa penteadeira se olhando no espelho.

__podem sair,se eu precisar de vocês eu chamo.

Depois que eles fecharam a porta,me aproximei dele e fiz questão de mostrar que não estava com medo.

__Escuta aqui,você vai sentar e se acalmar ou prefere que eu peça pra fazer sua contenção e te leve para o hospital de ambulância?Estou te dando o direito de escolha.

__Eu escolho que você suma daqui antes que eu faça uma besteira.

__Não te dei essa opção e se você olhar pros lados vai ver que já fez muita besteira por hoje.

Parece que finalmente consegui fazer com que ele voltasse a realidade e visse o tamanho da merda que tinha feito,ele sentou encostado na parede com as duas mãos segurando os cabelos longos,vi lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

Pensei em me aproximar mais um pouco, mais decidi manter a distância e evitar outro ataque de fúria dele.

Baixei o tom de voz e disse calmamente:

__Sua mão está sangrando,vou pedir pra minha colega de trabalho entrar com minha maleta de primeiros socorros,tudo bem?

Ele só balançou a cabeça dizendo que sim.

Pedi a Anne minha maleta,ela me entregou e perguntou se eu precisava de ajuda,respondi que no momento estava tudo sobre controle,ela aproveitou e foi terminar de acalmar um câmera que estava muito nervoso.

Achei melhor ir dizendo a ele cada passo que eu daria, assim ele continuaria calmo sabendo que eu não faria nada sem o consentimento dele.

__Você pode sentar aqui no sofá pra eu olhar sua mão?

Mais uma vez ele só balançou a cabeça,era muito normal a pessoa ficar desorientada e envergonhada depois de ataques de fúria.

Ele sentou,limpei os cacos de vidro de sua mão e fiz um curativo,ele não levantou a cabeça nenhum minuto para me olhar.

Terminei de cuidar das feridas dele e fui surpreendida,ele pegou no sono sem que eu visse e caiu com a cabeça no meu ombro,poucas vezes na vida fiquei sem reação,e essas foi uma das poucas vezes que eu não sabia o que fazer.

Olhar pra ele encostado em mim, sentir sua respiração bem perto,tirou meu eixo.

Levantei e apoiei a cabeça dele numa almofada que estava perto, peguei um sobretudo que estava no braço do sofá e coloquei por cima dele.

Fiquei alguns minutos olhando, não tinha percebido que ele era tão bonito,os contornos do rosto dele pareciam ter sido esculpidos a mão.

*Beijei essa boca,nem acredito,Karen se controla, juízo*

Levantei devagar,sai do camarim e passei a situação para o Sr Min-jin,fui para o hospital com a Anne, não consegui ouvi uma palavra do que ela falou por todo caminho.

Acho que minha cabeça ficou no camarim onde deixei aquele homem.

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