3•. •Acontecimento •

**Capítulo 3

– A Flor e o Segredo do Portal**

Aquela noite ventava tanto que parecia que o céu sussurrava algo sombrio. Dylan mal conseguia dormir, incomodado pelo som dos galhos se quebrando lá fora. Ao amanhecer, correu para o jardim. O que viu fez seu coração disparar: plantas caídas, galhos partidos e a área parecendo devastada por um furacão. Ele chamou o pai, com um tom de urgência.

— Pai, olha isso! O jardim da mamãe... Está destruído! — disse Dylan, a voz trêmula.

O pai olhou com um semblante pesado, mas pouco pôde fazer além de cortar os galhos que já não tinham conserto. Dylan assistia àquilo em silêncio, sentindo um aperto no peito. O portal para o paraíso ficava ali, escondido entre as plantas, e ele temia que estivesse perdido para sempre.

Na escola, não conseguia se concentrar. A visão das plantas destruídas não saía de sua mente. No final da aula, enquanto descia as escadas lentamente, algo o fez parar. Uma garota de cabelos avermelhados e olhos brilhantes o encarava fixamente, como se soubesse o que ele estava pensando.

— Ei... Você é o Dylan, certo? — disse ela, com um sorriso gentil, mas misterioso.

— S-Sim... — respondeu ele, desconfiado.

— Eu me chamo Tulipa. Não se preocupe com o jardim. Nem todo ele foi destruído. Na verdade, algo lindo está esperando por você.

Antes que pudesse perguntar como ela sabia de tudo isso, a garota desapareceu. Dylan piscou várias vezes, tentando entender o que acabara de acontecer. **Tulipa?** O nome ecoou na sua mente, acompanhado de uma sensação estranha, quase mágica.

Ansioso, correu para casa. Assim que chegou, não pensou duas vezes: colocou as coisas de lado e foi direto para o jardim. Lá, algo chamou sua atenção. No meio da destruição, uma nova flor nascia. Suas folhas eram verdes como esmeraldas, e o botão vermelho brilhava sob a luz do sol.

Ele se aproximou, ajoelhando-se ao lado dela.

— Bem-vinda, bela flor... Não sei seu nome, mas você é incrível — disse ele, quase como um sussurro.

Ao tocar levemente suas folhas, sentiu uma energia quente percorrer seu corpo. Ele se levantou, olhou em direção à passagem secreta e a encontrou intacta. Com um sorriso de alívio, atravessou para o outro lado.

Assim que chegou, Ordóquio correu para ele, abraçando-o forte.

— Dylan! Quanto tempo, meu amigo! — disse Ordóquio, com os olhos brilhando. — Eu soube que você conheceu Tulipa...

— Como você sabe disso? — perguntou Dylan, confuso.

— Tulipa não é apenas uma flor. Ela é especial. Cuide bem dela, Dylan.

***

No mundo real, a situação ficou ainda mais complicada. O pequeno Eduard estava novamente doente. Febril, ele mal conseguia falar. Dylan, desesperado, foi ao jardim pedir ajuda.

— Ordóquio, meu irmão precisa de você! Por favor, venha! — gritou ele, com lágrimas escorrendo.

Ordóquio apareceu, mas seu semblante era sério e triste.

— Eu não posso mais atravessar para o seu mundo, Dylan. Minhas regras aqui mudaram.

Dylan ficou em choque. Aquelas palavras ecoavam como uma sentença cruel. Voltou para casa apenas para encontrar pessoas vestidas de branco carregando Eduard para o hospital. Sua mãe, Helena, segurou suas mãos com força.

— Dylan, cuide de suas irmãs. Regue o jardim... Prometo que voltarei com seu irmão sadio.

Ele assentiu, mas o peso da responsabilidade o consumia. Mais tarde, enquanto regava o jardim, notou algo surpreendente: **Tulipa havia crescido ainda mais.** Suas folhas brilhavam, e suas pétalas pareciam feitas de seda. Ele se sentou ao lado dela, falando como se ela pudesse ouvi-lo.

— Sabe, Tulipa, você me lembra uma história que minha mãe contou... Sobre uma flor que curava as pessoas. — Ele suspirou. — Talvez você também seja mágica.

De repente, um vento suave passou por ele, e as folhas de Tulipa começaram a se mover.

— Dylan... — uma voz feminina ecoou, baixa, mas clara.

Ele se levantou num pulo, assustado.

— Você... Você está falando?

— Sim, eu posso falar — respondeu Tulipa, com um tom doce e tranquilizador.

Dylan arregalou os olhos, sua mente lutando para entender o que estava acontecendo.

— Você... Você pode curar meu irmão? — perguntou ele, cheio de esperança.

— Não posso curá-lo, Dylan. Mas ele está em boas mãos.

***

Horas depois, Helena voltou para casa com Eduard. Ele parecia renovado, sorrindo como nunca antes.

— O médico disse que foi um milagre! — contou Helena. — Ele encontrou o tratamento perfeito para seu irmão.

Eduard correu para Dylan e o abraçou.

— Dylan! Você não vai acreditar! O médico que cuidou de mim é o mesmo garoto da história que mamãe contou! E sabe o remédio? Ele veio de uma flor, igual a Tulipa!

Os dois irmãos, cheios de entusiasmo, correram para o jardim. Lá, Tulipa balançava suavemente ao vento, suas folhas brilhando mais do que nunca. Ao lado dela, outra planta começava a brotar.

— Dylan... — disse Tulipa. — Quero que conheça Ordóquio. Ele voltou, mas de uma forma diferente.

Dylan caiu de joelhos, emocionado. Ao lado de Tulipa, um pequeno cravo começava a desabrochar.

— Ordóquio... É você?

A planta balançou suavemente, como se dissesse "sim". Dylan e Eduard sorriram, lágrimas escorrendo de seus olhos. O jardim estava mais vivo do que nunca, e os segredos que ele guardava estavam apenas começando a ser revelados.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!