Não sei o que fazer.

A noite? Foi sem dúvidas a melhor da minha vida, eu nunca imaginei que poderia ser assim com ela.

Foi incrível, foi maravilhoso, ver ela se contorcendo embaixo de mim, ouvindo ela gemendo enquanto eu lhe causava esse prazer foi indescritível.

Eu me senti tão bem, tão leve, como se fosse a primeira de muitas. Eu acabei dormindo. E foi a melhor noite de sono que eu tenho em anos. Eu não me lembro de ter dormido tão bem assim antes.

Acordo pela manhã com ela ainda nos meus braços e vou levantando de vagar para não acorda-la. Vou para o banheiro e tomo um banho, quando eu termino ela ainda dorme.

Eu me visto e saio indo para o meu quarto. Vejo que tinham algumas ligações perdidas e não ligo muito. Vou para o café da manhã e Liv j estava lá embaixo.

Eu chego perto e me sento, dando bom dia a todos e ela não me responde. Apenas faz sinal com a cabeça e continua comendo. O que eu estranho, já que na noite anterior, tudo foi por querer dela. Eu não forcei a barra, ou forcei?

Tento me lembrar e vou tomando meu café enquanto todos conversam . Ela nem se quer fala alguma coisa. Fica calada o tempo todo.

Depois do café vamos todos para a sala e um das empregadas vem me entregar meu celular que estava tocando insistentemente.

Pego e saio indo até a varanda atender, vejo que meus avós me olham e meu pai fala alguma coisa.

— Alô?

— Senhor? Bom dia Dr. Ricardo. Ela deu entrada e seu estado é grave.

— Droga. Me mantenha informado.

— Nao. Senhor. Preciso que venha até aqui. Ela quer muito te ver.

— Nao posso ir agora.

— Senhor!

— Ok. Ja chego aí.

Desligo e xingo mentalmente a mim mesmo por me colocar nessa situação. Entro e me visto, vou pegando as chaves do carro e a carteira e indo até Liv que estava sentada com a minha mãe. Vou até ela, me abaixo e chego perto de seu ouvido e falo.

— Vou sair mais já volto. Quero conversar com você.

— Faz o que você quiser.

Ela me responde e sai, minha mãe me olha e eu sei que ela está me reprovando por isso. Mas o que eu posso fazer?

Saio dali e vou até lá, e acho melhor ela estar morrendo, ou eu mesmo vou matar ela. Dirijo o mais rápido que eu posso, quando chego lá, vou direto onde ela estava, e quando chego vejo que ela estava dormindo.

O médico vem até mim e começa a falar sobre o estado dela e a Mae dela vem pra cima de mim.

— Voce é o culpado. É tudo culpa sua. Você nem sequer ligou pra ela pra desejar feliz natal, é assim que você vai se casar com ela?

Ela fala gritando e todos que passam param e ficam olhando, eu me irrito e pego ela pelo braço e entro com ela no quarto.

— Cala a boca. Fala doutor.

— Ela tentou se matar, seu psicológico não está bem. Fora a doença que está avançando cada dia mais. Ela não pode passar por situações que a levem ao extremo.

— Então ela precisa de acompanhamento psicológico né?

— Sim, Também. Mas eu quero dizer que ela não pode ficar sozinha. O estado dela e delicado, muito delicado.

— Ok. Ela vai demorar a acordar?

— Não. Jajá ela acorda.

— Ok. Vou ficar aqui até ela acordar

— Tudo bem.

Me sento na poltrona e olho meu celular, e a mãe dela vem novamente me atacar.

— Vai ficar aqui! Como se fosse resolver alguma coisa. Você mentiu e iludiu ela por anos. Ela fez de tudo por você. Te esperou e continua te esperando e o que recebeu em troca? Uma doença e um psicológico ferrado. Voce deveria ter vergonha.

— CHEGA! cala a boca agora. Ou saia daqui.

Falo nervoso e ela sai batendo a porta do quarto. Melli demora a acordar e meu pai me liga quando vê que eu não voltei pro almoço de natal.

— Oi pai.

— Onde você está? Ta ficando maluco?

— Pai ela está internada!

— Claro que está! Você é mesmo um idiota. Nao cê que ela só fica doente quando é conveniente? Claro que ela ficaria doente na noite de natal. Quer saber? Que se dane. Se eu já cansei imagina a Liv!

Ele fala e desliga eu olho pra trás e vejo ela acordada me chamado.

— Jack você está aqui. Oi meu amor.

— Cono se sente?

— Melhor, que bom que você veio.

— Mellie precisamos conversar.

— Nao. você não pode fazer isso. Nao agora e não aqui. Nao vê o meu estado? Por favor não faz isso? Por favor.

Ela fala chorando e eu decido não fazer. Fico ali com ela, até que enfermeira vem trazer o almoço dela. Ela come e eu ajudo.

Depois a mãe dela voltou, e eu fui até a cantina comer alguma coisa. Quando eu volto o médico estava dando alta pra ela.

Pego suas coisas e levo elas para casa. Quando chegamos no apartamento a mãe dela diz que não vai mais poder ficar aqui e que vai voltar para casa.

Dix que a responsabilidade dela é toda minha agora. Eu fico ainda mais sem saída. Ajudo ela a se acomodar e vou pedir alguma coisa pra comer.

No final do dia, ela estava dormindo e eu decido ir em casa, preciso falar com a Liv, ou ela vai achar que a noite de ontem não foi nada.

Corro até a casa dos meus pais e ela já não estava mais lá. Vou pro apartamento dela e ela, Marisa me recebe e eu subo as escadas correndo.

— Liv! Liv abre por favor

Vou até sei quarto e bato na porta, mas ela não abre pra mim. Fico ali por algum tempo e sem resposta alguma.

Ja sei que ela não quer me ver, mas eu preciso falar com ela. Preciso explicar que a noite de ontem não foi apenas uma noite.

Ela precisa ouvir de mim, mas está difícil, ela não abre a porta e não quer falar comigo. Eu me viro e vejo Marisa atrás de mim.

— Meu filho, não sei o que aconteceu, mas é melhor deixar ela descansar um pouco. Amanhã vocês conversam.

— Marisa. mas eu..

— Deixa ela. Amanhã vocês conversam.

— Ta bom. Qualquer coisa me avisa por favor.

— Pode deixar.

Saio e vou pra casa dos meus pais, pego algumas coisas e volto pro apartamento, não vi meus pais, parece que foram para a casa dos meus avós.

Quando chego Mellie estava na cozinha preparando alguma coisa, mas eu aviso que já havia pedido o jantar.

Vou pro quarto e tomo um banho, troco de roupa e sento na mesa e vou responder uns emails. Mellie tenta se achegar perto de mim, mas não consigo deixar.

Depois da noite com a Liv, eu não consigo, parece que estou averso a situação. Nao sinto bem com isso. Ela percebe e não insiste.

Ela vai pro quarto e deita, me deixando ali, eu respondo alguns emails e sou interrompido pela campainha.

O restaurante onde eu pedi o jantar faz a entrega pontualmente. Recebo e pago, depois arrumo tudo na mesa e chamo ela pra comer.

E assim fazemos, comemos em um silêncio perturbador. Ela não fala nada e eu também não. Nao tenho nada pra falar, na verdade tenho, mas vou respeitar ela. Nao vou fazer isso agora.

Terminamos de comer e eu limpo tudo, mesmo não sendo um costume, eu faço, e deixo ela ir deitar. Logo ela dorme e eu pego um travesseiro e coberta e deito na sala.

Nao vou conseguir dormir ao lado dela. Eu fico lembrando d noite anterior. Nao conseguiria dormir nem se eu quisesse.

A boca dela, a pele dela, o seu cheiro. Tydo estava gravado na minha mente, e mesmo que eu perca a memória eu não conseguiria me esquecer, e eu lembraria todos os dias.

Ela é uma mulher incrível e maravilhosa. Como eu não vi isso antes, porque eu não pensei nela assim antes? Não tenho respostas para minhas perguntas.

Mas sei de uma coisa. Eu preciso dela.

Acabo pegando no sono, mas já era tarde. Durmo e só acordo pela manhã. Mellie estava tomando banho, então eu arrumo minhas coisas e fico esperando ela terminar.

Quando ela sai do banheiro, eu penso que é a hora de conversamos. Chamo ela para o café da manhã e ela senta de frente pra mim.

— Como se sente?

— Um pouco melhor. Minha mente essa uma verdadeira bagunça.

— Imagino. Precisamos conversar. Voce sabe disso.

— Eu sei, mas não estou preparada pra isso. Nao agora. Espera por favor.

Ela fala e sai indo para o quarto. Eu fico sem reação, e continuo ali, fico pensando em como minha vida se tornou essa bagunça.

Mas sou interrompido pelo toque do meu celular.

— Bom dia Marisa.

— Filho, ela está queimando em febre. Precisa vir pra cá.

— Estou indo agora.

Desligo e pego as minhas chaves e vou saindo sem olhar pra trás. Entro no carro e vou na maior velocidade que posso. Chego na portaria e logo abrem pra eu entrar.

Vou até seu apartamento e Marisa abre pra mim e vou direto aí quarto dela. Ela estava com febre e toda encolhida na cama.

— Liv, fala comigo, o que você está sentindo?

— Nada Jack, sai daqui. vai embora.

— Nao vou deixar você assim.

— SAI DAQUI JACK.

Ela grita comigo, e empurra pra fora do quarto e fecha a porta.

— Ela está com raiva de você.

— Me diz quando não está!

— Ela vai ficar bem. So precisa de descansar.

— Vou chamar um médico. Espere aqui.

Desço as escadas e chamo um médico da família que sempre nos atende. Enquanto isso, Marisa vai pra cozinha faz um mingau pra ela.

Ela prepara e quando o médico chega subo com ele para o quarto dela.

— Abre Liv.

— Eu já não falei pra você ir embora?

— O médico está aqui. Abre por favor.

Ela exita mas logo abre a porta. Ele entra e examina ela. Logo ele faz alguns testes rápidos e faz umas perguntas.

— Você está com a imunidade muito baixa Olivia. Está se alimentando bem?

— Sim. sempre que posso.

— Previsa se cuidar melhor. Vou passar alguns remédios para melhorar e assim que possível vá até o meu consultório e faremos mais alguns exames. Pode ser?

— Ok. Obrigada doutor.

— Nada. Bom já vou indo. Feliz natal para vocês.

Ele se despede e vai embora e logo Marisa entra com o mingau pra ela.

— Vem, eu te ajudo.

— Nao preciso da sua ajuda. Eu não estou morrendo. É apenas um resfriado.

Sinto a indireta nessas palavras dela, me levante e sento ao seu lado da cama.

— Liv, por favor vamos conversar

— Pode falar. Ah mas antes. Ja marquei com o Advogado Vamos assinar os papéis amanhã.

Ela fala voltando no Divórcio e percebo que ela quem não quer.

— Você vai mesmo fazer isso, mesmo depois da noite passada?

— O que foi que aconteceu na noite passada! Sexo? Um sexo muito bom por sinal. Mas que não passou disso. Ou eu estou errada?

— Liv não fala assim.

— Quer saber Jack. Foi isso. Sexo, apenas sexo. Somos dois adultos que sentiram tesão um no outro e acabaram transado. Apenas isso. Não vamos fazer disso um grande evento. Não vamos pensar que foi alguma coisa além disso porque não foi. Tanto não foi que você passou na noite com ela né? Ja pensou se eu criasse expectativas? Graças a Deus sou pé no chão.

— Eu queria te entender de verdade. Eu não consigo. Nunca vou conseguir Liv. Ontem não foi o que você disse.

— Na hora de um orgasmo, a gente fala mesmo coisas que não deve. Mas foi. Ja passou e não vai mais acontecer. Bom dia e vai embora, sua doente moribunda está te esperando.

Ela fala e eu fico sem reação, como ela pode falar assim, como se não significasse nada. Eu saio dali e vou embora.

Não sei mais o que pensar e nem o que fazer.

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