Cap.9

Saio do parque na velocidade da luz, que vergonha, tinha me esquecido estar sem roupa.

Ando tão rápido, que chego a quase cair, subo na minha moto, e vou para meu apartamento. A questão, agora não é mais a minha nudez, e sim, que os seus olhos, e aquele lindo corpo não sai da minha cabeça.

Qual a hipótese de vê-la novamente? Bem poucas, isso me acalma, ela mexeu comigo, apenas em poucos minutos, isso nunca aconteceu, e me sinto estranho. Entro no chuveiro gelado, para da, uma refrescada na cabeça.

Me seco, coloco uma, boxe, e faço um café bem forte,o dia já está amanhecendo. Estou debruçado sobre a mesa de mármore, que divide a minha cozinha da sala,pensando nela.

Está errado, nunca me aconteceu isso, nem mesmo com Dandara. O dia vai se passando, e não saio mais para nada.

Fico no sofá, entre cochilo, comida e os meus pensamentos e vontade de voltar no parque para ver se ela estaria lá.

Acabo dormindo mais que o normal, isso por que passei a minha noite em claro, e quando consegui dormir já era dia e acabo me atrasando, para meu plantão.

Tenho que ir de moto, para não me atrasar mais ainda, estacionou de qualquer jeito, e corro para dentro do hospital, e no meio do caminho lembro dessa droga de estagiários.

Sigo então para sala do Doutor Otto, já mal-humorado, sabendo que terei um puxa saco, atrás de mim o dia todo.

Abro a porta,me viro para fechar, não olho para ninguém, a não ser para Dr.Otto, que já me apresenta a minha estagiária, e merda, mil vezes merda, isso só pode ser pegadinha, podem mostrar as câmeras aí.

Lá estava, a linda mulher dos meus pensamentos mais insanos. Ela me olha, e sei que lembrou de mim, isso não vai presta. Entro no meu modo carrasco, até mesmo para me proteger.

Não pergunto nem o seu nome, e já fala as minhas regras, em seguida já jogo um paciente no seu colo, e ela perfeitamente resolve o caso, e descobre o que a menina tinha. Não demonstro a minha admiração, não dou nem mesmo um parabéns.

Já decidir, que serei assim, não correrei risco de uma aproximação, que não seja profissional, estou bem sozinho, não quero ninguém quebrando o meu coração novamente.

Agora estou aqui no refeitório, cometendo a maior loucura de contar para Frederico, como conheci a minha estagiária.

Frederico: não acredito, no que estás me contando, doutor magia. _ fala animado.

Breno: pois acredita, minha estagiária, me viu como vim ao mundo, que destino não? Estou fingindo demência.

Frederico: ela é linda, e que olhos, e parece ser incrível, pena que gosto de pincel. _ fala e gargalha.

Breno: ela é tudo isso mesmo. Agora não leva nada a sério mesmo né? Não sei por que insisto, em te contar as coisas.

Frederico: levo sim, e sei que deve estar a maltratar a coitada, só não esqueça que e já foi tratado mal, já sentiu na pele a ruindade das pessoas.

Breno: não fiz nada de mais, só estou preparando ela, também não quero amizade. Você mesmo sabe, que trabalhamos com pressão, e temos que saber lidar com isso.

Frederico: nisso está certo, mais não passa dos limites. Eu adoraria ser tratado assim por você, mais ela não é eu._ sorri malicioso.

Reviro os olhos e solto uma gargalhada, não tem como ficar sério, ele sempre aproveita para me cutucar.

Breno: Ok Fred! Sorrio.

Frederico: olha! Ele sorriu, interessante. Será que estou amolecendo esse coração de pedra?

As palavras de Fred,me fez refletir, e antes que passe mesmo no limite, e acabo me arrependendo, decido pegar leve com a garota de olhos brilhantes, que nem sei o seu nome ainda.

Quando chego no paciente, um bebê prematuro, que só precisa ficar mais forte para ir para casa.

A garota está com o prontuário em mãos, já me esperando, na frente do quarto.

Percebo que quando ela me vê, fica nervosa, o seu peito começa a subir e descer, pela mudança rápida da sua respiração.

_ oi! falo para ela, que nem me olha direito. Qual o seu nome?

_ Li… Lisa._ responde nervosa.

_ bom Lisa, o meu humor deu uma melhorada, então aproveite que não é sempre.

Esse paciente é seu, ficarei só observando, qualquer dúvida me pergunta, ok?

_ ok! _ fala e entra no quarto.

Ela foi perfeita, conversou com os pais do bebê passou muita tranquilidade, examinou e verificou o oxigênio, fez tudo como o protocolo exige.

Saímos da sala, e não resisti em parabeniza la,estou me estranhando, não sou de fazer isso nunca.

_ foi perfeita._falo sério.

_ obrigada,estou suando de nervoso.

_ foi tão bem, que amanhã me auxiliará numa cirurgia.

_ sério?_ ela fala abrindo um largo sorriso e me abraça.

Fico paralisado, com os braços abertos, não esperava a sua reação.

_ me desculpa, me empolguei._ fala com um sorriso tímido.

_ não se preocupe. _ falo.

Ela abre mais um sorriso, o seu semblante mudou, de nervosa para feliz.

_ agora vamos trabalhar que os pacientes nos esperam.

Ela então entrelaça o seu braço no meu,e começa a cantar Bon Jovi e saltitar. Como ficar sério assim? Solto uma gargalhada,mais já fecho a cara,com Frederico sai de um quarto, e quando me vê, já abre um sorriso de malícia, e sei que estou ferrado.

Soltou-me dos braços de Lisa rapidamente, que leva um susto e mais uma vez se desculpa.

_ sem problemas ,agora vamos ao trabalho ._ falo entrando em outro quarto.

(....)

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