WANG
— SOCORRO! — Acordo no meio da noite ouvindo barulhos de alguem botendo na porta, fico desesperado pego uma pequena faca em segundo abro a porta ainda cambaleando. — Obrigada!... por favor me ajude.. — É uma criança ela está toda machucada.
Pego-a no meu braço.
A menina se encolheu em meus braços, fecho a porta e vejo Tai me olhando assustado e confuso.
Eu não estou diferente dele.
Ela parece ter apenas 5 anos.
— Ta tudo bem com você pequena?... — Ela parece chorar silenciosamente enquanto pergunto. Tai que estava sentado faz sinal para que eu deixe a menina deitar na cama.
— Vocês vão me proteger? Não vão?... — A pequena fala em meio seus suspiros ofegantes.
— Claro.. claro, mas o que aconteceu?
Ela se deita na cama.
Olhando por cima vejo seu olho com cicatrizes e seus braços enfaichados.
— Mas o que...?? — Tai e eu falamos em uníssono.
A pequena parece cansada e logo vemos ela fechando seus olhinhos e dormindo tranquilamente.
Tai me olha confuso mais uma vez, não sei o que dizer... Estamos no mesmo barco.
— O que vamos fazer com uma criança? — Diz o Tai indo de um lado para o outro.
— Devem ter tentado pega a menina, lembra do que a Sol disse e o Li? — Ele concorda. — Vamos esperar o dia amanhecer, ela pode ter corrido muito e batido em diversas portas... Que dó... — Digo ainda a olhando dormir.
[•••]
Amanheceu bem rápido, Tai conseguiu peixes num lago e apenas fiquei descascando algumas coisas 'pra quando a menina acordar.
Apelidei ela de Lua, ela veio na noite de lua cheia, achei legal esse apelido.
— ...ma..mama... — Lua está acordando, espero que ela não se assuste comigo ao seu lado. — Oi...? Você não é minha mamae... — Ela olha para mim.
—Eu sei.. sou seu amigo agora! — Tento anima-la, o que parece ajudar um pouco. — O que aconteceu com você, princesa? — Ponho um pratinho do seu lado com algumas maçãs cortadas.
— Obrigada... Eu fui raptada por caras maus, eu não queria ir, então fugi... — Seus olhinhos enchem de lagrimas, impeço que caíam com meu dedo em seu rostinho inchado.
— Não chore princesa, como é seu nome?— Ela pega uma maçã e come.
— Mali Chen...
— Que nome bonito! Tem problemas se te chamar de Lua? — Ela me olha apertando seus olhos, desconfiada. Não posso negar que isso é extremamente fofo.
— Uaaaahh... — Ela abre os olhos que agora estão brilhantes como a noite estrelada. — Eu nunca tive uma apelidoo... — Ela me abraça e ouço passos vindo da porta, logo reconheço quando o mesmo fala.
— Wang? — O olho me separando do abraço.
— Hnm?
— A menina ta bem? O que vamos fazer com ela? — Olho para a Lua que está assustada.
— Ela vai ficar aqui, eu sei que da última vez não deu muito certo quando abrigados a Sol, mas vai ser diferente. — Falo tentando dar confiança para a Lua.
— Vocês vão me machucar como os outros fizeram?? — Disse a mesma assustada logo se encolhendo.
— Claro que não princesa, vamos fazer você ficar bem forte e derrotar os caras que te pegaram!— Ela sorri, voltando a sua pose inicial.
— Wang... vem cá... — o Tai me puxa para fora da casa, enquanto a menina come mais uma maça com um sorriso fofo. — Você..... — Ele começa sua frase — enlouqueceu?
— Que?— Seu olhar fica sério.
— Você quer ensinar a menina a lutar?? Ela é um feto!
— *suspiro* Podemos tirar informação dela! E podemos fazer um avanço se ela souber onde estava antes de vir aqui! Seja inteligente e pense o lado bom disso tudo.— Saio esbarrando em seu ombro e ele pega no meu braço me fazendo se virar.
— Você é muito persistente, espero que esteja certo com isso. — Saio de perto novamente e ele fica ali.
[•••]
Se passou um dia desde que o Tai me chamou para conversar.
Hoje estou curioso sobre o que pode ter de fato acontecido, então decidi ir no Castelo Real.
Saio logo cedo, na verdade nem amanheceu, está até frio.
Peguei meu 'chang-pao' e logo me despedi da casa com silêncio.
Caminhando na noite é uma sensação de medo e felicidade. O medo é pelo fato que as lendas daqui de Dalai são bem bizarras, e felicidade é por que posso sentir o ar fresco...
Mesmo ainda estando tudo destruído e com pessoas mortas ao redor.
Chego o mais perto possivel do que era a porta do Castelo, tento afastar umas pedras do caminho e continuo andando ate o salão principal, que em poucos dias ja foi inteiro.
O castelo por dentro está bem, mas com coisas quebradas, rochas caídas, soldados mortos, isso realmente eu não queria ver.
Subo as escadas do salão que não tem alguns pedaços, e vejo que os corredores estão cheios de pedras, mas nada que me impessa de passar.
Com dificuldade, passo pelas pedras que são medianas.
Chego onde era o meu quarto e vejo que está toltalmente desarrumado.
O retrato do Yan Jin está quebrado, sua foto está separada do mesmo, pego-a e a analiso.
— Jiji... — Arrepio meu corpo — Nunca esquecerei de você, que você fique bem onde está. — Uma lágrima cai e logo limpo-a.
Ando mais pelo quarto e abro o guarda-roupa em segundos retirando algumas peças de roupa.
Analiso um pouco mais e sáio do quarto sem o retrato e vou para o corredor.
Enquanto passo pelas pedras, meu traje se enrosca numa farpa da rocha e quando puxo faz a mesma rasgar.
Continuo meu trajeto e passo reto para o outro corredor, o quarto de meu pai.
Chegando vejo que está mais destruido que o meu.
Analisando o quarto de longe reparo um movimento estranho, chego perto e vejo um... pé?
— Pai?? — tento retirar as pedras de cima do mesmo com alguma esperança, mas falho miseravelmente. — Não... não... — Digo para mim mesmo em negação.
Meus olhos ardem junto de minhas narinas, estou preste a chorar mas me controlo.
— Eu te amo, Hu... — Digo preste a ir embora quando vejo um envelope amarelo.
Penso rapido e pego logo saindo do quarto aos prantos.
Não abro o envelope pois somente estou focado em sair da casa e voltar oara casa, sem dar preocupações ao Tai.
Não que visistar o castelo tenha me ajudado muito, mas peguei o que precisava.
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