Wang
Após uma noite muito desconfortável em uma cama minúscula, amanhece e vejo os raios do sol batendo nos meus olhos, isso é uma tortura! Só de pensar em o que possivelmente aconteceu me dá calafrios... e eu nem disse "Eu te amo" a ultima pessoa que me restava...
Abro meus olhos e vejo Tai sentado numa cadeira de madeira, parece que ele dormiu ali mesmo.
– Tai? – Falo em busca de alguma resposta, mas o mesmo parece está cansado.
Levanto e meu abdômen dói, certamente também estou com fome, o que posso fazer?
– Com fome? – levo um pequeno susto quando Tai fala de olhos fechados, logo os abrindo e me encarando.
– ah.. sim, eu vou tentar achar algum animal ou.. — assim que tento falar a ultima palavra, minha barriga doi novamente.
– Irei junto, preciso cuidar de você ja que levou uma flecha ontem. – Ele diz me interrompendo e logo levantando da cadeira, ainda cambaleando pelo cansaço e também pela noite mal dormida.
Isso não é bem o que eu gostaria de ouvir numa manhã como essa, mas é o preço a se pagar pela grande destruição que foi feita.
Saímos da pequena casa sem muitos equipamentos.
Arranjamos uma vara e uma espada, Tai tem seu arco mas está com poucas flechas, não seria adequado gastar tudo de uma vez.
[•••]
Estamos na Floresta novamente, esse lugar parece cada vez mais aterrorizante!
O lugar fresco ficou friento e escuro, mesmo de dia.
– Está frio, vamos voltar. – Tai diz de forma seca.
Mesmo não conhecendo ele muito bem, ele não me parece ser alguém ruim, ele salvou minha vida a custo nenhum! Espero que ele consiga ser forte o bastante para sobreviver em meio a tudo isso.
Espero isso de mim também.
– Não acha que deveríamos procurar por ajuda? – Ele me olha e fico confuso. – não acha? – digo meio aflito e apreensivo.
– Você acha que se acharmos alguém ela estaria bem? E se ela tentasse nos matar pensando coisas erradas? Você não pensa assim? – Ele parece cismado com algo, mas pensando por esse lado.. ele está certo, não temos nem comida o suficiente para um dia inteiro, está frio.. Tudo está um caos!
– Desculpe-me.. mas quantos anos você tem? – tento puxar algum assunto mas não da certo, ele não responde. Sigo em frente cabisbaixo brincando com a neve.
Estamos chegando em Dalai, ou melhor, o que sobrou. Ainda tenho esperanças que vamos encontrar algum lugar melhor, porem preciso de respostas sobre o que aconteceu aqui, isso fica mais confuso a cada segundo.
Depois que Wannda e Huna foram destruídos por Rubya, soubemos que possivelmente eles viriam mais cedo ou mais tarde, meu pai nunca se importou, o que era um clássico pra mim.
– SOCORRO ME AJUDEM!! – Ouvimos uma pessoa chamando por socorro, não penso duas vezes! Apenas vou atrás da voz e Tai grita "ONDE VAI?!", Não pensei nem em o responder, essa era a única forma de conseguir respostas.
– Onde você 'tá?? – pergunto gritando desesperado não quero que essa pessoa morra, estou tão perto!
– Aqui!! – vou atrás da voz e então encontro uma jovem menina que está debaixo de uma pedra, sua perna está totalmente imobilizada.
Retiro a pedra da perna mesma que esta muito arranhada e sangrenta, ela tem dificuldades em levantar e então à puxo para um abraço logo levantado-a. Coloco apoiada em meus ombros, ela parece estar muito ferida, quantos dias passou debaixo dessa pedra? Que desastre!
– Por favor me ajude... – ela desmaia em meus braços, mas apenas continuo levando a pobre jovem a pequena casa de onde vim.
– TAI! Me ajude por favor! – Vejo ele vindo desesperado e então segura a menina levando-a a cama.
– Mas que droga, Wang! O que vamos fazer?? Não temos como ajudá-la! – diz nervoso andando de um lado para o outro.
– Ela deve ter desmaiado, essa é a única forma de saber o que aconteceu aqui! Precisamos saber de detalhes, poderemos ir atrás! – penso em uma breve descrição do que eu pensei naquele momento em que fui buscar a jovem, mas parece o Tai não concorda.
– Ir "atrás"? Sinceramente... achei que você não fosse tão idiota quanto parece! – ele passa a mão no cabelo tentando pensar em algo. — Se você apenas pensasse um pouco, saberia que não temos NADA! Não temos um refúgio descente e nem comida para 3 pessoas, isso só está ficando pior é sera questão de tempo se alguem quiser fazer outra limpeza por aqui! Não temos preparação! – ele sai do quarto pisando fundo, e a menina acorda.
– *tosse* Onde.. onde eu 'tô? – ela diz confusa, passando a mão em sua testa. Com certeza deve ter pego alguma doença ou até mesmo hipotermia... não temos roupas quentes e muito menos femininas, o unico jeito é procurar ou fazer ela se enrolar no lençol.
– Você está bem? – pergunto e a mesma responde balançando com a cabeça. – Como é seu nome?
– Sol Huang, o que aconteceu? Onde estou? – Ao menos ja sei seu nome, isso basta.
– Tudo bem, ah.. Tudo foi destruído eu sou Wang, o Imperador Rei de Dalai. – vejo seu olhar de surpresa e então ela sorri suavemente.
– uffa... pelo menos estou segura! Mas estou com muito frio, mas não tenho roupas secas e quentes! – antes um olhar suave agora, desesperado.
– Sua casa... onde você mora? Ainda tem sobreviventes?
– Desculpe... mas eu moro sozinha, meu filho morreu... levaram meu filho... –seus olhos enchem de lágrimas e então começa chorar.
Eu perdi minha mãe muito cedo, eu sei como é estar sozinho sem uma parte materna.
– Oh.. mas porquê levaram ele? — ela me olha com raiva e tristeza.
– Meu filho foi levado a força para um outro Reino e eu nem sei qual é! – então foi outro Reino... Me afasto e deixo a jovem na cama. Ela precisa descansar, agora vou atrás do Tai.
Estou com fome mas preciso saber que tudo está bem com o Tai. Muitos acham que sou insensível mas, Yan Jin me ajudou muito em como conviver com outras pessoas, ainda sinto seu cheiro passando pelas minhas narinas... doce e nada enjoativo.
Sinto uma mão em meu ombro e então a pessoa se mostra.
É apenas o Tai.
– O que faz aqui fora? – vejo o mesmo com uma cesta cheia de frutas.
– Estava te procurando e.. de onde tirou essa cesta? – ele levanta a cesta para que eu possa ver melhor.
– Aproveitei que sai e peguei essa cesta numa casa, que por incrível que pareça estava bem até, talvez eles so tenham destruído mais o centro. – ele diz pensativo, foi bom ele ter saido e ter pegado mais comida. – a menina acordou?
– Acordou, disse que o nome dela é Sol Huang.. e também disse que pegaram o filho dela e que são de outro Reino. Me pergunto do por que eles quererem pegar bebês inocentes e ainda destruir um Reino como esse.. é tão confuso. – me perco nos meus pensamento e quando me dou conta, Tai está me encarando. – O quê?
– Vamos embora. – ele vai em frente.
[••]
Chegando na casinha ouvimos barulhos estranhos e quando entramos vemos um homem esperando a gente com uma faca no pescoço da Sol.
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