Um desconhecido em meu caminho.

Estou apavorada, a chance daquele maldito segurança entrar aqui a qualquer momento é grande, preciso me livrar desse cara.

— Moço, não importa o que estou fazendo, saia daqui e esqueça que me viu.

— Tudo bem, eu te deixo em paz, mas caso esteja pensando em fugir daqui é melhor desistir. O local é todo cercado por seguranças e tem câmeras por todos os lados, você seria pega num segundo.

— Meu Deus, não me diga isso.

Fico em choque, mas não posso desistir.

— Tudo bem, você já me alertou, agora preciso ir.

— Menina, me escute, não sei o que está acontecendo com você, mas posso te ajudar. Você me parece ser uma boa pessoa, se sair daqui assim irá morrer.

Começo a chorar, preciso muito de ajuda, mas não sei se esse cara é de confiança.

— Como posso confiar em você? como vai me ajudar e em troca de que? estou presa nesse inferno e todo mundo aqui é suspeito pra mim.

— Calma, antes de qualquer coisa preciso saber o que realmente está acontecendo, mas não temos tempo agora. Desça novamente para o salão como se nada estivesse acontecido, eu vou logo atrás e convido você para o quarto como um cliente comum, ai teremos tempo e privacidade para conversar tranquilamente.

— Vai me convidar para o quarto? parece bem o tipo de coisa que um safado faria, ai já estarei lá, o que te impedirá de consumar o fato?

— Olha, você está me ofendendo agora, eu tenho caráter, se estou dando minha palavra pode confiar em mim. Eu posso ter a garota que quiser aqui, não ficaria com ninguém a força.

— Não sei se eu deveria confiar num cara que frequenta esse tipo de lugar, mas não tenho muitas opções, então vamos lá.

— Só para você saber, eu venho aqui para beber e distrair um pouco a minha mente, fugir um pouco de tantas responsabilidades e cobranças que minha família me impõe. mas deixa pra lá, vamos descer.

Decido aceitar a ajuda desse desconhecido, não sei o motivo, mas ele me transmite segurança, se eu tiver errada estou perdida.

Começo a descer as escadas e sou parada pelo segurança, ele já estava indo atrás de mim. Digo que passei mal e estava no banheiro. Por sorte ele engole a mentira e me deixa em paz.

Aproximo-me do balcão estou perdida sem saber como me comportar, alguém toca meu braço.

Sarita, você tem um cliente, pode subir para o quarto 23, ele estará te aguardando.

É funcionária do bordel, ela fica no caixa e encaminha as meninas que são escolhidas. Odeio que ela me chame de Sarita, aliás, odeio tudo por aqui.

Subo novamente as escadas, estou com medo de ter outra pessoa no quarto, e se aquele rapaz desistiu de me ajudar? e se ele me enganou e contou tudo para Vanda? estou em pânico.

Entro no quarto indicada, respiro aliviada, por sorte ele está lá.

— Entre, temos algum tempo. Me chamo Jordan, me fale seu nome.

— Me chamo Sara, eu vim parar aqui por cauda de um crime, fui sequestrada e jogada nesse pulgueiro, eu tenho família e...

— Fale devagar, fique calma, vou pegar uma agua para você.

Ele me interrompe e e eu começo a chorar, finalmente posso contar para alguém sobre meu calvário.

— Não acredito que Vanda traz meninas traficadas para cá, sempre soube que essa mulher não vale nada, mas isso já é demais.

— Você conhece ela, acha que pode me ajudar me tirando daqui?

— Sara, eu vou te ajudar, mas precisamos pensar com cautela como vamos fazer isso. Essas pessoas são da pesada, são do crime, capazes de matar e morrer para manter esse império. A Vanda é muito forte nessa região, tem os melhores bordéis e as meninas mais bonitas. Já fui nos outros que ela possui, as meninas estão lá por opção, conheço algumas e sei até quem são as famílias, infelizmente o dinheiro as corromperam.

— Como pode alguém gostar de uma vida dessa, isso é realmente o fundo do poço.

— Pois é Sara, recentemente ela abriu esse bordel aqui, eu não sabia o endereço e um colega de trabalho me chamou para vir conhecer. Eu não costumo ficar com ninguém, só venho mesmo para beber e tentar me divertir um pouco, pode perguntar para a Vanda, ela pode te confirmar.

— Eu pretendo nunca mais ter que falar com essa mulher.

— Tudo bem, vou ver o que posso fazer, vou descer e você me espere aqui.

— Vai me deixar aqui? pelo amor de Deus, não me abandone, tenho uma filha pequena para cuidar, por favor não me abandone.

— Você tem filha? nossa que crueldade fizeram com você, afastar uma mãe de sua filha é muita maldade. Vou fazer o possível para te tirar daqui, me espere.

Ele sai e fico paralisada, a minha vida está entregue nas mãos de um estranho.

O tempo passa, ele está demorando demais. Será que conseguiu falar com a Vanda? na verdade estou me perguntando o que ele vai falar e como fará isso. Agora que me dou conta que quando ela souber que contei tudo sobre o sequestro sou uma mulher morta, fui bem alertada quanto a isso, meu Deus, será que meti os pés pelas mãos?

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Comments

margarida Alves

margarida Alves

Que agonia

2023-09-10

2

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