Cap 13 Andrei

Convenci Mauro a me aceitar como sócio da Construtora, mas sempre quis mais que só uma sociedade de negócios, minha intenção era comprar a parte dele na empresa..., mas, meu velho amigo nunca teve interesse em minhas propostas..., trabalhei muito para fazer essa construtora crescer e faturar milhões, minha ambição falou mais alto do que nossa amizade e Carlota sempre teve boas ideias..., através de uma delas, tomei coragem e me tornei o único dono da Construtora Cesarini, nunca me importei em manter o nome da empresa, ela ficou famosa com esse nome e assim permaneceu.

E agora estou cara a cara com o único que pode tira-la de mim..., ele quer a presidência, enlouqueceu de vez, já tinha preparado um cargo de engenheiro, daria algumas obras para ele brincar de construtor e me deixar em paz..., mas o maldito insiste em dividir a presidência, me acusa de ser o culpado da morte de Mauro..., sento para me acalmar ou vou cair..., meu ódio por Maurício me faz tremer, sinto pontadas em meu peito cada vez que ele me acusa..., estou sentindo minha pressão alterada..., e essa discussão ainda vai longe...

Andrei:_ Só pode está mesmo fora de si..., fui no enterro de seu pai, Ana me confirmou que ele havia infartado..., que ele já tomava alguns remédios que comprometeram sua saúde...

Maurício:_ Foi o que ela fez todos acreditarem só para ter tempo de fugir pra bem longe de você seu maldito...

Andrei:_ Não fiz nada para que fugissem...

Maurício:_ Meu pai, era leal a você, acreditava em tudo o que dizia..., quis compartilhar com você a boa fase que estava vivendo e na primeira oportunidade você o traiu e o apunhalou mortalmente..., acha que eu não lembro do dia em que o visitou e o fez assinar aqueles papéis?..., lembro de tudo...

Nossa discussão ficou mais emotiva...,as vozes mais contidas mais ainda carregadas de ódio..., tudo o que ele fala sinto como se o passado tivesse vindo cobrar os erros que cometi...

Andrei:_ Do que está falando?..., se quiser seu cargo, escolha qualquer outro e o terá...

Maurício:_ Quero o único que me pertence..., o de CEO da empresa do meu pai...

Andrei:_ Isso não será possível..., esta empresa é minha...

Maurício:_ Está empresa carrega o nome da minha família..., você a roubou de nós, portanto ela é minha.

Ele fala com firmeza..., sinto a ira em sua voz, ele vai usar tudo o que tem contra mim..., tento manter a calma para o bem da minha saúde...,o que ele fala me deixa confuso, enfurecido..., esse maldito está conseguindo me abalar...

Maurício:_ No dia em que saiu da nossa casa com aqueles papéis assinados e esfregou na cara de meu pai que ele não tinha mais direito a própria empresa, ele entrou em uma depressão profunda, não queria acreditar no que você fez..., ele nem tentou lutar..., começou a tomar remédios..., drogas fortes para dormir, até que um dia..., ele tomou uma cartela praticamente inteira e nunca mais acordou..., Você o matou..., o roubou e o matou.

Agora, fala controlando a emoção e a fúria, está com a voz um pouco embargada ao falar do pai, mas logo se recompõe e me acusa..., os olhos dele me fuzilam..., no fundo eu sempre soube que contribui para que Mauro morresse, mas é difícil admitir...

Andrei:_ NÃO O MATEI..., cala essa boca... ( Falo atordoado,ele por outro lado, já recuperou a postura séria)

Maurício:_ E para refrescar sua memória, ainda tenho todas as provas contra você..., agora me diga, vai aceitar dividir a presidência ou assumo sozinho e você sai daqui algemado?..., estou sendo muito generoso com você, qualquer outro em meu lugar já teria acabado com sua raça.

Olho para ele tentando raciocinar..., ele tem tantas provas contra mim, se quisesse já teria acabado comigo..., o que ele pretende?...

Maurício:_ Tá tentando imaginar o porquê de ainda não ter o entregado para os federais?..., conforme-se com sua única chance de manter sua posição ..., e agora, somos da mesma família, também tenho direito nas ações de Isabela, exigirei os direitos da minha esposa..., afinal ela não pode falar por si mesma...

Penso um pouco mais..., respiro controlando o nervosismo, não posso perder tudo, não assim..., agora ele vai usar o maldito casamento contra mim...

Maurício:_ Vamos lá..., o que vai ser?, basta uma ligação e tudo o que construiu irá ruir..., todos saberão a verdade.

Baixo a cabeça entre as mãos, esse maldito me pegou dessa vez..., não posso perder tudo, não assim..., não suporto mais ouvir a voz desse moleque ou minha cabeça irá explodir..., nesse momento me sinto um derrotado...,

Andrei:_ Chega..., aceito sua proposta, agora me deixe em paz...

Maurício:_ Fez a escolha certa sogro..., agora vamos a oficialização o meu cargo..., ainda não posso deixa-los ter paz...

Andrei:_ O que você pretende?..., já aceitei a sua proposta...

Maurício:_ Não tão fácil..., você vai marcar uma grande reunião com todos os funcionários, assinará os documentos oficiais para legalização do nosso acordo, me reconhecerá como herdeiro da Construtora Cesarini..., será tudo da forma correta e legal, registrado e assinado..., providencie tudo e quando estiver pronto, envie para meu advogado, quero que ele analise antes de assinarmos, até lá, trabalharemos aqui, nesta sala, até providenciar uma nova pra você..., mostre-me o que tem: as obras, os contratos, as finanças, funcionários, quero ver tudo...

Respiro derrotado afundando na cadeira..., é claro que ele não vai me deixar em paz, quer me torturar..., quer me fazer desistir..., não vou me dar por vencido, pode ter ganho uma batalha, mas não a guerra..., preciso me acalmar ou eu é quem irá infartar...

A manhã foi um inferno..., Maurício não saiu nem para o almoço, sentou em minha cadeira, chamou minha secretária e a fez mostrar tudo a ele, explicar cada contrato e o andamento..., o pior é vê-la toda simpática dando as informações da minha empresa para esse maldito..., já chega..., não ficarei aqui o dia todo sendo humilhado por esse moleque..., levanto e pego meu celular, ligo para o motorista da empresa me levar em casa, não estou em condições de dirigir...

Maurício:_ Aonde vai?

Andrei:_ Vai controlar minha vida pessoal também?

Maurício:_ Não, isso não me interessa...

Ignoro o maldito e me dirijo a dona Josy, a chamo para me acompanhar até a recepção...

Andrei:_ Dona Josy, irei para minha casa, cancele minhas visitas desta tarde, não voltarei a empresa hoje..., me acompanhe até a recepção...

Dona Josy olha para Maurício quase que pedindo autorização dele..., isso me enfurece ainda mais, era o que me faltava, minha secretária aceitando a autoridade desse infeliz.

Andrei:_ Agora Dona Josy ou pode procurar outro emprego.

A mulher me segue rapidamente, Maurício olha com um sorriso detestável no rosto..., ria agora, logo estará se arrependendo de ter voltado..., assim me afasto do desgraçado, falo com Josy...

Andrei:_ A senhora ainda é a minha secretária, nada de passar informações confidenciais aquele desgraçado, apenas o básico..., fique de olho nele, qualquer deslize ou informação relevante me comunique imediatamente, estarei no celular.

Dona Josy:_ Sim senhor...

Sigo para minha casa, não suporto mais ficar um minuto que seja ao lado desse homem.

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