Cap 11 Maurício

Seguimos para minha casa, mando meu advogado cuidar da parte burocrática, verificar se o acordo pode ser anulado pelo fato da moça não poder responder por si própria, não sei o que o pai dela está aprontando, seja lá o que for preciso está preparado.

Esse casamento garante meus direitos de herdeiro e a participação na sociedade, dessa forma ele confirma a veracidade do acordo feito com meu pai..., não me importo com qual das filhas esteja casado, só preciso mantê-la comigo.

Quero recuperar as ações de meu pai..., mais que isso, quero a empresa da minha família, vou chutar esse rato de lá e toda a família dele.

Assim que chego em casa sou recebido por minha mãe, faço um resumo de como foi o casamento e a mudança de noivas..., peço a ela que organize o quarto que fica ao lado do meu, que deixe tudo confortável para receber minha esposa adormecida.

Ana:_ Não acredito que tiveram coragem de entregar uma jovem nesse estado, eles são uns monstros...

Maurício:_ Mãe, não pense nisso, poderia ser pior se tivesse casado com a outra.., ao menos conosco ela estará longe daquela família de traidores..., não vamos fazer mal a garota, ela é apenas a nossa garantia.

Ana:_ Ainda acho que deveria ter esquecido essa história, não vai trazer seu pai de volta...

Maurício:_ Tem razão, não vai..., mas farei justiça pelo que fizeram com ele..., nunca vou esquecer e tenho direitos assim como a senhora, só vou parar quando tiver tudo o que é nosso e quando ver aquele rato humilhado e na ruína.

Ana:_ Sabe que estarei sempre o apoiando...

Maurício:_ Eu sei...

A abraço para tranquiliza-la..., tenho muitos motivos para não desistir e agora que dei o primeiro passo, vou planejar o próximo..., meu cargo na empresa.

DOIS DIAS DEPOIS...

Isabela já está em minha casa a dois dias, ainda não fui vê-la, pedi para minha mãe cuidar de tudo e tem a enfermeira, estou deixando elas se adaptarem, não quero ser invasivo..., hoje irei vê-la, saber mais sobre minha jovem esposa..., ainda não sei se posso confiar em Renata..., é a primeira vez que farei uma visita, mesmo seu quarto sendo ao lado do meu..., quero me certificar de que estejam bem..., mesmo sabendo que minha mãe está cuidando de tudo.

Bato na porta e Renata a destranca, estranho ela manter a porta trancada a chave..., entro sem pedir permissão...

Renata:_ Senhor Maurício..., bom dia.

Maurício:_ Bom dia... Como ela está?

Renata:_ Bem...

Maurício:_ Estão bem instaladas?

Renata:_ Sim senhor...

Maurício:_ Precisam de alguma coisa?

Renata:_ Não senhor..., não nos falta nada..., sua mãe providenciou tudo...

Apenas observo o nervosismo da mulher..., me aproximo de Isabela, toco levemente o rosto dela verificando a temperatura..., não tinha percebido o quão bonita ela é..., ela franze o rosto como se estivesse sonhando..., pensei que ela não tivesse reações..., tiro minha mão lentamente..., pergunto intrigado...

Maurício:_ O que ela tem?..., não é..., um coma?...

Renata:_ É..., não..., não é um coma..., ela só, não acorda desde o acidente, teve uma lesão no cérebro, que a faz dormir por dias..., as vezes abre os olhos..., mas depois, apaga novamente...

Maurício:_ Isso é estranho..., sabe o que aconteceu com ela?..., essa história de queda é verdadeira?

Renata:_ Acredito que sim..., fui contratada para cuidar dela, os exames confirmam um trauma..., ouvi a mesma história que o senhor...

A olho pensativo..., Renata não precisa saber ainda, chamarei um médico de minha confiança para avaliar o estado de saúde dela, quem sabe um tratamento diferente..., antes de sair dou uma ordem...

Maurício:_ Não quero a porta trancada a chave...

Renata:_ É que as vezes a estou limpando, no banho e trocando suas roupas, mas, se não quiser...

Maurício:_ A mantenha sem chaves com excessão desses momentos... e abra as janelas, será bom para ela um pouco de claridade...

Renata:_ Tudo bem senhor, como quiser.

Olho em volta, alguns cremes, remédios..., não vejo uma receita médica..., quero saber o que ela toma, que tipo de tratamento faz...

Maurício:_ Pode me explicar sobre o tratamento, o que ela toma?, os horários..., tem uma receita médica?

Renata:_ Ah..., sim..., aqui está.

A mulher vai até uma gaveta e pega o papel, faço uma leitura rápido..., ela toma dois remédios diferentes..., pedirei para minha mãe observar se está tomando nos horários indicados...

Devolvo o papel para a mulher sem mais perguntas..., sigo para a cozinha, enquanto tomo meu café, converso com minha mãe, em tom baixo, apenas para nós dois ouvirmos...

Maurício:_ Mãe, fiz uma visita a Isabela...

Ana:_ Foi vê-la?, achei que não se importasse...

Maurício:_ Ela é minha responsabilidade..., só quero saber se pode observar como a enfermeira cuida de Isabela..., no receituário ela toma duas medicações diferentes, observe os horários, tente ver mais..., seja discreta.

Ana:_ Sim filho, farei isso..., tenho deixado ela a vontade para cuidar da garota..., desconfia dela?

Maurício:_ Desconfio de todos..., apenas me diga se perceber algo estranho...

Ana:_ Tudo bem..., fiquei comovida ao vê-la naquele estado...

Maurício:_ Amanhã mesmo irei providenciar um médico para avalia-la, fazer alguns exames..., tenho certeza que o caso dela é reversível..., só precisa do tratamento adequado...

Ana:_ Faça isso, também acredito que ela possa se recuperar..., você viu que é uma jovem muito bonita?

Maurício:_ Vi... (respondo sem da muita importância, minha mãe tá insinuando alguma coisa)

Ana:_ Tão inocente e tendo que pagar pela maldade dos pais..., ela não tem culpa do que nos aconteceu...

Já entendi, ela acha que vou machucar Isabela, que também a odeio..., a pobre da infeliz já está pagando pelo pecado de ser filha daquele ladrão maldito...

Maurício:_ Não se preocupe..., sabe que não faria mal a ela..., essa já está mais do que castigada, só por ter o sangue do pai...

Ana:_ Eu sei querido...

Termino meu café.., dou um beijo em minha mãe, faço como planejado, vou ao escritório, organizo os documentos que precisarei, faço mais algumas pesquisas e ao final vou para a empresa, hora de acertar minha posição.

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