Capítulo 02

Gabriel Diniz, Ceo e dono da empresa mais invejada do país, por seu legado de sucesso e superação, passado por três gerações.

Estou analisando os inúmeros currículos de candidatas a vaga de secretária. Poderia mandar outra pessoa para efetuar esse trabalho, mas gosto de fazê-lo pessoalmente. Confesso que até o momento todas as candidatas anteriores estão mais interessadas em mim do que na vaga de emprego. É frustrante e ao mesmo tempo estou furioso, ao pensar que grande parte das candidatas, não querem uma oportunidade de crescimento profissional, mas sim chamar a minha atenção. Estou pensando seriamente em cancelar a entrevista e orientar um funcionário para continuar no meu lugar. Prestes a desistir sou dominado por uma deliciosa fragrância que toma conta de todo o ambiente da minha sala. É necessário conter a minha curiosidade, então apenas me concentro em ler o currículo. Uma voz familiar rouba a minha atenção, enquanto nosso olhar se encontra.

— Bom dia.

Não pode ser? Será ela? Mas... está tão diferente, seria clichê pensar que pudesse estar a ter uma alucinação?

A pequena menina, dona de um olhar intenso, junto do seu lindo sorriso encantador, havia se transformado numa bela mulher, capaz de tirar o fôlego de qualquer um que cruzar o seu caminho. Um desejo incontrolável e arrebatador toma conta do meu ser me impulsionando a ir até ela, quem sabe abraçá-la e dizer o quanto senti a sua falta.

Mas... a possibilidade de não ser ela a menina do meu passado, traria um constrangimento enorme para ambos. Decido ignorar a minha loucura, conter as minhas emoções e prosseguir com a entrevista.

— O seu currículo é excelente!

Ela parece tensa, será que ainda possua recordações sobre nós?

Prossigo a entrevista com perguntas básicas, como o diferencial dela em relação às candidatas anteriores.

— Senhorita? — o Ceo tenta, retirá-la da sua distração.

Altero um pouco o tom da minha voz.

— Senhor, desculpa a ousadia, mas de alguma forma pareceu-me alguém familiar, já nos vimos antes?

Nesse momento me sinto o homem mais sortudo do mundo, por não ser o único a cumprir a promessa que fizemos na infância. O tempo não apaga memórias e de alguma forma inconsciente a minha doce mila, recorda de mim.

Porém, o nosso passado também me trouxe cicatrizes e recordações do dia da minha partida.

— Já está decidido, irá estudar numa escola em tempo integral e fora do país. Retornará formado e pronto para assumir os negócios da família.

— As minhas notas são excelentes, não há motivos para me mandar para outro colégio?

— Na vida aprendemos a sacrificar-se pelo bem da família, então não ouse chorar Gabriel, o que faço é para o seu bem e principalmente o crescimento profissional que fora do país você terá, independente das suas boas notas.

— Mãe, não pode deixar ele me mandar para longe...

— Não há o que fazer meu filho, o seu pai já decidiu.

Naquele momento, a raiva e frustração tomou conta de mim, e mesmo com pouca idade já conseguia receber a intensidade de tudo que senti ao ouvir que ficaria longe da minha família, amigos e principalmente da mila a minha amiga de infância.

— Odeio essa família, odeio você Lorenzo! Como pode me fazer ficar longe dos meus amigos e da ...

— Não ouse falar o nome dessa menina! Essa amizade não me agrada, vou cortar o mal pela raiz, antes que essa aproximação torna-se um sentimento além da compreensão de duas crianças.

O Ceo retorna abalado dos seus pensamentos.

— Nunca nos vimos, senhorita. Imagino que tenha me confundido com alguém.

Sou um fraco, covarde, por desfazer a minha única lembrança boa do passado.

— Desculpa a insistência, não sou o tipo de pessoa que se confude facilmente.

Decido intimidá-la.

— Porque, afirma que já nos vimos antes?

É palpável a sua frustração e a minha covardia em relação a isso.

— Desculpa, não tive a intenção de irritá-lo. — ele a ignora.

— Por conta do seu excelente currículo, mesmo sem experiência recente na área, terá a oportunidade de trabalhar no grupo diniz durante um mês, se passar desse período a efetuaremos na empresa.

— Grupo Diniz?

Não tenho dúvidas, sou descoberto.

— Envia um currículo para a minha empresa sem saber o nome dela?

As suas bochechas começam ganhar um tom avermelhado.

— A responsável pelo envio do meu currículo foi a minha mãe, Senhor Gabriel Diniz.

— Então a agradeça, senhorita. O seu currículo me agradou e a menos que não aceite o mês de experiência, não temos motivos para prosseguirmos com a entrevista.

Tento ao máximo conter o meu sorriso, é nítido que se ela me chamou pelo o meu nome e sobrenome é porque está furiosa.

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Comments

Raquel Martins

Raquel Martins

Estou gostando!

2024-08-04

3

Sineia Soares

Sineia Soares

Parece boa a história

2024-03-09

1

Solaní Rosa

Solaní Rosa

tô começando ler hoje

2023-10-24

4

Ver todos

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