Doce Infância

Doce Infância

Capítulo 01

— Me prometa que nunca vai me esquecer 'biel' ? — o olhar ingênuo e verdadeiro, junto das lágrimas atrevidas que rolam pelo rosto da criança, intensifica ainda mais a sua pergunta.

— Prometo não te esquecer 'mila'. — a inocência, e a certeza do menino que jamais conseguirá esquecer o seu amor de Infância.

Como uma promessa feita entre duas crianças, podem marcar uma vida de duas pessoas, com realidades totalmente diferentes? O amor nem sempre decide quando irá chegar, tão pouco respeitará a ingenuidade ou inocência daqueles que o recebem. Amar, é lançar-se por inteiro mesmo tendo a incerteza se o seu sentimento será correspondido ou até mesmo vivido.

Quinze anos depois...

— Filha, acorda....vai se atrasar para entrevista de emprego.

— Só mais cinco minutos por favor... — o som da sua voz, sai com uma certa sonolência.

Levantar ou se arrastar até o banheiro? Pergunta difícil para ser respondida, após ler os meus romances por aplicativo, na esperança de ver apenas mais um capítulo. Pois é, só quem consegue se apaixonar por uma leitura que vai além de uma tela do celular ou computador, consegue compreender a frase é só mais esse capítulo.

Como não tenho tempo para me lamentar, me arrasto até o banheiro, na esperança que as águas do chuveiro leve para o ralo a minha exaustão, torcendo para eu conseguir sorrir, sem demonstrar as olheiras que ganhei após baixar um aplicativo de leitura.

Os minutos se passam, permitindo-me aprontar para a realidade do mundo real. Apesar do cheiro maravilhoso que vem da cozinha, não posso me dar o luxo de comer, pois estou atrasada e para uma entrevista de emprego, isso é péssimo.

— Não vai tomar café?

Mesmo desejando muito, preciso recusar o maravilhoso café da manhã da dona Alice. Mas como sei que a minha mãe não ficará tranquila, digo que assim que finalizar a entrevista, passarei numa lanchonete para tomar um café da manhã reforçado. O trânsito da minha cidade não facilita nem um pouco a minha vida, e ao entrar na empresa já consigo sentir o stress de uma pessoa que sai de casa todo dia para trabalhar. Mãos tremulam, batidas frenéticas, já consigo sentir as mesmas sensações das protagonista dos meus livros. Penso, que talvez o mundo virtual não seja apenas ilusão ou fruto da imaginação de uma autora.

— Coragem moça, pense na possibilidade dos céus cooperar e o dono da empresa ser um senhor bonzinho, quem aceite uma funcionária sem experiência anterior.

Antes que os meus pensamentos ganhem mais palavras esperançosas, uma bela moça chama a minha atenção.

— Está perdida, senhorita?

Gostaria de dizer que sim, mas não sou louca de jogar para longe a minha primeira oportunidade de emprego.

— Onde é a sala de seleção para candidatas a secretárias? — ela tenta o seu melhor sorriso, mesmo que seja num certo tom amarelado.

A mulher na minha frente me analisa dos pés à cabeça, como se estivéssemos em câmera lenta, apesar de desconfortável não me senti intimidada, pois acredito que qualquer desconhecido na empresa é um possível suspeito(a).

— Me acompanhe.

A sigo pelo longo corredor, até adentrarmos numa sala com outras mulheres.

— Bom dia a todas, as candidatas serão chamadas conforme a inicial do seu nome. Fiquem atentas, não haverá outra oportunidade.

A 'miss simpatia' parece que também não tomou a sua xícara de café, hoje.

Após longas horas, finalmente ouço o meu nome. Pelo sorriso das candidatas anteriores, acredito que o responsável pela entrevista seja alguém simpático, talvez esse seja o motivo tanta euforia.

— O Senhor Gabriel a aguarda para entrevista.

Ouvir esse nome, me trouxe um certo aperto no peito, por me trazer recordações de alguém do passado. As nossas memórias sempre serão vivas e jamais esquecidas no meu coração.

— Senhorita, se continuar com essa ausência de atenção, não durará um único dia na empresa. — novamente a moça se encontra perdida nos seus pensamentos.

— D-desculpa.

— O Ceo, odeia pessoas distraídas.

Ah meu Deus, somente agora consigo compreender a euforia das moças, a entrevista é diretamente com o diretor-executivo da empresa, não sei como isso seja motivo de alegria ou otimismo.

A mulher como uma elegância de causar inveja, se afasta me deixando sozinha com o Ceo misterioso. Em frente a enorme porta de madeira, que pela aparência imagino que custa o valor da minha casa, me encontro tensa com o que me espera do outro lado da porta. E após três pequenas batidas, uma voz grossa e potente permite a minha entrada. Observo o homem misterioso na minha frente, com o que parece ser o meu currículo em mãos. O nosso olhar ainda não se encontra, mesmo sendo perceptível a minha presença na sua sala.

— Bom dia.

Decido, trazer a atenção dele em mim. Finalmente o nosso olhar se encontra, e por uma fração de segundo o seu rosto parece familiar. Sem conseguir controlar a minha emoção e curiosidade, tenho a sensação que o conheço.

— Senhorita o seu currículo é excelente!

Não consigo ouvir quais foram as suas palavras, e me pergunto o que está acontecendo comigo?

— Preciso de uma secretária para organizar a minha rotina, viagens e negócios. O que te diferencia das candidatas anteriores?

💭... Porque o som da voz dele é tão familiar, mesmo não tendo o visto antes? E que sensação estranha é essa, capaz de me petrificar no lugar sem chances de movimentar, falar ou ouvi-lo?

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Comments

iranete teofilo

iranete teofilo

Já estou gostando desse comecinho vamos ver se vai continuar assim, ficando na expectativas dos próximos capítulos.

2024-01-05

3

Edilane Conrado

Edilane Conrado

parece interessante .

2023-07-21

3

Salete Godinho

Salete Godinho

Já estou gostando

2023-03-02

3

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