Gabriel olha pela janela do seu quarto encarando a linda forma amarelada do sol surgindo no céu trazendo consigo mais um novo amanhecer, mesmo que sendo por entre as nuvens do final de outono. Ainda assim, lá está ele o grande e majestoso sol.
Ele caminha até a janela a contemplar a vista da magnífica paisagem a sua frente, puxando com toda a sua força existente o ar para dentro dos pulmões soltando em seguida lhe permitindo desta forma relaxar. Ele foi criado numa fazenda, toda a sua infância e adolescência feliz foi na fazenda e agora mesmo após muitos anos afastado vivendo na cidade com todo o seu glamour é no meio do mato, sentindo o cheiro da relva banhada pelo orvalho da madrugada úmida, ele sente uma segurança que acalma os seus nervos e traz uma quietude para sua alma e mente cansada e perturbada.
Após alguns momentos de interação com a natureza e o poder calmante que a mesma traz ao seu aflito e quebrado coração ele caminha em direção ao banheiro onde faz a sua higiene matinal, já sai vestido com uma bermuda leve de academia, o seu peito nu revelava os vários músculos por toda a parte superior do seu corpo.
Descalço Gabriel caminha pelo corredor da sua casa até o quarto onde tem alguns aparelhos de ginástica e lutas como o boxe, arte que ele gostava de praticar.
Se dirigindo a um saco de pancadas preso por uma corda ao teto, ele começa a deferir vários socos e chutes, desta forma além de manter seu físico ainda consegue descarregar toda sua frustração no objeto a sua frente a qual é deferido vários golpes sem intervalos.
Após o seu treino puxado, sentindo mais relaxado se dirigi ao seu quarto novamente a fim de tomar um bom banho revigorante.
No caminho de volta ele para enfrente a parede onde tem um quadro de Paty pendurado.
Ele passa a ponto de seus dedos sobre seu rosto e os mesmo pensamentos que lhe afligem todos os dias após o acidente vem a tona.
__ E se eu não tivesse escolhido aquele restaurante?
E se eu tivesse deixado para o fim de semana, e não tivesse agido tão afoito como estava?
E se eu tivesse agido mais rápido e conseguisse desviar o carro?
As mesmas perguntas que o assombram lhe causando a sensação horrenda de culpa.
__ Se eu não tivesse tomado a decisão que tomei naquela noite emnte levar as pressas e pedir sua mão em casamento, talvez hoje meu filho estaria em meus braços sendo acalentado por mim, enquanto você nos preparava nosso café da manhã.
E com esses mesmos pensamentos que o assombram dia e noite, uma lágrima solitária rola do seu olho descendo por sua bochecha fazendo o caminho até seu queixo e pingando no chão, talvez fazendo companhia as outras milhares de lágrimas que Gabriel derramos naquele chão por ter chorado já a dois anos todos os dias no mesmo lugar remoendo as mesmas coisas.
Porém agora, havia diminuído a quantidade, a culpa estava lá, ele não se perdoava, mais aquela dor escruciante que queimava em seu peito, havia diminuído.
Assim que desce as escadas ouve risadas e uma voz familiar que outrora o irritava bastante, porém aos poucos foi tomando outro rumo e invadindo seus ouvidos com som diferente. Ele estava gostando de ouvir suas conversas, seu jeito alegre de contar os fatos e a alegria genuíno que habita seu coração é quase palpável quando se está perto de Bella. Parece que ela vive em um mundo paralelo só dela, onde por mais que o caus esteja instalado não afeta seus sentimentos puros e verdadeiros.
Gabriel quase todas as manhãs ficava escutando as conversas entre Bella e Rosa e seu José e até mesmo o menino Bruno.
Ela sempre tinha uma palavra animadora quando ouvia um fato triste da vida de seus amigos agora, ela via pelo um ângulo diferente com seus olhos onde tudo é mais simples, e suas palavras animadoras descreviam com exatidão o Interior de sua alma.
E isso intrigava Gabriel, ele nunca havia conhecido ninguém assim, nem mesmo sua doce Paty. Bella porém era diferente e ele pode concluir a frase que considerava brega de livros de auto ajuda: A felicidade vem de dentro de nós, e não do exterior ou das coisas que achamos que precisamos ter para sermos felizes.
Ele contatou isso quando analisou sua vida Obque ela tinha ?
Não tem família, praticamente só um tio.
Não tem uma casa própria ainda pra chamar de sua, seu tio começou agora pagar pelo terreno onde mora com a ajuda dela. Bella nem mesmo tinha bens materiais nenhum, suas roupas eram todas gastas, seus sapatos e botas eram gastos e velho, apesar de ser uma pessoa muito caprichosa pois eles sempre andavam limpos e bem engraxados, uma vez ele viu quando ela calçava um sapato com a sola descolada.
Não tinha um namorado ou filho, onde muitas mulheres usavam suas crias como fonte de sua felicidade e forças para continuar.
Gabriel ficava cada dia mais intrigado com a áurea leve e feliz que rodeava Bella.
Será sua fé?
Ele se perguntava, Gabriel era ateu e não acreditava em nada de religião principalmente após o acidente ficou ainda mais cético, pois achava que se realmente existisse alguma entidade acima dos seres humanos ela não deveria deixá-los sofrer.
Ele estava perdido nos seus pensamentos quando ouve um espirro próximo de si e ao levantar a cabeça encontra ela vindo na sua direção com uma bandeja de café da manhã.
Ela aproxima-se e começa a colocar os itens sobre a mesa.
__ Chegou mais cedo hoje.
Porquê está a servir o café, quando o serviço não é seu?
Perguntou Gabriel com uma sobrancelha arqueada, porém vindo de Bella já poderia imaginar a resposta onde ela estava apenas ajudando, já que chegou mais cedo.
__ Estou a ajudar Rosa e também gostaria de pedir algo ao senhor e queria falar antes que a pessoas começasse a chegar à mesa.
Gabriel apenas balança a cabeça para ela continuar, ficou curioso para saber o teor da conversa, visto que a menina nunca reclamava de nada.
__ Gostaria de perguntar se posso ir agora pela manhã com José na cidade. Estamos se aproximando do inverno e preciso comprar casacos e cobertores.
Ela ajeitou os óculos sobre o nariz e olhava na sua direção com uma expressão de expectativas como uma criança que pede algo a seu pai e sabe que não será negado.
Isso quase, quase tirou um sorriso dos lábios de Gabriel. Ele, no entanto deu uma resposta que deixou Bella perdida não esperava por essa atitude.
__ Coloque os seus gastos no cartão da empresa e jogue os gastos como despesa na planilha e não esqueça de pedir as notas fiscais.
Bella piscou vários vezes com um certo espanto no rosto, já havia se passados quase dois meses que estava próximo a Gabriel e ele sempre fazia questão de ser áspero e rigoroso com ela.
__ Aproveite e compre também uns remédios para esse resfriado, com esse maldito vírus por aí, não podemos facilitar.
Bella sacudiu a cabeça e olhou novamente na direção de Gabriel para ter certeza que era ele mesmo a pessoa que falava com ela. E sim constatou ser ele mesmo.
__ Após chegar da cidade venha direto ao meu escritório tenho algo a discutir com você.
Bella acenou em positivo para Gabriel e saiu ainda meio atordoada com a conversa e agora também havia ficado curiosa, muito curiosa sobre o que seria de tão urgente que ele queria falar com ela visto que desde quando chegou só entrou no seu escritório duas vezes.
As compras da manhã foram bem sucedidas, Bella ficou imensamente agradecida a Deus pela atitude de Gabriel pois não tinha sobrado muito de seu salário visto que ela teve gastos com livros e materiais da faculdade. Ela não quis abusar e comprou somente o necessário, para deixa-lá aquecida pois sua casa era muito fria e ela não conseguia se manter aquecida a noite.
Ao retornar deixa suas compras em um canto da cozinha e como o patrão havia pedido segue para seu escritório.
Batendo com as coistas dos dedos na porta ouve ele dar permissão para que entre.
__ Já cheguei senhor Gabriel, o que deseja falar comigo ?
__ Apenas que dê uma olhada nesses documentos e me diga se vê algo errado.
Bella senta-se na cadeira de frente a ele, analisando folha por folha que está em sua mão e após um minuto ela diz:
Estes documentos pertencem a Empresa Mollinari.
__ Sim! Quero apenas que observe um por um e me diga se encontrou algo errado.
Bella acena com a cabeça meio atordoada, havia algumas ordens de pagamentos, faturas, notas fiscais, livros referente a contabilidade.
Ela ficou por uns vinte minutos absorta aos movimentos seu redor observando atenta somente os documentos em suas mãos.
Gabriel a observa vez em quando pelo rabo de olho e voltava aos seus afazeres porém na expectativa de ouvir alguma coisa da boca da garota.
E por fim com um longo suspiro Bella fala:
Estão desviando dinheiro da empresa!
Tem alguém tentando roubar as indústrias Mollinari e se continuar assim em breve vai quebrar.
Gabriel ficou de queixo caído, isso ele já sabia, porém levou muitos dias para ele identificar nos documentos suas suspeitas, enquanto a garota com menos de meia hora constatou isso.
Bella percebendo sua expressão de espanto logo larga sua pérola.
__ É você senhor Gabriel que está roubando a empresa ?
Gabriel abre e fecha a boca chocado com a pergunta.
__ E porque acha que eu iria roubar min.... , ele para antes que revele a Bella sua identidade respira fundo.
Porque acha que sou eu?
__ Porquê a senhora Joana, e seus filhos Gabriel e Helena não poderiam roubar sua própria empresa e para fazer esse desfalque precisa ser alguém que assine por eles e tenha sua procuração.
__ E acha que eu seria burro o suficiente de roubar a empresa e depois mostrar as provas do crime a você?
Diz ele estreitando os olhos e tensionando a mandíbula.
__ É vendo por esse lado só poderia ser o senhor caso tenha me mostrado as provas querendo arrumar alguém como cúmplices.
Diz ela em tom debochado tentando fazer uma piada e sorrindo de si mesma.
Gabriel solta um suspiro com Bella sorrindo com os olhos e fica relaxado, senta novamente em sua cadeira, respira fundo e toma uma decisão.
__ A partir de agora vai me ajudar nos assuntos das empresas Mollinari também.
Quero que fique responsável por identificar essas fraudes.
Bella solta mais um espirro e após assoar o nariz no lenço de papel olha apreensiva para ele com uma sobrancelha arqueada e diz:
O senhor quer que eu faça o seu trabalho?
Eu vou receber a mais por isso?
__ Vou pensar no seu caso.
Diz Gabriel soltando entre os dentes.
__ Pensei que estaria aqui para me ajudar.
__ Sim estou, o senhor já me deixou com toda a administração da fazenda e estou dando conta.
Não estou reclamando eu não fujo de trabalho, só quero ser justa, já que vai ganhar todo o crédito do trabalho junto dos Mollinari que te pagam para trabalhar para eles.
Nessa hora Gabriel até sentiu vontade de rir da ousadia e inocência da garota. Se ela soubesse que ele é o próprio dono não estaria tão cheia de si.
__ Tudo bem! Se empenhe em descobrir como podemos pegar quem está fazendo isso.
Precisamos de provas. Quero colocar o culpado na cadeia.
__ Bem provas só será possível se pedir uma auditoria na empresa.
__ Não posso pedir auditoria porque desconfio de uma pessoa que pode tentar se fazer de vítima e colocar Helena contra mim.
__ O senhor Desconfia do marido dela?
Diz Bella alarmada levantando da cadeira colocando a mão no boca.
__ É vai ficar meio estranho um simples empregado como você tentar acusar o marido da dona, ela não vai gostar nada disso e pode até te mandar embora.
Gabriel revira os olhos.
__ Por um acaso por isso que te pedi ajuda, não consegui provas. E ele é um manipulador filha da puta que pode fazer a cabeça da min... é da senhora Helena.
__ Nesse caso sem uma auditoria fica difícil pegar o mal pela raiz.
não ser que o computador que ele use na empresa e seu celular sejam hackeados.
Gabriel olha surpresa para a menina com cara de inocente a sua frente lhe sugerindo isso.
__ E onde vou arrumar um Hacker de confiança?
__ Eu!
Diz Bella meio acanhada.
__ Você é uma hacker?
Bella revira os olhos
__ Não ! Eu não trabalho fazendo nada ilegal e nem faço esses serviços para ninguém.
Eu apenas sei fazer e uso as vezes a meu favor, como visualizar minhas notas no sistema da faculdade, eu sou anciosa.
Dá uma pequena risada e continua.
__ Também usei para hackear a conta bancária do professor que tentou me abusar.
__ Você roubou o dinheiro dele?
Pergunta Gabriel exasperado.
__ Não! Claro que não. Deus me livre de ser assim.
Bem eu tirei o dinheiro dele, pode se dizer que foi roubo, mais não fiquei com nada não. Apenas transferir para uma instituição que ajuda mulheres sofrem violências físicas e psicológicas.
Na realidade nem era muito, salário de professor é pouco, mais era só mesmo para se vingar dele.
Gabriel ficou atônito com o potencial daquele projeto de gente franzino que mede um metro e meio, com uma inocência brotando nos poros é capaz de fazer.
__ E poderia hackear isso para mim?
__ Não!
__ Porquê não?
__ Só posso fazer isso com a autorização de uns dos donos da empresa, caso o contrário quando formos apresentar as provas todas hackeadas podem nos acusar de crime cibernético.
E assim como eu, você também é um empregado.
Gabriel revira os olhos e solta um suspiro.
__ Está certo então, volte ao seu trabalho e procure analisar melhor esses documentos a fim de ver se surge algo em que possa nos ajudar.
Bella deixa o escritório pensativa em como vai arrumar tempo para mais uma tarefa, visto que suas aulas vão começar novamente e o trabalho da fazenda é bem complicado.
__ Esse cara vai acabar me transformando em uma workaholic como ele. Pensa que eu não sei que ele trabalha dia e noite sem parar.
E nem o dono é, imagina se fosse?
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E aí leitoras amadas do meu coração!
Peço a vocês perdão pelos inúmeros erros da escrita porém estou correndo muito com meu trabalho , após terminar o livro irei revisar e fazer as devidas correções, até lá peço paciência e perdão.
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E agora sim, iremos começar momentos de interação entre Belinha e nosso Limão delícia.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Marcia Rodrigues
Iniciei a leitura hoje 26/02/2026 e confesso que foi difícil parar, tanto que passei muito da hora do almoço, quando dei por mim, já era três 🕒 horas da tarde e não havia almoçado. A estória é muito, muito, boa.
2025-02-27
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Cida Lima
ta maravilhosa a história so afastar os veterinários da vida deles
2025-02-11
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Vaniza Goncalves
deus deu o livre harbitrio e vc e só vc é responsável pelas escolhas que faz
2024-11-25
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