Planos

the loneliest- Maneskin

Os dias não são fáceis, parece que tudo pode acabar a qualquer momento, e não que isso me deixe triste, bom se tudo acabasse agora, se um meteoro atingisse a terra, se o sol explodisse agora e tudo virasse pó, eu ficaria aliviado, a minha mente não iria guardar essa memória, não sobraria nada, nada para eu poder sentir alguma coisa, o universo voltaria a sua escuridão Inicial, qualquer história teria fim, sem tempo para chorar, se arrepender ou sentir medo, tudo acabaria rápido ou não.

Quando você faz algo que havia planejado com alguém por muito tempo e essa pessoa não está junto a você, parece algo tão sem sentindo, algo vazio e você não entende o porque, se isso antes parecia algo tão incrível, eu respondo-te, não era incrível, a pessoa que estava junto a você fazendo esses planos sim, fazia isso se tornar algo incrível, mas a verdade é que isso nunca passou de um futuro distante, algo tão impossível de se alcançar agora.

Ele fazia planos e eu era feliz por que não importa o quão imprudente era ele sempre me botava nos seus planos, sempre me via no seu futuro, universitários? Festas no ‘campus’? Colegas de quarto? Dominar o mundo e fazer que com que as crianças sejam livres para brincarem na hora que quiserem? Pescar peixes no céu?

Tudo parecia tão incrível, mas agora tudo não passa de um monte de tralhas que nós guardamos no sótão e deixamos lá durante muito tempo, esquecemos que um dia já esteve por aqui esses sonhos.

Haru: — Você vai ficar bem garoto?

Sato: — vou

Haru: — vê se vem nos finais de semana

Sato: — se você não tiver entrado num coma alcoólico ou ter se afogado no próprio vomito até lá

Haru: — eu não daria esse gostinho para você

Sato: — se cuida

Haru: — Você também.

Haru: — pirralho?

Sato: — o quê?

Haru: — vou sentir a sua falta

Sato: — eu sei

Ela entrou no seu carro e foi embora nem mesmo esperou eu dizer que também iria sentir a sua falta, mas sei que ela fez isso por que iria chorar a ouvir algo assim de mim, ela esteve lá por mim nas noites em que eu gritava pelo seu nome, ela esteve lá por mim quando eu não queria sair do quarto para nada, ela esteve lá e chorou por mim, ela cuidou de mim, ela permaneceu mesmo não sendo sua obrigação cuidar de mim ela preferiu fazer isso, ela não fugiu ou recuou, ela fez o seu papel de mãe mesmo eu não sendo seu filho, ela amou-me como se fosse, ela ama-me.

As pessoas aqui parecem estar tão animadas, alguns estão reencontrando seus amigos de escola, outras estão a fazer amigos novos, alguns têm medo disso, e outros nem ligam, esse lugar é tão grande eu poderia perder-me por aqui fácil, eu vou ter um colega de quarto esse semestre, no próximo irei morar fora do “campus”, esse era o nosso plano, eu não fiz questão de vir para essa faculdade, por que era para nós estarmos aqui juntos, mas você desistiu desse sonho, desse plano.

Matsumo: — Yamazaki?

Matsumo: — ótimo, vou ter que ver o seu rosto pelo resto do semestre.

Sato: — também estou feliz com isso, eee

Eu tive azar de reencontrar alguém da minha antiga escola, alguém desagradável, grosso, rude, o mundo pode ser mesmo pequeno e fez-me ter o acaso de ter que ficar no mesmo ambiente que ele, mas suas brincadeiras nunca incomodavam de verdade o Naoto ele não ligava, ele até mesmo tentou ser amigo de uma pessoa como ele, posso tentar o mesmo?

Sato: — Eu

Matsumo: — não precisamos fazer isso, você fica desse lado do quarto e eu desse.

Sato: — certo.

Matsumo: — não ter nenhum tipo de diálogo até o fim do semestre.

Sato: — ok

Não fiquei feliz quando descobri que ele seria a pessoa tomar o seu lugar nesse quarto, mas o que posso fazer? Você desistiu antes mesmo de chegarmos aqui.

Nara: — Sato!

Sato: — Nara, Ichiro.

Nara: — nós viemos para ver o lugar.

Ichiro: — parece interessante.

Matsumo: — Uau, a turminha chegou

Ichiro: — o que ele ta fazendo aqui

Matsumo: — eu e o seu querido Yamazaki seremos grandes amigos até o final desse semestre, não é incrível?

Nara: — ele é seu colega de quarto?

Sato: — sim

Nara: — o azar

Sato: — vamos dar uma volta pelo “campus”.

Sato: — vem Ichiro.

Eles até esquecem que eu os conheço, essa história de virem até aqui para ver o lugar, eu sei que eles estão preocupados comigo e em como isso vai doer, esse era um plano nosso e eu estou aqui sozinho e é tudo exatamente como ele disse que seria, não vou negar isso dói, muito mais do que eu pensei que doeria, mas ta tudo bem.

Nara: — e como você ta?

Sato: — estou bem

Nara: — mesmo?

Sato: — sim, estou com as pessoas mais importantes da minha vida

Sato: — o lugar é lindo, tem ótimas cafeterias e até bolinhos sem lactose, é ótimo.

Nara: — fico feliz em ver-te animado.

Nara: — o Ichiro vai ficar em um dormitório perto do seu.

Sato: — é mesmo, parece ótimo vou vê-lo com frequência.

Ichiro: — Para!

Sato: Hã?

Ichiro: — Para, Para de dar esse sorriso falso para gente, para de fingir estar bem!!

Nara: — Ichiro!

Ichiro: — desculpa para mim não dá.

Nara: — Ichiro!

Sato: — ta tudo bem, deixa ele ir.

Nara: — É difícil para ele, aqui é tudo como vocês três tinham planejado.

Sato: — eu sei.

Nara: — Você não precisa fingir nada, cada um leva um tempo até tudo começar a voltar ao normal.

Sato: — normal? Será que isso já existiu?

Nara: — Eu vou atrás dele, boa sorte.

Sato: — Obrigado.

Nara: — Sato, vem visitar-me quando tiver tempo.

Sato: — eu irei.

Ichiro não estava errado, eu estava a fingir, mas ele sempre foi bom em ver através dos olhos das pessoas, ele consegue sentir quando estão a mentir, o Naoto pensava que isso era um super poder só do Ichiro, Mas pergunto-me como ele não percebeu que ele estava a mentir? as vezes acho que ele sabia.

Matsumo: — já voltou

Sato: — estou aqui, não estou?

Matsumo: — to saindo para comprar o jantar, quer alguma coisa?

Sato: — não, mas obrigado.

É como eu estivesse submerso no fundo do mar, olhando para cima e observando que a cada segundo estou a afundar mais e mais, o tom de azul-escuro se torna tudo o que os meus olhos conseguem ver e a superfície fica cada vez mais difícil de alcançar.

Naoto: — Sato?

Sato: — que foi?

Naoto: — Você quer dominar o mundo ao meu lado?

Sato: — o mundo?

Naoto: — Sim!

Sato: — Mas como vamos fazer isso?

Naoto: - é fácil

Sato: - é?

Naoto queria dominar o mundo, mas talvez ele só quisesse criar um mundo onde a sua dor não existisse, um mundo onde tudo seria possivel como pescar peixes no céu e contar estrelas no mar.

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Comments

Melissa

Melissa

Planos, promessas, sonhos, tudo pode desaparecer em questão de segundos

2023-05-06

0

Tete Haru

Tete Haru

cara, criar um mundo onde não há dor, não teria sentindo

2022-12-26

0

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