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♡ELISA NARRANDO♡

Sinto um calafrio na espinha só de imaginar a minha vida daqui pra frente, vivendo ao lado de um homem cruel como o Richard, mais uma vez percebo que sou apenas um objeto que ninguém quer, jogada de um lado para outro e ninguém se importa com os meus sentimentos, estou a ser forçada a casar com um infeliz que jamais será capaz dar amor à alguém.

Saio dos meus pensamento com a voz melosa de uma jovem:

__Desculpe a sinceridade, mas se a senhora não parar de chorar vai ser difícil para eu terminar a maquiagem, por favor não nos meta em problemas-Falou a jovem com o medo estampado no rosto.

Estou quase pronta, vestido de luxo, joias caras, perfume gostoso, cabelo impecável, maquiagem quase finalizada, rodeada de pessoas cuidando de mim, mas com o meu coração dilacerado, eu só queria que isso fosse um pesadelo, nesse momento eu até queria que o Caio, fazendo uso de seus recursos financeiros, arrebentasse aquela porta e me tirasse daqui, dos males ele seria o menor, talvez ele não me machucasse.

Em resposta às palavras da jovem maquiadora, eu só consegui chorar ainda mais, então, a mulher chamou um dos capangas do Richard, de pé próximo à porta ele logo falou:

__Por que você não pode ficar feliz com o que tem agora, por que tem chamar a atenção  aonde passa, hum? Se o seu intuito é obter ajuda de alguém daqui você está perdendo o seu tempo, todos conhecem o seu noivo e todo o seu poder.

Ouvindo aquelas palavras cheias de ódio gratuito, mordi os meus lábios tentando conter o choro e fitei o homem por um tempo, mas logo lágrimas caíram involuntariamente, o homem ficou com raiva de mim e logo caminhou rapidamente na minha direção, talvez querendo me bater.

Uma das mulheres estava gravando, talvez a mando do Richard, certamente ele queria saber até onde iria a minha vontade de evitar esse casamento.

Com o homem bem perto de mim, em um movimento rápido agarrarei a arma dele que estava em sua cintura e sem nenhuma hesitação apontei para a minha própria cabeça.

Todos que ali estavam ficaram pálidos, o homem a minha frente suava muito e as mulheres já estavam segurando o choro, sem se importar com os seus olhares complicados para mim, sem perder o foco, eu logo comecei a falar.

__Dizem que Deus não aprova o suicídio, mito, ele vê as minhas ações, mas também vê os meus motivos, nem sei há quantos dias estou sendo mantida refém de um indivíduo que parece que é parente do Diabo, é alguém que se alegre com o sofrimento do outro, eu não sou Eliene e só tirando a minha própria vida poderei sair do inferno que eu estou vivendo.

Dei uma pequena pausa e logo continuei:

__Estou sendo forçada a casar com um monstro, sabem o que isso significa? Eu conto, a minha mãe, Michelle Miller tinha razão, ela sempre dizia que um filho sem uma mãe para protegê-lo,  é como um tapete no qual todos limpam os pés, eu só posso ir ao encontro dos meus pais, ao lado deles ninguém me tratará como um tapete-falei e logo apertei o gatilho, mas a bala não saiu.

Vendo que eu estou realmente disposta a ceifar a minha própria vida, o homem ficou desesperado, se ajoelhou e logo falou em prantos:

__Não faça isso pelo amor Deus, se você fizer isso levará contigo a culpa pela morte de todos que estão aqui, eu sei que eu escolhi o lado errado, o lado do crime, mas eu tenho família, eu ensino muitas coisas aos meus s filhos, mas é sempre buscando torná-los pessoas de bem, eles não sabem quem sou e isso é ótimo, eu sei que é difícil o que eu estou pedindo, mas por favor assuma essa identidade e tente ser feliz, se insistir com essa ideia todos nós iremos morrer e eu nem terei tempo de me despedir dos meus filhos- Falou ele bastante emocionado, parece que ele sabe quem sou.

Ouvindo aquelas palavras, o meu olhar varreu a sala, cabeleireiras, maquiadoras, os outros infelizes que me trouxeram para esse lugar, nove pessoas no total, certamente essa culpa eu não quero, abaixei a arma e logo falei:

__Tudo bem então, mas eu acho bom vocês investigar direitinho tudo o que eu disse, vou me casar com Richard, mas não pretendo ficar ao lado dele, se apressem-falei zangada enquanto entregava a arma ao homem e logo voltei a me sentar e de mãos trêmulas a moça voltou a fazer a minha maquiagem.

O homem soltou um suspiro de alívio enquanto se afastava de mim, pelo canto do olho, eu o vi forçando a mulher apagar o show de horrores que acabei de dar, eu já aceitei o meu fardo e vou tentar usar o meu corpo intocado para provar que não me chamo Eliene, talvez Richard me deixe ir.

“Isso é asqueroso, me entregar a um infeliz que já o odeio, vou ganhar a sua confiança, o seu amor e aí sim será hora da colheita, esse infeliz não perde por esperar.” Pensei enquanto encarava o espelho, eu estou pronta e muito linda por sinal rsrs.

Modelo do vestido de Elisa

Após ficar pronta, nós logo saímos dali, os homens ajudaram-me com o vestido, não gosto da aproximação desses escrotos, mas eu não tenho opções, depois de acomodados, dei um pequeno sorriso e logo falei.

__Por que carrega contigo uma arma sem serventia, você não tem medo de ser pego de surpresa? Seria morte na certa.

Após ouvir as minhas palavras, o homem deu um sorriso, aparentemente sincero e logo falou:

__Essa arma eu sempre uso com os traidores, brincando de roleta russa, aproposito, eu me chamo André.

Eu não falei nada, apenas fitei o homem por alguns segundos, então, os outros começaram a se apresentar, e sem pensar muito eu apenas falei sinceramente:

__Se vocês sabem quem sou, por que não me deixam ir? Falem com o Richard, eu prometo que não denunciarei nenhum de vocês.

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