Capítulo 5

Nós nos soltamos do abraço e nos olhamos com emoção e surpresa. Nós nos parecíamos um pouco, mas não muito. Nós tínhamos a mesma altura, a mesma pele clara, o mesmo nariz afilado. Mas ele tinha os olhos castanhos e eu tinha os olhos verdes. Ele tinha os cabelos grisalhos e eu tinha os cabelos escuros. Ele tinha os traços suaves e eu tinha os traços marcantes.

Ele sorriu e disse:

Você é linda, Ayla. Você é a cara do seu pai.

Eu sorri e disse:

Obrigada, Mehmet. Você também é bonito, apesar de não parecer nada com meu pai.

Ele riu e disse:

Você também tem o senso de humor dele, pelo visto.

Ele pegou a minha mão e disse:

Vamos, Ayla. Vamos sair daqui. Eu tenho um carro esperando por nós.

Eu assenti e disse:

Está bem, Mehmet. Vamos.

Ele pegou o meu carrinho e me guiou até a saída do aeroporto. Lá fora, havia um homem de terno preto e óculos escuros, segurando uma placa com o nome MONKUT. Ele nos viu e se aproximou.

Boa noite, senhor Monkut - ele disse em turco.

Boa noite, Ahmet - ele disse em turco.

Quem é essa moça? - ele perguntou em turco.

Essa é a minha neta, Ayla - ele disse em turco.

A sua neta? - ele repetiu em turco, surpreso.

Sim, a minha neta - ele confirmou em turco.

Prazer em conhecê-la, senhorita Ayla - ele disse em inglês.

Prazer em conhecê-lo, senhor Ahmet - eu disse em inglês.

Ele é o meu motorista e segurança - ele me explicou em inglês.

Ele é o seu motorista e segurança? - eu repeti em inglês, impressionada.

Sim, ele é o meu motorista e segurança - ele confirmou em inglês.

Por que você precisa de um motorista e segurança? - eu perguntei em inglês.

Porque eu sou um homem rico e poderoso - ele respondeu em inglês.

E isso é perigoso? - eu perguntei em inglês.

Às vezes sim, às vezes não - ele respondeu em inglês.

E agora? - eu perguntei em inglês.

Agora não - ele respondeu em inglês.

Ele sorriu e disse:

Não se preocupe, Ayla. Você está segura comigo.

Eu sorri e disse:

Eu confio em você, Mehmet.

Ele sorriu mais ainda e disse:

Você é muito doce, Ayla. Muito doce.

Ele se virou para Ahmet e disse em turco:

Vamos, Ahmet. Leve-nos para o hotel.

Ahmet assentiu e disse em turco:

Sim, senhor Monkut. Siga-me, por favor.

Ahmet pegou o meu carrinho e nos levou até um carro preto e luxuoso. Ele abriu a porta de trás para nós e nós entramos. Ele colocou as minhas malas no porta-malas e entrou no banco do motorista. Ele ligou o carro e saiu do estacionamento do aeroporto.

Eu olhei pela janela e vi as ruas de Istambul se iluminando com as luzes da noite. Eu vi carros e pessoas, lojas e restaurantes, prédios e monumentos. Eu vi uma mistura de modernidade e tradição, de ocidente e oriente, de arte e religião.

Eu fiquei encantada com a beleza da cidade.

Ele olhou para mim e viu o meu espanto.

Ele disse:

Você gosta de Istambul?

Eu disse:

Eu adoro Istambul.

Ele disse:

Eu também adoro Istambul. É a minha cidade natal. É a cidade do seu pai.

Eu disse:

É mesmo?

Ele disse:

Sim, é mesmo. Ele nasceu aqui, cresceu aqui, estudou aqui. Ele só saiu daqui quando conheceu a sua mãe no Brasil.

Eu disse:

E você nunca foi visitá-lo no Brasil?

Ele disse:

Não, eu nunca fui. Eu nunca soube onde ele estava. Eu nunca soube que ele tinha uma filha.

Eu disse:

Como você soube?

Ele disse:

Eu soube por acaso. Eu vi a sua foto em uma revista.

Eu disse:

Que revista?

Ele disse:

Uma revista da escola onde você estudou. Eles publicaram a sua foto e o seu nome por causa de um concurso de redação que você ganhou.

Eu disse:

Ah, sim. Eu me lembro desse concurso.

Ele disse:

Você escreveu sobre o que?

Eu disse:

Eu escrevi sobre os meus sonhos.

Ele disse:

E quais são os seus sonhos?

Eu disse:

Os meus sonhos são… viajar pelo mundo, conhecer novas pessoas, me apaixonar e dar um futuro melhor para a minha família.

Ele disse:

São belos sonhos, Ayla. São belos sonhos.

Ele pegou a minha mão e disse:

E você está realizando esses sonhos, Ayla. Você está viajando pelo mundo, você está conhecendo novas pessoas, você está se apaixonando.

Eu olhei para ele e disse:

Estou?

Ele olhou para mim e disse:

Está.

Ele sorriu e eu sorri.

Ele apertou a minha mão e eu apertei a dele.

Nós nos sentimos próximos e felizes.

Nós nos sentimos avô e neta.

Nós nos sentimos família.

O carro chegou ao hotel e Ahmet estacionou na entrada. Ele saiu do carro e abriu a porta para nós. Ele pegou as minhas malas e nos seguiu até a recepção. Ele entregou as minhas malas para um funcionário do hotel e se afastou discretamente.

O meu avô se aproximou do balcão da recepção e cumprimentou o recepcionista.

Boa noite, senhor Monkut - o recepcionista disse em turco.

Boa noite, Ali - o meu avô disse em turco.

Quem é essa moça? - o recepcionista perguntou em turco.

Essa é a minha neta, Ayla - o meu avô disse em turco.

A sua neta? - o recepcionista repetiu em turco, surpreso.

Sim, a minha neta - o meu avô confirmou em turco.

Prazer em conhecê-la, senhorita Ayla - o recepcionista disse em inglês.

Prazer em conhecê-lo, senhor Ali - eu disse em inglês.

Ele é o gerente do hotel - o meu avô me explicou em inglês.

Ele é o gerente do hotel? - eu repeti em inglês, impressionada.

Sim, ele é o gerente do hotel - o meu avô confirmou em inglês.

E você é o dono do hotel? - eu perguntei em inglês.

Sim, eu sou o dono do hotel - ele respondeu em inglês.

E de quantos hotéis você é dono? - eu perguntei em inglês.

De vários hotéis - ele respondeu em inglês.

De quantos vários? - eu perguntei em inglês.

Ele sorriu e disse:

De muitos vários, Ayla. De muitos vários.

Ele se virou para Ali e disse em turco:

Ali, por favor, dê-nos a chave da suíte presidencial.

Ali assentiu e disse em turco:

Sim, senhor Monkut. Aqui está a chave da suíte presidencial. É a número 501, no quinto andar. O elevador está à direita.

Ele entregou a chave para o meu avô e disse em inglês:

Tenham uma boa noite, senhor Monkut e senhorita Ayla. Se precisarem de alguma coisa, é só ligar para a recepção.

O meu avô agradeceu e disse em inglês:

Obrigado, Ali. Você é muito eficiente.

Ali sorriu e disse em inglês:

Obrigado, senhor Monkut. Você é muito generoso.

O meu avô pegou a minha mão e me levou até o elevador. Ele apertou o botão do quinto andar e as portas se fecharam. Ele olhou para mim e disse:

Você está cansada, Ayla?

Eu olhei para ele e disse:

Um pouco, Mehmet. Foi uma viagem longa.

Ele disse:

Eu imagino, Ayla. Eu imagino.

Ele me abraçou e disse:

Mas você chegou, Ayla. Você chegou.

Eu disse:

Sim, eu cheguei, Mehmet. Eu cheguei.

Nós nos abraçamos e nos sentimos aliviados e felizes.

Nós nos sentimos avô e neta.

Nós nos sentimos família.

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Comments

Imaculada Abreu

Imaculada Abreu

muitas frases repetitivas.

2023-07-12

3

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