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Algumas horas depois o meu celular toca e como aguardei essa ligação ansiosamente, atendo no primeiro toque controlando minha voz eufórica...

— Olá, Luana? Aqui é da clínica que esteve mais cedo.

— Sério? Não esperava sua ligação hoje rs. — Como sou verdadeira, até eu mesma acreditaria nisso que acabei de dizer.

A atendente diz que na próxima semana é para eu retornar a clínica e que dando tudo ok nos exames, o processo de inseminação artificial já será iniciado.

Ligo para Diogo ansiosa e conto as últimas notícias, um fio de esperança cresce em meu coração, será que finalmente irei conseguir seguir meu sonho de ser uma bailarina? Mas até que ponto carregar um bebê, que não será meu, por nove meses dentro de mim, irá me afetar? Bom, não quero pensar nisso agora, algo me diz que vai dar tudo certo, ou seria eu tentando me convencer?

Como é meu dia de folga, no final do dia decido me arrumar para fazer uma caminhada no Parque das Águas, um lugar muito visitado por turistas, por se tratar de uma bela paisagem, com um belo lago e muita vegetação.

Dou uma corrida ao redor do lago e depois sento um pouco em um banco, admirando a vista. Coloco meus fones ouvindo uma bela coletânea de músicas clássicas, essa sou eu, amo um clássico.

Minha imaginação viaja e nem percebo que alguém se sentou ao meu lado.

— Boa noite.

Me assusto com uma voz grave que ecoa ao meu lado.

— Aaaah.

Eu estendo os meus fones como se estivesse apontando duas armas para o homem ao meu lado, ele sorri quando percebe o que estou apontando para ele e logo olha nos meus olhos.

— Desculpe, não quis te assustar.

 

— Mas assustou, o que você quer assombração?

Olho para ele de baixo acima fazendo uma espécie de análise. Merda, me perdi nessa análise, que homem é esse? Acho que morri e acordei no paraíso. Se concentra Luana, você não é uma garota fácil. Mas será que dá para abrir uma exceção?

Saio dos meus pensamentos pecaminosos e logo em seguida lanço um olhar intimidador. Intimidador para mim, pois o homem parece se divertir com a situação e começa a sorrir.

— Não vou te atrapalhar, pode continuar com as suas músicas.

Sorrio levemente para ele e abaixo os fones que ainda eram uma tentativa para ameaçá-lo.

— Tudo bem, sem problemas.

— Só mais uma coisa, eu não sou daqui pode me indicar um restaurante próximo?

Penso em um local e em seguida falo.

— A duas quadras daqui tem um restaurante bem aconchegante, é só você ir reto, depois direita, depois esquerda.

— Obrigada, tenha uma boa noite.

Ele sorri para mim e retribuo acenando com a mão. Naquele mesmo instante, recebo uma mensagem de Diogo dizendo que em breve, rumo a Rússia, o que arranca um belo sorriso meu.

Quando olho para cima o homem está em pé na minha frente, me olhando como se estivesse me admirando.

— Desculpa, eu sou péssimo com localização. Você poderia me acompanhar até lá? Posso lhe oferecer um jantar em agradecimento. — Um sorriso magnífico se forma nos lábios dele.

Não sei se eu deveria, olho em volta e as ruas estão bem movimentadas o que seria uma desculpa para aceitar aquele convite e a energia que emana dele é tão boa que não vejo problema em ir.

— Tudo bem, eu já estava indo mesmo, aceito o convite.

Caminhamos em direção ao restaurante conversando um pouco sobre músicas, que por sinal, nossos gostos são bem diferentes.

— De onde você é? — pergunto espontaneamente.

— Eu sou de Sorriso. Conhece?

— Já ouvi falar, mas nunca fui.

— Claro que não, uma garota bonita como você se tivesse ido até lá, tenho certeza de que eu teria notado.

Eu dou risada da cantada barata dele.

— Isso foi péssimo né? — Ele pergunta enquanto sorri.

Chegamos em frente ao restaurante e ele reforça o convite para jantar, mas logo meus olhos recaem sobre a mão dele, que possui uma bela aliança de casamento, ok, saio da minha imaginação que já estava fértil se tratando daquele homem.

— Desculpa, lembrei que tenho um compromisso. Tchau.

— Ei, espera...

Ele parece não entender nada, mas saio de lá rápido, quando estou longe olho para trás e o vejo colocar a mão na testa parecendo irritado, ainda bem que não trocamos nome.

— Que burra que eu fui, como não reparei naquela aliança antes? Antes tarde que nunca, uma belezura dessas não compartilha homem.

Volto para casa com o meu ego elevado de uma boa leonina, já me esquecendo daquele homem que a poucos minutos atrás havia despertado o meu instinto selvagem.

Eu costumo ter o dedo podre para homens, mas nenhum me amarra, esqueço fácil. Essa sou eu, a considerada fria.

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Comments

marciamattos mattos

marciamattos mattos

uma assombração dessa eu queria ver

2024-10-16

1

Isabella Moraes

Isabella Moraes

cara minha irmã foi jogar torneio regional daí o grupo de sorriso tava gritando: "sorriso, sorriso" e a escola dela : " colgate, colgate"

2023-12-20

1

Amore

Amore

Que história emocionante maravilhosa 🤗🤗🤗🤗🤗🤗🎊🎊🎊🎊🎊🎊😍

2023-01-09

0

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