Liz Narrando
A figura encapuzada se aproximou lentamente da porta, seus passos pareciam ecoar em um ritmo sinistro, como se o tempo tivesse desacelerado ao seu redor. Meu corpo estava paralisado, um misto de medo e curiosidade me consumindo. O ar estava pesado, denso, e minha mente parecia borbulhar de perguntas sem respostas.
Desconhecido – Liz, já faz tempo... – a voz do estranho parecia ecoar em minha mente, e não apenas em minhas orelhas. Sua presença fazia o ambiente parecer mais escuro, mais opressor.
Eu não sabia o que fazer. Uma parte de mim queria gritar, correr para longe, mas algo dentro de mim me segurava, me fazia ficar ali, imóvel, como se eu fosse uma marionete, aprisionada por um destino que ainda não compreendia.
Liz – Quem é você? O que quer de mim? – minha voz saiu mais tremula do que eu gostaria, mas as palavras estavam saindo de minha boca sem que eu pudesse controlar.
A figura ficou em silêncio por um instante, como se estivesse ponderando algo. Seu capuz estava tão baixo que eu não conseguia ver seu rosto, mas de alguma forma, senti que ele estava me observando, me analisando.
Desconhecido – Você sente, não é? O peso que carrega. A ligação que não consegue compreender.
Eu engoli em seco, meu coração batendo forte no peito. Aquelas palavras soavam como uma sentença, algo que estava fora do meu controle. O que ele queria dizer com isso? O que era esse peso? O que significava essa ligação?
Liz – O que você quer de mim?
A figura inclinou a cabeça, o capuz movendo-se levemente, mas seu olhar parecia penetrante, como se estivesse olhando diretamente para minha alma.
Desconhecido – Eu sou a resposta que você ainda não procurou. O reflexo daquilo que você se tornará.
Essas palavras foram como um choque, e eu senti um arrepio percorrer minha espinha. Como assim, “o reflexo daquilo que eu me tornaria”? O que ele sabia sobre mim? O que ele queria me dizer? Cada palavra parecia ser um enigma, uma pista de algo que ainda estava além da minha compreensão.
Liz – O que significa isso? O que você quer dizer com… o que eu me tornarei?
O estranho deu um passo para trás, como se estivesse pronto para desaparecer, como uma sombra que se dissolve na escuridão da noite. A tensão no ar aumentou, e a sensação de que algo estava prestes a acontecer me fez prender a respiração.
Desconhecido – Você encontrará suas respostas quando o tempo chegar. Mas lembre-se, Liz... a magia é uma escolha, não um destino.
Com essas palavras, ele desapareceu na escuridão, deixando-me sozinha, em meio ao silêncio. O vento uivou pelas árvores e, por um momento, eu fiquei ali, paralisada, tentando entender o que acabara de acontecer. A presença dele ainda parecia estar em cada canto da casa, uma sombra que não queria desaparecer.
Subi lentamente as escadas de volta para o meu quarto. O que significava tudo aquilo? O que o “Dom da Serpente” realmente implicava? A sensação de que algo grande estava prestes a acontecer me deixava inquieta. A resposta estava mais perto do que eu imaginava, mas eu não sabia se estava pronta para enfrentá-la.
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Atualizado até capítulo 52
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