06 Tensão sem reação

Ettore fica tenso no instante em que sente o peso do corpo dela em seus braços, não entende o desespero, será que pensou que ele ia forçá-la a algo? O pensamento faz ele se irritar mas logo volta sua atenção a bela mulher em seus braços, sua pele p[alida e fria, preocupado ele a deita no sofá e faz uma ligação, não quer escândalos e muito menos que alguém descubra o que está acontecendo, do jeito que as más línguas são iam surgir fofocas de todo o tipo o que ele evita a todo custo, depois de confirmar que o médico já está chegando ele fica observando ela enquanto pensa em como convencê-la a se casar com ele.

Nos últimos dias Ettore sempre tentou se aproximar mas ela recuava, nunca deu atenção a ele, agora pode entender que pelo susto dela nem mesmo sabia que ele era o CEO da empresa, também investigou sobre seu passado o que não teve muito resultado, apenas descobriu que ela é solteira o que ajuda muito, por algum motivo ele a quer como esposa, é a oportunidade perfeita, ninguém a conhecia e poderia muito bem ensaiar tudo para apresentar a sua família que não vê a hora de vê-lo casado.

Ettore senta na poltrona e fica observando Mia, sua respiração está bem fraca, sua palidez não parece ser apenas pelo desmaio, mas contando pela hora que ela estava ali limpando sua sala e quando vai embora, tem trabalhado em excesso, o que ele precisa mandar verificar, pois na empresa devem seguir as normas e não exceder, o médico entra e começa examinar, aos poucos Mia vai acordando e o doutor pede que a leve para uma consulta.

Mia acorda confusa, tem um médico lhe examinando e o homem que a assediou nos últimos dias ali conversando e fazendo várias perguntas, mas por quanto tempo ela ficou desacordada? Lembrando do que fez ela desmaiar Mia levanta rápido e na mesma hora cai no sofá.

— Senhora não faça movimentos bruscos, precisa se alimentar. — O médico fala e ela apenas escora no sofá.

— Pode deixar doutor, iremos agora mesmo pro consultório. — Ettore fala severo e Mia olha confusa.

— Eu preciso trabalhar.

— Você precisa ir ao médico, e sem discussão. — Ettore fala com autoridade e ela se irrita mas não pode fazer nada.

— Ela também não pode passar por estresse. — O médico fala como repreensão e Mia ri mas disfarça.

Ettore percebe mas pensando no que aconteceu antes é melhor mesmo evitar o estresse ainda mais na frente dos outros, ele a pega no colo e Mia asssusta.

— Você está fraca, e não se preocupe vamos no elevador privado, ninguém verá. — Ettore fala calmo.

O doutor olha contendo o riso e saem da sala, no elevador Mia tenta fazer ele soltá-la em vão e para não passar mais vergonha acaba desistindo, minutos depois estão entrando no carro e finalmente ela pode respirar. Os pensamentos invadem sua mente, ele é rico, é o CEO da empresa e se fosse um dos, não ela não pode nem pensar nessa hipotese que seu coração gela, durante todo o trajeto ela fica tensa e Ettore percebe o pânico, do que afinal ela tem tanto medo?

O carro para e quando finalmente entram no consultório é que Mia respira aliviada, o médico faz várias perguntas e algumas ela não quer responder com Ettore ali vigiando, mas não tem escolhas, depois de fazer alguns exames ela é liberada e Ettore a leva pro carro.

— Vamos comer e depois conversamos. — Ettore fala frio.

— Sobre o que? — Mia sente um calafrio só de imaginar.

— Seguindo as recomendações médicas, primeiro vamos comer, ou você quer desmaiar de novo? — Ettore fala seco e ela se encolhe no banco.

Mia está com medo e confusa, sua vida ia tão bem com o novo emprego e agora isso, não pode deixar que ele a controle, se for porque é funcionária ela pediria demissão e sumiria dali, antes que continuasse a pensar mais coisas sem sentido o carro para e Ettore já está abrindo a porta tirando seu cinto.

— Eu posso andar. — Mia fala séria e ele apenas sorri.

— Vamos rápido antes que alguém veja. — Ettore olha para os lados e a conduz para o elevador.

Mia pensa em dizer algo mas prefere ficar calada, afinal ele é um CEO deve ter seus motivos para não querer ser visto com ela, mas o que não imagina é que Ettore quer protegê-la dos fotógrafos de plantão que correm atrás dele para publicar fofocas e mentiras. Quando saem do elevador ela percebe que não estão na empresa e começa a se apavorar, a cada passo pelo corredor seu coração acelera mais, o que ele pensa que vai fazer com ela? Se for algo.. Mia nem quer imaginar mas jamais aceitaria isso, e como se lesse seus pensamentos Ettore começa a falar.

— É o meu apartamento, aqui teremos privacidade e você pode comer a vontade, os canais de fofoca não podem me ver em público com ninguém que gera muita mídia, pode entrar. — Ettore abre a porta.

— Obrigada, mas eu podia ter ido para casa comer.

— É, mas como eu disse depois vamos conversar.

— Se for pra cobrar a consu.... — Ettore a interrompe.

— Vamos comer primeiro, e não é sobre a consulta, você passou mal na empresa, o mínino que eu podia fazer era chamar um médico.

— Sim, mas não precisava me levar para fazer uma consulta e exames. — Mia fala tensa e senta no sofá com tontura, realmente tem trabalhado tanto que mal se aguenta.

— Sem discussão, o almoço já vai chegar. — Ettore fala severo e vai até a cozinha.

Mia não entende o que está acontecendo e porque ainda está ali, mas nem mesmo consegue pensar direito desde que acordou do desmaio, aquelas palavras dele ecoam em sua mente, seria um delírio? Só pode ser, pois um CEO como ele não ia fazer uma proposta dessa a uma faxineira, sua cabeça começa a doer e ela escora no sofá de olhos fechados.

Ettore observa em silêncio, o que tanto ela pensa? Qual o motivo de tanto medo, dava pra sentir quando a segurou nos braços, ela fazia questão de mostrar recusa, a respiração de alívio ao sair do colo dele, e a expressão em seu rosto mudar quando entraram no consultório, ele quase se sentiu um sequestrador no carro, o que tanto assombra que ela anda desconfiada de tudo e todos? Lembra do parque quando ele se aproximou e ela logo tentou sair, mas ele terá tempo de descobrir, a campainha toca e ele vai atender.

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