04 Passeio

Alguns dias depois Mia finalmente tem uma folga e pode aproveitar para passear com o filho, tem um parque não muito longe da casa de Maria, ela arruma o carrinho para ficar bem fofo e coloca seu pequeno Lucca que está animadinho.

1hora depois lá está ela feliz brincando com Lucca sobre o lençol naquele lindo parque, desde que fugiu daquela casa noturna é a primeira vez que faz um passeio, esse estava sendo o melhor dia de sua vida, aliás o segundo melhor, ela sorri e continua enchendo o pequeno de carinho.

Longe dali Ettore está furioso em seu escritório, para que seu pai inventou essa porcaria de casamento agora, ele já mostrou nesse último ano que pode ser o melhor CEO das empresas Greco, conseguiu ótimos contratos expandiu para o exterior e tem até parcerias com uma das melhores empresas da Itália, o que nem mesmo seu pai conseguiu e agora insiste que ele deve se casar.

— É isso ou o cargo ficará na votação, são as regras Ettore, há um ano que está no cargo e eu esperava que já tivesse pelo menos pensando em ter uma noiva. — Seu pai fala sério.

— E desde quando isso me ajuda a ser um bom CEO? — Ettore fala indignado.

— Não vou discutir isso, você já sabia que com o cargo tem responsabilidades, pode encontrar uma mulher ou eu mesmo providenciarei.

— Nem invente de fazer aqueles encontros ridículos pai, me dê um tempo. — Ettore fala nervoso.

— Mais? Você teve um ano Ettore e só me enrolou, ou você apresse ou já sabe.

— Tudo bem sr Salvatore, você quem manda não é mesmo? — Ettore sai batendo a porta.

Estressado demais para trabalhar ele decide sair de moto pela cidade, depois de algum tempo em velocidade alta ele diminui ao se aproximar de um parque, há muitas famílias com crianças ali, seria loucura dirigir em alta velocidade, ele admira os pais brincando com os filhos, alguns passeiam com cachorros, outros caminham, uns em piquenique e ele para quando seu olhar se prende numa mulher brincando com um bebê, uma cena tão linda de aquecer o coração, Ettore estaciona e caminha em direção da jovem, de repente para e pensa que se ela tiver marido pode haver confusão.

— Você só pode estar louco Ettore. — Ele resmunga e fica observando de longe, nada acontece, ela continua fazendo carinho e enchendo o bebê de beijinhos, o ergue nos braços, dava para sentir a alegria só de olhar.

Ettore pensa em ir embora mas é como se algo o puxasse até os dois e é isso que ele faz, caminha devagar até a mulher e quando seus olhares se encontram ela levanta rapidamente e começa a arrumar o bebê no carrinho.

— Seu bebê é muito lindo, parabéns. — Ettore fala sem perceber.

— Grazie. — Mia arruma seu pequeno no carrinho, pega o lençol no gramado e começa a andar de costas para ele.

Mia mal consegue controlar a respiração, quando percebeu o olhar frio e implacável daquele homem sentiu um calafrio e logo pensou na casa noturna, precisava ir embora o quanto antes, mas ele resolveu falar e sua voz a deixa em choque, continua caminhando sentindo que está sendo seguida.

— Está sozinha? — Ettore fala.

A voz grave causa uma sensação estranha em Mia e ela respira fundo algumas vezes, é melhor pensar em algo rápido.

— Não, o m… — Antes que ela termine Lucca começa a chorar, parecia assustado.

Mia o pega no colo e começa a balançar, mas ele continua chorando, com certeza é fome, ela avista um banquinho e vai até lá apressada, senta e começa dar de mamá, coloca uma toalhinha e canta baixinho, seu pequeno se acalma e ela sorri.

Ettore não sabe porque ainda continua seguindo a mulher mas quando ela senta e começa alimentar o bebê sente uma onda de calor percorrer seu corpo, admira o cuidado e carinho, uma linda cena, sorrindo ele se aproxima devagar e quase sussurra.

— Maravilhosa. — Ele a encara, sorri e vai embora.

Mia sente o corpo arrepiar com a voz grave, o que foi aquilo? Que homem era aquele? Existe algo naquele olhar que ela reconhece. Expulsando os pensamentos coloca Lucca de volta no carrinho e vai embora.