Capítulo 9

Hoje é o dia do casamento da Brenda e estou triste, era pra mim ser uma das madrinhas, mas por ela infelizmente não me compreender, não poderei estar indo. A burra aqui ainda correu atrás da amizade dela, mas ela nem quis me ouvir.

Vejo meu noivo se arrumando, ele está tão lindo nesse smoking branco, seus olhos verdes combina com seu tom de pele, ressaltando a cor do smoking

Acabo suspirando, vejo minha aliança em meu dedo e lembro de tudo que passei nessas últimas semanas.

Minha sogra se tornou um pé no meu saco, tentando fazer minha cabeça, dizendo que isso era loucura e não entendia como o filhinho dela poderia permitir que eu carregasse o filho do meu irmão.

Mas continuei não dando ouvidos a esse pessoal, estava fazendo o bem para o meu irmão, o que eu achava certo e ninguém me faria mudar de ideia.

Como eu já estava cansada de responder as mesmas perguntas sempre, passei a ignora-las, resultado não nos falamos mais, uma pessoa que jurei ser minha amiga eternamente, virou as costas para mim, só por conta da minha escolha.

— Não precisa ficar assim, é só um casamento. — Biel diz ajeitando sua gravata, percebendo meu olhar de tristeza.

— Mas ela era minha melhor amiga, poxa! só porque eu decidi fazer um ato de amor, ela está me crucificando. — Respondo triste me referindo a minha ex melhor amiga, meus olhos se enchem de água automaticamente.

— Meio que dá para entende-la né? Você está gerando algo do seu irmão dentro de você. — O jeito que ele falou me irritou, até parece que é um ser estranho que carrego aqui e não um bebe.

— Nossa Gabriel, não precisava falar assim. — Digo irritada, talvez sejam os hormônios.

—Eu...nada. — Biel começa a falar mas se cala.

— Não, agora você termina. Você o que?— Insisto em saber, e consequentemente elevo meu tom de voz.

— Não é nada, Lis. — Responde claramente irritado.

— Se não é nada, me diz. — Cruzo os braços no peito.

— Eu achei que pudesse levar isso na boa, mas na prática é mais difícil. As pessoas me olham estranho, posso até imaginar o buchicho que deve rolar pelas minhas costas. — Biel responde calçando o seu sapato.

— Está me dizendo que estar comigo é difícil? — Pergunto chateada.

— Não estar com você, mas essa ideia toda, minha mãe martelando na minha cabeça, minha irmã, eu não estou sabendo lidar com tudo isso. — Biel fica um tempo em silêncio até falar novamente— Olha, é melhor a gente da um tempo. — Gabriel solta essa bomba fazendo meu peito apertar.

— Você quer terminar comigo? — Pergunto com a voz embargada o choro querendo sair. Mas ele não responde, só fica calado. — Você quer terminar comigo.

Dessa vez não foi uma pergunta mas sim uma afirmação, Biel só pega seu blazer murmurando um se cuida, deposita um beijo em minha testa e vai embora.

Eu fico parada sem saber como agir, não sei se corro atrás dele, dou uns dias para ele pensar, ou simplesmente aceito essa ideia.

A verdade que não consigo raciocinar direito, porque meu peito queima em só pensar, em precisar ficar longe dele.

Sento na minha cama, e o cheiro do seu perfume está em meu quarto, trazendo boas lembranças.

O choro me atinge, e não consigo compreender porque dele ter tomado essa decisão.

Meu celular toca e na esperança que seja meu noivo, se é que ainda estamos noivos, pego o meu celular, com o meu coração palpitando e minhas mãos tremendo.

Mas não é ele, e sim meu irmão, Dan. Com medo de que seja algo grave. Não importa em que horário eu receba a ligação, eu sempre vou pensar que algo aconteceu com ele.

Eu o atendo, mas tento disfarçar a voz, que claramente está anasalada.

— Oi gato da mana.— Falo.

— Oi Lis, está tudo bem?

— Está sim e com você?

— Estou bem

— Que bom meu amor.

— Mas tem certeza que você está bem?

— Claro!

— Porque será que eu não acredito?

— Aí eu já não sei

— Lis, sou eu seu irmão, o que está acontecendo?

Não quero perturbar ele com isso, ele já tem problemas demais.

— Nada não, gatinho. Porque você me ligou? — Pergunto para distrai-lo desse assunto.

— Quero saber como meu príncipe está?

— Está muito bem, ele é um bebê bonzinho.

— Então está bem, promete que qualquer coisa você irá ligar para mim?

— Está bem.

— ok, beijos eu amo vocês.

— Também amamos vocês.

Desligo meu celular e só de sentir o cheiro do perfume do Gabriel, meus olhos se inundam de lágrimas novamente.

Minha vontade é de gritar, rasgar nossas fotos juntas e ligar o esculachando, mas a única coisa que faço é abrir um vinho e chorar agarrada a sua camisa que ele esqueceu aqui em casa.

Depois de quase matar um litro de vinho sozinha e chorar muito eu acabo apagando.

Só acordo com a luz do quarto sendo acendida, abro meus olhos devagar e dou de cara com meu irmão e minha cunhada.

— O que vocês estão fazendo aqui?

— Eu estava preocupado, eu te ligava e você não atendia, e percebi sua voz de choro, vim ver como você estava.

— Desculpa, eu estou bem.

— Chega, Lis! — Dan fala bravo. — Alguma coisa está acontecendo, e eu quero saber agora!

— Gabriel terminou comigo.

— Aquele filho da mãe, porque ele fez isso?

— Por causa da família dele, colocando pressão nele, ele não sabe lidar com isso, foi o que ele me disse.

— É por causa do meu filho né?

— Dan..

— Responde Lis!

— Sim, a família dele não o apoiou nisso tudo.

— Vamos, você vem para casa comigo.

— Não Dan, não é preciso...

— Não discuta comigo, anda. Arruma duas coisas, aqui você não fica mais.

Odeio quando ele se transformava em meu irmão mais velho e invertia os papéis, eu se tornava a irmã que precisava de ajuda e proteção e ele tomava as rédeas das coisas.

Como eu sabia que não adiantava brigar, comecei a arrumar minhas coisas para ir com eles.

Esperava do fundo do coração que fosse apenas um mal entendido e Biel voltasse para mim.

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