Áureo ficou parado, olhando para a punk gótica ou sabe-se lá o que era e pensando quem aquela criatura pensava que era. Estava perto de lançar várias imprecações a esmo, quando Ronald rapidamente se levantou e segurando o braço do homem, o puxou para voltar à mesa.
— Mantenha a calma, vou te explicar a situação já já… — se virou e foi buscar a bandeja de café, sendo ajudado por Jonh, que percebeu que precisava manter o chefe calmo.
Aureo era alto e forte, mas Ronald não ficava atrás, porém, tinha mais idade e estava acima do peso. Talvez Áureo conseguisse controlar o prefeito em uma luta, mas se Ronald jogasse o peso sobre ele, ficaria sem poder se mexer, com certeza. Lee Anne ficou observando aquela dupla estranha, um mais arrogante que o outro, porém, seus modus operandi eram bem diferentes.
Seu pai usava persuasão com palavras doces e sorrisos e o CEO usava a força e o poder oriundo do dinheiro, se achava o próprio dono do mundo. Só que nenhum dos dois conseguiriam nada com ela desse jeito, não venderia seu café já estabelecido, com clientela fixa e todo organizado do jeito que queria, por dinheiro algum, pois nada pagaria o trabalho e amor que dedicou ali.
Enquanto ela encarava eles com a cara fechada, o prefeito começou a explicar para ao ignorante do CEO, a real situação do contrato que assinou.
— Suellene é a dona desse pedaço de chão e do café. Ela não aceita vender de jeito nenhum, pois custou muito suor e esforço para ela construir sua clientela.
— Mas ela pode ficar com uma das lojas que terão no shopping do novo hotel e voltar a vender seu café, que aliás, é muito bom. — disse Áureo, comendo com vontade.
— Não é esse o caso, é o trabalho que ela terá para formar nova clientela e tocar o negócio do jeito que ela gosta, com esse ar de intimidade. O prefeito molhou uma fatia de bacon na gema do ovo frito e comeu, se lambuzando.
John só observava, entendia o que os homens de negócio queriam, mas também entendia bem sua amiga. Se ela fizesse um café no novo hotel de luxo, teria clientes de luxo, cheios da grana e da pompa que seu café atual não tinha, pelo simples fato dela gostar das coisas assim, simples e descontraídas.
— Escuta bem, Áureo — falou Ronald sussurrando —, se você casar com ela em comunhão de bens, o café será seu e poderá fazer o que quiser, compreendeu?
— E só agora, depois da confusão feita, você me conta isso? — reclamou Áureo, também sussurrando, mas bravo.
— Eu falei para você a conquistar, até te dei um tempo para isso, mas o que você fez…? Dê graças a Deus por ela ser marrenta e não gostar de se render aos infortúnios, se não, ela estaria trancada em casa, chorando pelos cantos e podia até ter dado parte de você. — dessa vez ele falou alto, aguçando a atenção de John, que não gostou do que ouviu e perguntou:
— O que o senhor fez com ela? — Sua expressão era dura e os punhos estavam cerrados, apoiados na mesa.
Áureo não precisou responder, pois a mão pesada de Lee Anne pousou sobre seu ombro.
— Nada com que precise se preocupar, John. Eu só dei azar de confiar no meu pai.
— Tem certeza, Anne? — perguntou ele, olhando para ela, tentando descobrir se estava ferida.
— Estou bem. E quanto a vocês dois, parem de fazer planos com a minha vida. Sou maior de idade, vacinada e minhas contas estão pagas.
— Não é bem assim, filha…
— Você só sabe dizer essa frase? — perguntou ela.
— Você assinou um contrato. — respondeu Ronald.
— Eu sabia que não devia confiar em você! Em que você me meteu dessa vez?
— É um acordo de casamento, você tem quatro meses para se arrumar para o casamento.
Se John não a segurasse, ela teria caído, mas apenas apoiou as duas mãos na mesa e abaixou a cabeça, esperando a pressão voltar ao normal. A essa altura, os presentes na cafeteria prestavam atenção no que acontecia naquele canto do salão.
— Calma, querida, sente-se aqui. — John puxou uma cadeira na mesa de trás, para ela, que se sentou.
— Ponha-se no seu lugar, John, ela é a minha querida! — falou entre dentes, o contratado noivo.
— Afff, só me faltava essa! — olhou ela, firme para ele, quase o fulminando com o olhar.
— É verdade, não adianta reclamar. — disse o grosso.
— Filha, ele é o homem ideal pra você… — não conseguiu terminar de falar.
— Você acha que um homem bruto e estuprador, é bom pra sua filha? Que pai é você? — falou ela sem elevar o tom de voz, com o rosto crispado de desgosto e as lágrimas que tentava conter, descendo por sua face.
— Em minha defesa, digo que pensei que você era amante dele. — disse Áureo.
— Com licença, acho que estou demais, aqui. — disse John, se erguendo da cadeira.
Mas, Lee Anne puxou-o para sentar-se de novo e pediu:
— Fique, você será minha testemunha de como esses dois estão me tratando como moeda de troca.
— Não é bem assim, querida!
— De novo essa droga dessa frase? — disse ao pai e olhou para Aureo — E você, o que ganhou nesse negócio?
— Uma esposa que eu não queria e os terrenos com as concessões para construção. — respondeu ele.
— Ouviu isso, Jonh? É para você saber que não invento essas coisas que meu pai faz.
— Ainda sou seu pai, Suellene! Modere-se.
— Suellene, é sério? — perguntou John, rindo.
— E daí? Foi a mãe dela que escolheu.
— Chega, tá! — olhou para o CEO — Você é um idiota? Como pôde cair na conversa do meu pai?
— Não há nenhum idiota aqui e você querendo ou não, está feito. Você vai ver a obra começar e se não quiser sair, problema seu, vou construir em volta e deixar você no meio, cercada de lojas por todos os lados, você decide, se vai querer vender e receber uma loja para o café no hotel ou…
— Ooooou…
— Casar comigo dentro de alguns meses e ter que cumprir o papel de dondoca esposa do Empresário dono do hotel, o que prefere? De qualquer forma, terá que casar comigo, a opção é continuar ou não, com uma cafeteria. Você escolhe.
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Atualizado até capítulo 54
Comments
Regiane Pimenta
VC É UM DOENTE COMO PODE DIZER ISSO SABENDO O QUE ELE FEZ
2024-09-21
1
Regiane Pimenta
Eu teria denunciado vc e o seu amigo estrupador
2024-09-21
1
Maria Helena Macedo e Silva
na real, tem o antes e depois de alguém mesmo ela ficando ou partindo.
2024-09-07
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