No dia seguinte à festa, dois lados tentavam coisas inversas, mas só um conseguiu realizar seu intento. Ronald não largava o telefone, ligando insistentemente para sua filha, era de total prioridade e importância, ouvi-la antes de tomar mais uma decisão que a comprometeria.
Suellene está tranquila, curtindo o sossego em seu apartamento, totalmente desligada do mundo, tendo desligado as linhas de telefone e internet. Estava focada em ler seu livro, uma história de fantasia de lobisomem, onde o mocinho era grosso e rude, mas também era o melhor amante, um macho fiel e zeloso por sua fêmea.
Ela sabia que a vida real era bem diferente. Encontrar com homens desrespeitosos e machistas, era uma constante e aconteceu com ela, o que acontecia com muitas jovens que não tinham força para se defender. Piorava quando não tinham dinheiro, pois eram humilhadas. Mas ela aproveitava a história sem fantasiar a vida real e vivendo sua vida sem aceitar chantagens e opressão.
Ela sabia que seu pai iria querer falar com ela, mas não queria ver e nem ouvir ele, por enquanto, precisava deixar a mágoa passar. Então, impedindo qualquer ligação, não precisava ficar incomodada com os toques e podia ter o descanso merecido.
Em seu apartamento do hotel, Áureo contemplava a vista do céu azul sem nuvens, através da porta de vidro aberta. Aquele dia havia se arrastado e ele ficou dentro daquele lugar, fazendo nada além de se lamentar. Sentia-se um idiota por ter se confundido assim. Tratou uma jovem linda e pura, como uma qualquer. E o prefeito tentou lhe passar a perna, mas não nos negócios e sim arrumando um marido para a filha.
Quem queria casar?
Não ele, gostava da vida como era, do jeitinho cheio de liberdade que tinha, para tudo. Casar não fazia parte dos seus planos, ainda mais com uma filhinha de papai, que nem beijar sabia. Foi rude, sim, mas agora não tinha volta e não tinha como desfazer o que fez. Não precisava casar por causa disso.
Atendeu o telefone que tocava e era quem ele menos queria ouvir, então desligou o aparelho. Amanhã seria um novo dia e tentaria falar com a doidinha do café de novo. Seria mais educado e insistiria com educação e seu melhor sorriso. Trataria ela com seu melhor sorriso e seu charme irresistível e conseguiria convencê-la por si mesmo.
**
Segunda feira amanheceu como sempre, um dia ensolarado, fresco até a metade da manhã e quente no resto do dia. Áureo levantou cedo e se vestiu de forma a não parecer arrogante e se dirigiu ao Black Coffee, para um desjejum completo. Seria a desculpa certa para estar falando com a dona. Desceu e seu motorista já o esperava.
— Bom dia, CEO?
— Bom dia… como é mesmo o seu nome?
— John, senhor. Pra onde vamos?
— Vamos tomar o desjejum no Blak Coffee.
— Boa escolha, senhor.
*
Mais cedo, naquele dia, pai e filha se levantaram na mesma hora, se arrumaram e foram para o mesmo lugar, sendo que ele passou no cemitério primeiro e ela foi trabalhar. Ele achou que precisava ir no túmulo de sua amada esposa, para pedir perdão por não cuidar direito da filha deles. Fez um verdadeiro escândalo diante do túmulo, se lamuriando e pedindo perdão ao mesmo tempo, a sorte era o cemitério ser um parque e estar vazio àquela hora do dia.
Depois de chorar muito, pediu desculpas pelo descontrole, como se ela fosse levantar do tumulo e lhe chamar a atenção pelo estardalhaço, e só então se foi. Dirigiu seu veículo devagar, contemplando o movimento das pessoas andando nas calçadas e ruas, indo para o trabalho. Apreciou aquele vai e vem de sempre e sorriu ao lembrar que um dia foi um deles, mas venceu e construiu um império que poucos sabiam que possuía, pois nunca se gabou, apenas ficava alegre e compartilhava com os amigos.
Estacionou ao lado do mini shoping, para ir ao café. Fechou o carro e contemplou todo aquele espaço que comprou por um preço baixo, aos poucos e vendeu com lucro alto, para o seu futuro genro. Ah sim, ele teria que casar com sua filha, já que a tinha deflorado. Não ficaria com a filha desonrada, para ficar mal falada e afetar sua candidatura a governador.
Se dirigiu ao café e quando entrou, percebeu que o CEO já estava lá, lançando seu charme para ela, desgraçado.
— Mas será possível?
Ele se virou e ficou olhando-o de testa franzida.
— Bom dia, senhor prefeito!
— Por que já está aqui logo cedo? Não podia deixar ela em paz por uns dias?
— Já começou…— disse Lee Anne.
— Vamos manter a calma, eu acabei de chegar e vim tomar o desjejum. O que aconteceu na festa, foi uma fatalidade e conversarei com ela assim que puder. — disse Áureo, não percebendo que Lee Anne ouvia tudo do balcão
— Arrrhhhh, mas é um tolo mesmo, vamos tomar café. — chamou o prefeito se dirigindo ao balcão.
— Vou escolher uma mesa. — falou John, não querendo participar daquele encontro, podia sair faíscas para todo lado.
Ronald se apoiou com os braços no balcão, bem perto de Lee Anne e pediu.
— Me desculpa, o trato não era aquele. Ele entendeu tudo errado, perdoa o seu pai, filhinha!
Foi mais um baque para Áureo, nunca imaginaria algo assim. Quer dizer que Suellene e Lee Anne eram a mesma pessoa? Que mancada! Se aproximou do balcão e pediu:
— Quero desjejum completo para dois. — Fez o pedido e se dirigiu a mesa escolhida por John.
Sentou e ficou remoendo todos aqueles fatos, olhando pela janela.
Que gente mais complicada!
O prefeito misturou negócios com vida pessoal, tentou me manipular, achando que comprou um marido para sua filha e pelo visto, ela não tem o mínimo interesse em casar. Olhou de volta para o balcão, para ver se o café estava sendo preparado e o que viu…
— Ah, não, ele não tá fazendo isso!
Se levantou e foi até o prefeito, forçando-o a se levantar.
— Pare de se humilhar homem, nenhuma mulher merece isso! — disse o CEO arrogante.
— Mas, seu machista arrogante, quem você pensa que é? Foi uma mulher que te trouxe ao mundo, sabia? — Falou uma cliente.
— É verdade, aqui você não tem voz, seu café tá pronto, pegue e cale a boca, tomando cuidado para não queimar a língua. — Agora foi Lee Anne quem ordenou, não pediu, nem mandou, ordenou.
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Atualizado até capítulo 54
Comments
Regiane Pimenta
Eu não perdoaria não ainda quer casar ela com ele
2024-09-21
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Maria Helena Macedo e Silva
Lee Anne estar na arena dos trogloditas🤦
2024-09-07
0
Celia Chagas
Quando lembro do Mário tão carinhoso com Lili que da vontade de meter a mão na cara dos dois 😡😡
2024-05-08
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