Aroma E Sabor

Aroma E Sabor

Conhecendo Marcela

Essa é uma linda história de amor para quem gosta de café e também para quem não gosta!

Se passa na zona da mata mineira, terra do café bebida, terra de lindas fazendas, queijo, doces e o cheiro do café coado. Terra de grandes talentos, TVs, cinema e cantores, Políticos e até presidentes. São muitos os encantos de Minas Gerais, mas o mais apreciado é o café com leite. Uma mistura perfeita como dois corações apaixonados.

Eu sou Marcela Aguiar, tenho trinta anos, filha de um dos políticos mais influentes da zona da mata mineira. Sr. Aurélio Aguiar domina essa região, ajuda o povo, é honesto e tem uma carreira promissora ao senado nacional. Minha mãe faleceu quando eu fiz dezoito anos, ela era linda e ainda jovem. Foi acometida de uma doença grave e não resistiu. Meu pai por sua vez não demorou muito pra se casar de novo, com uma bruxa pouco mais nova que ele. Dona Cristina, cinquenta anos. Quero dizer dez anos mais nova que ele! Tem tantas plásticas que já não dá para reconhece-la pela foto da identidade

MARCELA

Sou muito espontânea, mas pela minha idade eu já poderia estar numa situação melhor do que estou hoje. Não me formei, apesar de ter trancado a faculdades quatro vezes e sem conclusão. Tive lojas de roupas, de sapatos e de cosméticos. Nada foi pra frente! Gosto mesmo é de viajar, fazer compras e curtir a noite. Sou muito influente e todos gostam de mim e de ficarem ao meu lado. Tenho um carro esportivo que comprei com o dinheiro da herança da minha mãe. A maior briga do meu pai comigo é que já torrei quase tudo que ela me deixou, não soube administrar os negócios que não eram poucos. Não sou boa com dinheiro, gosto de gastar e não de trabalhar.

_ Bom dia dona Jô! Marcela já levantou?

.....Dona Jô é a nossa governanta, trabalha na família desde que eu era pequena, foi ela quem cuidou da minha mãe até morrer.

_ Não senhor Aurélio, ela ainda está dormindo!

_ Vá chamá-la!

Ouço batidas na porta e não tenho ânimo para levantar.

_ Dona Marcela! Dona Marcela!

_ O que foi Jô? Quem morreu?

_ Seu pai está te chamando!

Disse pra você descer agora.

_ Eu não posso agora!

Olho no relógio e já passa de meio dia e se eu descer ele vai jogar a casa na minha cabeça.

Ela insiste até que eu abro a porta.

_ Dona Marcela, olha seu estado? Está toda marcada! Por acaso dormiu com um gato?

_ Com certeza foi um gato!

_ Pois acho melhor você tomar um banho e descer, a cara do seu pai não está nada boa.

_ Tudo bem! Vou tomar um banho e pede pra fazer um café bem forte pra mim, estou morrendo de dor de cabeça.

Tento melhorar minha feição, estou um bagaço. Visto uma roupa fresca apesar da capital não está tão quente hoje. Moramos no Mangabeiras, uma área nobre de BH. A casa vive cercada de seguranças, por melhor pessoa que meu pai seja a vida de político tem suas desventuras.

Ele é um homem humilde, atua como médico até hoje. É tão caridoso que se não fosse rico de nascença estaria atendendo na periferia. Apesar que não faz diferença, ele não cobra a maioria das consultas.

_ Bom dia, Pai!

_ Boa tarde, Marcela! Já são quase duas da tarde e isso são horas?

_ Desculpa! É que eu cheguei muito tarde. Eu fui no aniversário de uma amiga e viramos a noite.

_ Pois bem! Eu tenho uma surpresa pra você.

Ele fala com um ar leve, acho que vou ganhar um presente.

_ Do que se trata? Meu aniversário está longe, tudo bem que estamos próximos ao natal.

_ A surpresa é que cancelei todos os seus cartões de crédito, confisquei seu carro e interditei os poucos bens que lhe resta.

_ O senhor não pode fazer isso?

_ Posso, você está vivendo dissolutamente , está perdendo até sua dignidade. Olha seu pescoço?

Tento cobrir com o cabelo.

_ A partir de hoje você vai arrumar um emprego e trabalhar.

_ Dona Jô! Avise aos empregados que ninguém mais vai servir nada a dona Marcela. Ela vai lavar a roupa dela, arrumar seu quarto e pegar sua própria comida na mesa.

_ Pai! Como vou sair de casa?

_ A pé, de carona ou de ônibus! Como você acha que os empregados dessa casa vem para o serviço?

_ E se eu não aceitar essa sua condição?

_ Eu serei obrigado a te deserdar.

_ Mas eu não sei fazer nada?

_ Ninguém vai me dar emprego!

_ Você tem trinta dias, se você não conseguir eu vou te casar com o primeiro que aparecer.

_ O senhor só pode estar louco!

_ Mais respeito comigo! Louco eu estava quando achei que sua falta de juízo era por causa da perda de sua mãe! Agora vejo que é um desvio comportamental de caráter. Está passando da hora de você ser madura o suficiente e ter sua vida no rumo certo, você não tem pai por toda vida. E se consumiu milhões em poucos anos o que lhe resta não durará muito tempo. Faço para o seu bem!

_ Dona Joana, se alguém me desobedecer está no olho da rua.

Sei que fui duro demais com ela, mas não temos mais tempo para errar, do jeito que as coisas andam ninguém nunca vai querer casar com ela. Está tão mal falada que assusta qualquer pretendente.

Subo chorando para o meu quarto, sei que meu pai foi muito duro comigo, mas também não era pra tanto. Não sou mais criança e sei que preciso tomar um rumo na vida.

Ligo para alguns amigos e vejo se alguém tem algum serviço prá mim. São amigos das noitadas e das farras, quando falo que estou precisando trabalhar eles riem da minha cara e acham que estou brincando.

Ligo para o dono de um shopping, ele é amigo do meu pai e primo da minha mãe, ele pede que eu passe lá mais tarde.

Não tenho como me deslocar daqui, vou pedir um carro emprestado para alguém.

Já liguei para uma grande quantidade de pessoas e ninguém pode me emprestar.

Saio na garagem pra ver o que tem lá. Me deparo com um Fusca azul, fico incrédula e pergunto ao segurança:

_ De quem é o fusca?

_ Seu pai comprou ontem!

Olho a chave na ignição e tenho a impressão que foi deixada de propósito.

Suspiro fundo e lá vou eu.

A princípio tenho dificuldades para ligar o carro, todo manual e não faço a menor idéia de como se passa a marcha.

Não sei se o combustível dá pra chegar no centro, o ponteiro não está marcando. Olho na bolsa e não tenho muito, abasteço para não correr o risco de ter que empurrar o carro, porque não basta ser Fusca azul, tem que me fazer passar vergonha.

Paro no estacionamento do shopping e ainda dentro do carro dou uma checada no visual. Tenho a sensação de estar cheirando a gasolina.

Vou até a sala da administração e sou muito bem atendida. Eu não tenho currículo somente o nome do meu pai.

Ele por caridade me consegue uma vaga numa loja de celular. Começo minha experiência na loja amanhã. Pelo menos vai aliviar um pouco com meu pai.

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Comments

Kátia Regina De Souza Abel Azevedo

Kátia Regina De Souza Abel Azevedo

Começando a ler hj.
22/11/2024.

2024-11-22

1

Grace 🌻🌷

Grace 🌻🌷

Claro é teu pai e não o teu carrasco 🤣😅😂.

2024-09-21

0

Grace 🌻🌷

Grace 🌻🌷

Antes tarde do que nunca 😘😍🥰.

2024-09-21

0

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