Excesso de cuidado

Apenas duas semanas havia se passado depois que recebi alta do hospital e eu já estava enlouquecendo com os paparicos dele, o tempo todo cuidando de mim como se eu fosse feito de cristal prestes a me fragmentar a qualquer momento.

Levanto do sofá para ir ao banheiro...

- Precisa de algo Amor? Fique sentado\, deixe eu pego para você.

Respiro fundo para me acalmar e tento não ser grosseiro ao responder, mas é quase impossível! 

- Taesung, eu estou bem... só preciso ir ao sanitário.

Subo para o quarto e vou ao sanitário.

Se ele continuar assim eu enlouquecerei... preciso conversar com ele sobre isso!

Descendo as escadas dou de cara com ele que já estava indo atrás de mim no sanitário. Seu rosto mostrava que ele estava genuinamente preocupado e foi só por esta razão que eu consegui me controlar e conversar como gente.

Seguro em sua mão e o levo até o sofa...

- Amor\, sente-se aqui...

- Porque? Você está sentindo algo não é?

Co ambas as mãos seguro e seu rosto...

- Taesung\, eu não aguento mais esse excesso de cuidado\, você não me deixa ir ao sanitário em paz... eu sei (Suspiro)

- Eu sei que está preocupado comigo\, que você me ama muito e que só está tentando me deixar confortável mas\, eu nunca tive ninguém por mim assim e isso está me sufocando\, entende? 

- Desculpe... vou tentar não fazer mais isso.

Vejo que ele está desapontado e partiu-me o coração dizer essas coisas para ele mais eu fui o mais brando que pude...

Vejo-o levantar-se e sair da sala, fechando-se no escritório por longas horas e tudo o que me restou foram a minha solidão e as lágrimas que teimavam em rolar por meu rosto.

Encolhendo-me no sofá, abraçado as minhas pernas, fiz o que de melhor sabia fazer... Chorar!

Chorei muito até que finalmente o sono venceu-me e ali mesmo adormeci.

Eu tinha uma vaga noção de que estava exagerando, mas eu não podia evitar... a sensação de perder o controle da situação e vê-lo quase partir, foi demais para mim... então, tentava estar presente e fazer-me útil em tudo e todas as coisas que ele iria fazer. Não sabia que ele se sentia assim!

A única coisa que pude pensar naquele momento foi levantar e sair dali... não impor mais a minha presença a ele.

Entrei no escritório e fiquei em pé em frente a enorme janela que me proporcionava uma bela vista da cidade...

O que será que ele está fazendo? E se ele passar mal? Preciso estar por perto para ajudar...

Vou até à porta tencionando abri-la, mas paro com a mão na maçaneta.

Não, se ele precisar de mim certamente me chamará...

Voltando para a janela, espero ele chamar-me e nada acontece... olhando as horas no meu relógio de pulso percebo que já se passaram duas horas e ele ainda não comeu nada, pois estava na hora do almoço quando ele me pediu para diminuir os cuidados e eu afastei-me sem alimentá-lo.

Saio do escritório e o encontro deitado encolhido no mesmo lugar onde o deixei.

Com o coração disparado vou até ele e observo o rastro das lágrimas no seu rosto adormecido.

Ah, meu pequeno... não sofra deste jeito por causa do meu excesso de cuidados.

Toco no seu rosto.

- Meu anjo\, venha vamos deitar na cama...

Acordo ao ouvir a voz dele me chamando de meu anjo...

- Me perdoa... eu sei que você só estava cuidando de mim. Eu juro que não vou mais reclamar mais\, por favor não me deixe sozinho assim de novo...

Começo a chorar compulsivamente abraçado a ele que ergueu-me do sofá segurando-me como se eu fosse uma criança. 

- Eu te amo muito Taesung!

- Não o deixarei sozinho novamente...

Beijo seis lábios macios e excessivamente quentes. 

- Você está com febre...

- Eu tenho febre emocional desde que me entendo por gente\, não é nada sério.

Beijo ele novamente enquanto ele me leva para a cozinha.

Assim que separamos os nossos lábios ele fala:

- Hora de comer...

- Ah\, sério? Pensei que estávamos indo para o quarto...

Olho para ele. 

- Mas aqui também dá para fazer umas brincadeirinhas interessantes...

- Acalme-se\, você vai alimentar o seu corpo agora\, para ter energia para eu poder alimentar o meu desejo de você depois...

Entendendo o que isso significava, apenas sorri e comi tudo o que ele me pôs a frente. Ao terminar, levantei rápido de mais e cai sentado novamente na cadeira onde antes estava sentado...  

- O que foi?

Rapidamente pus-me perto dele e o servi um pouco de água. 

- Você está pálido... diga alguma coisa!

- Fiquei tonto de repetente... acredito que foi porque levantei rápido demais.

Olho para aqueles olhos preocupados... 

- Já estou bem agora...

Levanto e o abraço... 

- Está vendo? Está tudo bem...

Beijo os seus lábios com ternura! 

- Tudo bem se eu ligar para o médico e perguntar se isto é normal?

- Sim... tudo bem!

Afasto ele de mim e caminho em direção a escada... 

- Mas, estarei esperando por meu marido lá em cima... para me comer!

Volto a subir!

Fico ali sem reação aparente após ouvir aquela afirmação do meu pequeno marido...

Olho para baixo apenas para constatar com descrença que o meu membro reagiu ao que ele disse instantaneamente...

Estou perdido... se ele ainda não puder fazer amor eu corro um sério risco de explodir...

Pego o telefone e ligo para o médico...

Enquanto isso...

Chego na porta do quarto com as pernas trêmulas e o rosto em brasa devido ao que acabei de dizer-lhe no andar de baixo.

Como eu pude ser tão descarado? Ai que vergonha...

Entro no quarto, jogo-me na cama e fico ali pensando no que ele deve ter pensado de mim por eu ser tão sem vergonha...

 Na sala...

O telefone dispara duas vezes e só quando faço a terceira tentativa então, o médico atende...

- Dr. boa tarde...

- Aconteceu algo com o meu paciente?

- Ele ficou tonto de repente ainda a pouco e após almoçar fora do horário ele disse-me que quer que façamos amor e subiu para o quarto...

Ouço a risada do médico... 

- Senhor Taesung, sei que o senhor está apreensivo por causa da condição dele mais eu já lhe disse que tendo esperado o prazo mínimo de duas semanas estaria tudo bem fazer sexo moderado com o seu marido...

Deixe-me dizer-lhe o seguinte, esta tontura que ele teve, provavelmente foi proveniente da falta da alimentação no horário certo... o corpo dele já deve ter se acostumado a receber alimento em horários específicos, a falta deste alimento no horário pode causar desde tonturas até desmaios...

- Eu entendo... então\, estamos liberados para fazer amor?

- Sim\, desde que tenham moderação e que o senhor deixe que o meu paciente tenha no mínimo uma hora e meia de intervalo entre uma sessão e outra de sexo mas\, não exceda o limite de quatro sessões por dia... para não extenuar o meu paciente... lembre-se que ele está em tratamento contra uma infecção grave. Agora\, se me permite\, preciso fazer a ronda...

- Claro\, obrigado pelo esclarecimento Dr.

Desligando o telefone, subi para o quarto quase correndo...

Continua...

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