Noticias tranquilizadoras

Fico ali parado, apenas esperando que ele acorde para que possamos esclarecer as coisas...

Percebo depois de algumas horas da primeira dose da ministração do medicamento, que ele começou a delirar. Sua temperatura estava elevadíssima então, sem pensar muito peço a enfermeira que me ajude a deixá-lo confortável enquanto tentava baixar sua temperatura... logo, recebo das mãos gentis de uma enfermeira uma pequena bacia com água e duas toalhas brancas pequenas.

Me instruindo a cerca do que eu teria que fazer ela logo se retira e me deixa sozinho cuidando do meu marido...

Enquanto eu o despia ele me olhava com olhos vermelhos como se realmente não pudesse me ver...

- \~Tenho que falar com ele... ele não pode simplesmente me deixar apenas por eu ter omitido o fato de que poderia ter esta doença!

Seu desespero somado aos olhos vermelhos semelhantes ao de quem está sonâmbulando me deixaram perceber que esta situação toda não mexeu só comigo.

Eu sabia que ele estava falando de mim, então resolvi deixá-lo desabafar... não só para ajudá-lo mais para acalmar meu coração que doía tanto pelo medo causado pelo pensamento de que ele me deixaria e sumiria no mundo...

passando a toalha úmida em todo o corpo dele e o vestindo novamente, desta vez

não apenas com o bata do hospital, percebi que ele havia adormecido... resolvo chamar a enfermeira para ministras algum Anti-térmico para que ele possa repousar tranquilamente sem os delírios que a febre lhe impunha.

HORAS DEPOIS

Vejo com desespero que sua febre não baixou nem um pouquinho sequer...

- \~Taesung! Preciso de você...\~

Me aproximei de seu ouvido e lhe falei suavemente:

- ~Eu estou aqui Jay..~.

Com alívio o vejo me olhar novamente porém, desta vez ele me vê e se agarra a mim como um náufrago se agarra a um pedaço de madeira ou a uma boia para salvar sua vida.

- Não me deixe\, por favor.. não me deixe! (Desesperado)

- Posso fazer qualquer coisa que você queira mas\, pelo amor de Buda\, não me deixe!

Chorando igual criança ele apenas repete esta frase.

Abraço ele e tento confortá-lo da melhor maneira possível...

alguns segundos depois quando seu desespero já havia diminuído, tento me afastar para pegar mais água mas, suas mãos quentes e suadas me seguram com firmeza e força.

- Eu nunca deixarei você... Eu te amo!

Beijo a testa dele e continuo repetindo que o amo até que ele adormece e a enfermeira volta a entrar no quarto.

- Como nosso paciente está?

- Muito quente ainda...

- Não se preocupe senhor Taesung\, vou buscar medicação para baixar sua temperatura e um termômetro...

Fico ali, abraçado a ele até que a mulher volta acompanhada com o plantonista para falar comigo.

- Boa noite senhor Taesung... eu gostaria de saber se o senhor percebeu no seu marido algum comportamento estranho...

- Estranho como exatamente?

- Alucinações\, falta de apetite\, insônia esse tipo de comportamento...

- Não... ele não teve nenhum comportamento desse tipo!

- Isso é muito bom... veja senhor Taesung\, seu marido tem um quadro infeccioso agudo... isto é grave e pode levá-lo a óbito. Esses sintomas que eu lhe falei são o terceiro estágio da doença...

- Em que estágio a doença dele está agora e em até quantos estágios ela pode ir?

- Ele ainda se encontra no primeiro estágio da doença e graças a isso ainda pode ser curado.

- Isso quer dizer que o risco de óbito para ele é quase nulo\, certo?

- Está correto. Porém o estado dele\, ainda expira cuidados.

~Hmm... fico feliz em saber disso. Obrigado!

Respondo olhando para ele tão desprotegido deitado no leito e pela primeira vez me sinto realmente aliviado...

- Quanto tempo ficaremos aqui?

- Não se preocupe o seu marido estará livre para retornar ao lar assim que o soro acabar.

- Isso é ótimo, más uma vez em casa... o que é permitido a ele e o que é proibido?

Minha preocupação estampa-se em meu rosto enquanto olho para meu parceiro.

Sinto um toque terno e suave em meu ombro... olho de lado e vejo que se trata do médico.

- Não se preocupe... ele está bem\, graças ao fato de você tê-lo trazido para cá a tempo... quanto ao tratamento\, você só precisará regressar com ele para nova aplicação da medicação daqui a vinte dias... lhe passarei o cronograma das aplicações para que ele não falte a nenhuma... ou todo o tratamento será perdido... quanto ao que ele pode e não pode fazer\, vai ficar a cargo de como ele estará se sentindo no momento. No entanto\, se ele estiver abatido\, com fastio e sonolento é melhor que evite atividades extenuantes como por exemplo\, exercitar-se em academias\, atividades longas como caminhada também não são uma boa pedida por hora...

Ah, quanto às atividades sexuais, sugiro que o senhor as suspenda por pelo menos duas semanas e o faça comer pelo menos as três refeições obrigatórias do dia...

Visivelmente mais tranquilo, agradeço pelo trabalho do  médico e por sua ajuda.

Retorno para o lado dele, sento na cadeira, seguro sua mão e espero pacientemente até que meu Jay acorde, enquanto isso a acaricio e vez ou outra beijo-a.

- \~Meu anjinho acorde logo...~

Enquanto as horas passavam lentamente, me acomodei da melhor maneira que pude na cadeira, ficando quase deitado sobre seu leito e acabei adormecendo sem sentir...

Desperto do meu sono sentindo algo segurando minha mão e uma leve pressão sobre meu abdômen. Olho para baixo e vejo sua cabeça, de cabelos negros, brilhosos e macios como veludo apoiada em minha barriga enquanto segurava minha mão mesmo estando adormecido...

Tae, como você pode ser tão sereno e lindo enquanto dorme e uma verdadeira fera selvagem quando desperto?

Toco sua cabeça de leve...

- \~Você deve estar bem cansado não é? desculpe por lhe dar tanto trabalho...\~

Desperto lentamente e percebo que adormeci sem nem mesmo sentir... abrindo meus olhos, imediatamente encontro uma par de olhos azuis me olhando com ternura enquanto toca suavemente em meus cabelos.

- \~Oi, como se sente?~

Me ajeito na cadeira e olho dentro dos seus olhos...

- Taesung\, desculpe por não ter falado que eu poderia ter esta doença\, não quis enganá-lo eu só...

Meus olhos enchem-se de lágrimas e minha voz falha...

Toco seu rosto de leve e aproximo meu rosto do dele dando-lhe um beijo na testa e outro nos lábios.

- Você não precisa me explicar nada... eu também não poderia cobrar nada de você... mas\, agora que estamos juntos e você sabe que eu te amo muito\, não esconda mais nada de mim certo?

Enquanto falava afastava o cabelo de seu rosto e acariciava suas bochechas... olhei para o soro que estava pendurado ao lado de sua cama...

*Acabou... vou chamar a enfermeira para tirar assim podermos ir embora***.

- Tae\, eu também te amo muito...

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto sorrindo e chorando ao mesmo tempo o observo olhando para a bolsa de soro...

- Em que está pensando?

Toco sua mão para chamar a sua atenção.

- Você ouviu o que eu disse?

- Sim\, você me ama muito... (Suspiro)

Olho atentaente para ele...

- Eu estava organizando meus pensamentos... neste momento estou fazendo um esforço sobre-humano para não agarrar você e possuí-lo aqui mesmo**...

Corado e extremamente sem graça desvio meu olhar para outro ponto qualquer do quarto..

- Vou chamar a enfermeira para tirar seu soro...

Levanto e vou até o posto de enfermagem, volto logo em seguida acompanhado da enfermeira chefe.

- Boa noite senhor Jayden\, como se sente agora?

- Bem senhora...

Dou um sorriso para ela sem perceber que isto fez uma sombra surgir nos olhos acinzentados do meu marido que saiu da sala e foi buscar informações com o médico de plantão.

- Isso é ótimo...

Ela habilmente tira o soro e o acesso.

- O senhor está liberado para voltar para casa...

- Obrigado...

- Não há de quê...

Logo em seguida, ela se retirou do quarto levanto consigo o acesso e a bolsa de soro agora inúteis.

Eu aproveito que estou sozinho e vou tomar um banho rápido, mesmo que depois tenha que vestir as mesmas roupas.

- Pelo menos meu corpo estará limpo... em casa tomo outro banho. Onde será que o Tae foi?

Ainda dentro do banheiro, ouço os sons dele se movendo dentro do quarto.

- \~Onde você foi?~

Vou até a porta do banheiro e a abro...

- Ei... que susto!

- Quem você pensou que fosse?

- Ninguém em especial... já que quando a enfermeira saiu você não estava mais no quarto eu pensei que poderia ser alguém da limpeza\, vindo limpar o quarto e preparar para o próximo paciente...

Fico ali parado assimilando a resposta dele...

Ele não gaguejou, seu olhos não estão com as pupilas dilatadas, ele não está desviando o olhar dos meus olhos... ele não está mentindo. Então, porque ainda me sinto desse jeito??

Decidindo esconder o fato de que fui respirar um pouco para não perder a cabeça por ciúmes, minto para ele.

- Eu fui falar com o plantonista... queria saber se você pode fazer sexo normalmente ou se tem alguma restrição quanto a isso.

Me encosto no umbral da porta e o observo enquanto ele desliga o chuveiro...

- Não acredito que você foi perguntar isso ao médico...

Olho para ele incrédulo....

- Você está brincando não é?

Ele continua apenas me observando sem dizer nada.. 

- Taesung, você não fez isso... fez?

- Claro que fiz... precisava saber se poderia punir meu jovem marido paquerador.

- Paquerador? mas eu não... 

Subitamente lembro do momento em que a enfermeira veio tirar meu soro e o olho espantado... 

- Eu não estava paquerando a enfermeira, eu só estava sendo... gentil!

- Se aquele era seu sorriso de gentileza então\, não o dê a mais ninguém...

Vejo ele cruzar os braços e me devorar com os olhos... 

- Qual foi a resposta do médico a sua pergunta?

-  Aprece-se... vamos embora!

Vejo ele sair da porta e ir sentar em algum lugar no quarto para me esperar. Termino o mais rápido que consigo pois minhas mãos estavam trêmulas e saio do banheiro.

Em questão de minutos chegamos em casa e ele continuava com a feição carregada como se estivesse travando um batalha sangrenta internamente.

Caminhei até ele e o abracei por trás.

- Taesung o que está acontecendo? Porque você está com raiva?

Ele não respondeu apenas se virou de frente para mim, me abraçou apertado e me beijou com tanto desespero que me assustou mas, eu correspondi ao contato porque estava louco de tesão...  

Logo que o contato foi interrompido para que pudéssemos respirar ele me olhou nos olhos e pude ver o tamanho do seu ciúme... 

- Não estou com raiva de você!

- Você está... com ciúme?

- Perdidamente enciumado... aquele sorriso encantador que você deu a enfermeira\, eu nunca o tinha visto antes...

- Seu tolinho\, eu sou só seu... não importa qual sorriso eu tenha e para quem eu o dê. Eu ainda serei seu no fim das contas! 

O abraço com força e descanso minha cabeça em seu ombro... 

- \~Por favor\, me diz o que o médico disse...\~ 

- Não podemos fazer amor hoje... porque você ainda esta debilitado. Más, assim que você estiver mais forte poderemos fazer quantas vezes aguentamos. Agora suba, tome um banho e troque de roupa, vou cozinhar algo para você comer.

Me sento meio desapontado por saber que não poderia amá-lo enquanto não estivesse mais forte. Mas, não havia jeito a dar então, a melhor coisa a fazer seria tomar banho, vestir algo bem confortável e me forçar a comer mesmo sem fome apenas para me reestabelecer e podermos fazer amor novamente... (Suspiro) 

Meia hora depois, desço para comer a comida que ele fez para mim...

Continua...

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