Capítulo VI

Michael Hanter não conseguia parar de pensar na mulher que esbarrou nele algum tempo atrás, ficava a imaginar se a mesma estava hospedada no mesmo hotel que ele.

Sua avó ligou e acabou por estragar seu humor, ela queria saber se ele estava bem, pois passou no hotel mais cedo e não conseguiu falar com ele. Deixou uma sopa com o garçom e insistia que ele não devia comer essas comidas de rua, ele tomou a sopa em dois grandes goles e pediu dois filés grelhados.

Após sua refeição no térreo do hotel reservado exclusivamente para ele, decidiu deitar -se mais cedo, pois estava bem cansado do seu dia exaustivo já que tinha acabado de chegar de uma longa viagem. Saiu de lá decidido a enfrentar sua vó, por mais teimosa que ela fosse, ele não precisava de ninguém a essa altura do campeonato e precisava tirar isso da cabeça dela o mais rápido possível.

Assim que ele chegou ao seu quarto sentiu um cheiro de flores do campo, era muito familiar, pois a mulher que esbarrou nele mais cedo tinha esse mesmo aroma de alguma forma sentir esse cheiro e lembrar da mulher que esbarrou nele mais cedo despertou nele um desejo sexual muito forte, ele foi até sua adega na cozinha e bebeu um pouco de uísque para aliviar essas alterações hormonais que estava tendo.

Droga ele poderia imaginar o que poderia ter na sopa que tomou mais cedo, como isso era possível sua própria família fazer algo tão desprezível, ele começou a desabotoar sua camiseta para entrar em uma ducha fria.

Julia estava dentro de um quarto enorme, percebeu de imediato que ali não era uma recepção como ela imaginou que era, porém ela estava sentindo tanto calor que foi ao banheiro lavar seu rosto e seus pulsos. Desbotou alguns botões da sua blusa e tirou seu blazer, ela não conseguia entender porque estava se sentindo com tanta luxúria depois do flagrante que teve do seu namorado, será se ela era uma dessas masoquistas e descobriu só agora, ela riu dela mesma por causa desse pensamento sem cabimento.

Sentia sua intimidade latejando, ela nunca se sentiu assim antes nem mesmo quando Jason a apolpava descaradamente e ela tinha que conte- lo.

Ela tinha tanto medo de estar com Jason intimamente que talvez a culpa fosse sua por ele procurar outra, ela estava tão insegura em se entregar de corpo e alma para ele que não percebeu suas necessidades como homem. Ela planejou tanto suas férias com ele as quais ela já tinha falado com se chefe sobre a antecipação e lá eles iriam para um lugar muito bonito e ela se entregaria sem reservas, seria tudo muito romântico. Ela planejava contar para ele o que a fez ter medo desse contato mais íntimo, o que mais desejava era substituir lembranças ruins por boas lembranças.

Sempre julgou que ele era o homem mais paciente do mundo, pois já tinha esperado por ela durante um longo ano. Pena que essa verdade existia somente em seu coração, a verdade era que ele sempre deitava- se com mulheres aleatórias sempre que possível, apesar de ser discreto aqueles amigos mais próximos conheciam as verdadeiras faces de Jason.

Julia achava que o conhecia profundamente, agora tinha que pagar por sua ingenuidade.

Ela estava sentindo como se o calor que vinha de dentro pra fora aumentasse, e uma vontade louca de tirar suas roupas surgia, não sabia o que estava acontecendo pois nunca sentiu tamanha necessidade de aliviar algo tão desconhecido porém que agora era tão nítido.

De repente ela sentiu um abraço a envolver, todo seu corpo ansiava que esse abraço não acabasse nunca. O que estava realmente acontecendo com ela, será se estava possuída. Ouviu uma voz rouca e baixa em seu ouvido que perguntou -"O que a Srta faz em meus aposentos" e um cheiro amadeirado misturado com hortelã e álcool.

Michael não acreditava no que estava acontecendo, até que foi uma boa escolha afinal ele pensou nessa mulher misteriosa que parecia um anjo por algumas horas e pensar em alguém por tanto tempo não deveria ser saudável. Acabou que ela foi enviada para ele embalada de presente, como diria alguns. Ele pensou consigo que a oportunidade fazia o ladrão, afinal se ela estava lá deveria ser uma interesseira e sabia muito bem o que estava fazendo lá.

Ele estava latejando desde que entrou por aquela porta e sua fragrância só aumentou seu desejo, ele estava com um desejo fora do comum. Mas ainda no controle de suas razões, precisava aliviar esse desejo exacerbado antes que ficasse doente.

As vezes seus amigos tiravam sarro dele que era um celibatário ou então gay ou algo do tipo, sua frieza usual acabava por calar a todos.

Por fim hoje ele decidiu se deixar apenas sentir já fazia tanto tempo desde aquele dia faditico, como ele poderia não usufruir de um belo corpo que o queria tanto quanto ele a queria.

Com esse pensamento de que ambos eram adultos ele começou a beijar seu pescoço lentamente, sua fragrância era tão suave como flores do campo, como poderia uma mulher ter um cheiro único é tão bom.

Julia não conseguia se controlar só precisava de alívio com urgência, ela sentia seus beijos descendo por seu pescoço e parecia que chamas se acendiam onde esse homem tocava.

Veio lhe a mente anos atrás, tudo parecia tão nítido e agora parecia estar acontecendo novamente. Só que ela estava sentindo- se diferente, não se sentia mais imóvel como da outra vez, mas sentia se ardendo em desejo, pegando fogo por cada toque daquele homem que ela não conhecia.