Capítulo XVIII

Julia não podia acreditar nesse destino, se ela pudesse daria- lhe um tapa.

Esse homem brotou de onde e ainda teve a ousadia de se apresentar, ela pensou em ignorar ele completamente. Porém lembrou- se que era uma nova Julia, ergueu seu queixo, sorriu cinicamente para ele e disse.

- Prazer, Julia.

E retribuiu o aperto de mão, quando eles se tocaram era como se seus corpos fossem ativados por uma força inexplicável.

Julia logo recolheu sua mão, não podia tocar aquele homem. Olhando ele agora mais de perto ela percebeu que ele não era tão sombrio assim, quando topou com ele na escada e quando passaram por toda aquela intimidade ele parecia assustador.

Hoje ele estava com a barba por fazer, com os primeiros botões da sua camisa social abertos e a manga arregaçada até os seus antebraços, seus olhos negros pareciam cansados. Provavelmente ele passou a noite em claro, parecia que estava desconfortável no assento também pois ficava se mexendo tentando achar uma posição.

Quando disse seu nome Julia ficou hipnotizada por aquela voz grave o pior de tudo foi tocar sua mão que estava tão quente e foi possível sentir que era um pouco áspera, mas também era macia em alguns pontos.

Nossa e ficava muito visível seus músculos sobe a camisa social branca, ela não lembrava deles quando passaram aquela noite juntos, talvez estivesse tão consumida pelo desejo é envergonhada que mal olhou para o homem que estava a tomando em seus braços.

Julia ficou vermelha por causa desses pensamentos e se ordenou que parasse de pensar naquele homem e de olhar seus músculos, foi ele quem destruiu o resto de dignidade que ela possuía.

Michael não acreditava que ela se apresentou e decidiu continuar a dialogar com ela. Ele queria se desculpar e também conhecer ela melhor.

- Belo nome, você gostaria de saber o que faço aqui? Temos algumas horas até pousarmos.

- Na verdade eu não queria, mas já que insiste. Pode dizer, nada mais me surpreende. Disse Julia impaciente.

- Bom descobri que você estaria aqui e tomei a liberdade de vim para fazer lhe companhia.

- Você e algum tipo de pervertido por acaso? Disse Julia arqueando uma de suas sobrancelhas. E prosseguiu, - Não recordo de ter pedido sua companhia, estou fazendo uma viagem solo.

Michael não pode deixar de rir dela.

- Não sou nenhum pervertido, posso te garantir.

Julia ficou desconfiada, afinal ele a drogou e ainda por cima estava admitindo que estava lá sem ser por algum acaso. Estava simplesmente lá porque queria, isso era o maior absurdo que ela já tinha ouvido em toda sua vida, detalhe ele ainda estava rindo dela. Ela pensava que esse homem nem sabia sorrir até pouco tempo atrás.

Ele era encantador, Julia não se apaixone pelo seu carrasco ela disse mentalmente. Que droga você está fazendo, só porque ele tem um sorriso bonito e é um pouco atraente, quem estou querendo enganar até a aeromoça esta comendo ele com os olhos.

- Então por qual motivo está me perseguindo? Após ter me drogado descaradamente, para poder usar-me. Disse Julia com seus olhos cheios de ódio.

- Julia, uma coisa que eu não fiz foi drogar você, acredita mesmo que preciso de uma artimanha dessas para ter uma mulher na minha cama? Você pode me acusar de qualquer coisa, menos disso. Em minha defesa eu não sabia que você estava drogada, bebi um pouco mais que a conta e peço desculpas pelo ocorrido.

Michael ficou sem saber o que dizer e um pouco constrangido, afinal sua avó tinha uma parcela de culpa nisso. Devido a um erro do garçom que confundiu Melissa, ele acabou mandando Julia para seus braços.