Em uma suite de uma cobertura, dorme alguém a base de remédios, que a ajuda a evitar os pesadelos. Enquanto dorme é capaz de deixar de pensar em sua vida, de onde veio e para onde está indo, pois sempre que está acordada se sente como em um barco a deriva, perdido, sem norte.
Ela acorda com alguém pulando em sua cama.
— mamãe, mamãe... — Lara grita pulando na cama da mãe, ela é puxada e jogada na cama e a mãe lhe faz cócegas. Elas riem e se rolam na cama. Lara estava com dois aninhos, ela nasceu prematura, mas era uma criança muito esperta. Ela era a única razão de viver da sua mãe, pois se não fosse Lara, já teria desistido da vida, por não ver sentido em continuar vivendo sem motivos para ser feliz. As cicatrizes que trazia no seu corpo, a faziam querer desistir de viver, mas a sua filha, por quem foi capaz suportar tantas dores a faziam continuar seguindo em frente, mesmo que não soubesse para onde. 'Quem sou eu?' Vivia se perguntando. Depois de brincar com a filha, levanta-se, toma o seu banho, se arruma e após tomar o seu café, segue para a construtora que herdara do Sr. Henrique. Mesmo dirigindo o seu veículo, existia um carro atrás que a seguia, no carro está Rian, o seu guarda fiel, ele a acompanha desde quando ela teve alta do hospital onde ficou internada por quase um ano. Ela segue para a construtora, é um prédio alto e exuberante, todo espelhado, fica em uma área tranquila, sem muitos arranha-céus, mas a sua maioria são prédios comerciais. A sua sala fica no 25⁰ andar, o último andar, ela entra na sua sala, onde tem uma decoração moderna, ela faz questão de sempre ter flores, além de um aromatizador de ambiente com fragrância de lavanda. Ela destranca uma gaveta e pega um caderno entre vários que ali estão, abre o caderno e começa a escrever o seu sonho. Sempre antes de adormecer por completo ela tem o mesmo sonho, era tão real, que ela acreditava estar nele enquanto sonhava.
LUCE BENNETT — Brasil
Essa noite eu sonhei com ele de novo, como eu me sinto bem quando estou no sonho Eu sinto uma saudade que não sei explicar, mas o meu conforto é que, mesmo sem tê-lo ao meu lado, eu o vejo todas as noites em meus sonhos.
É tão difícil estar vivendo assim, onde não conseguimos ver sentido naquilo que estamos fazendo, naquilo que estamos vivendo. Sinto-me perdida desde aquele dia em que acordei naquele quarto de hospital, com uma filha e sem saber o que aconteceu com o seu pai, as marcas do meu corpo me revelavam o quanto eu havia sofrido, mas valeu todo o meu esforço em suportar as dores ao ser ferida, pois, a minha filha sobreviveu, linda e feliz, pois a sua inocência não lhe permite entender o que a sua mãe passara para ela estar aqui. Sei que fui forte e por ela continuarei a ser, pois, só tenho ela em minha vida, e enquanto eu não me encontrar será sempre por ela que continuarei a viver. Eu não entendo o motivo que me fizeram tanto mal, porquê me machucaram tanto, porquê me deixaram com tantas marcas no corpo e na alma, porquê tamanha crueldade. Preciso descobrir quem me fez tanto mal, pois quem fez, precisa pagar por esse crime tão bárbaro. Tento seguir a rotina que criei, mas até isso é difícil para mim, se não fosse o Alan para me ajuda, muitas vezes fazendo o que eu deveria fazer, eu acredito que já teria desistido. Não da vida, pois tenho alguém que precisa de mim, mas deixaria de ser a Diretora executiva dessa construtora, que acredito que nem deveria ter herdado e me trancaria em casa com a minha filha, pois só ao lado dela que tenho vida, não tenho motivos de sorrir ou celebrar algo, de que vale celebrar a vida, se desconhecemos a vida que tivemos e até a que temos. O que o futuro me reserva? Eu não sei. A única coisa que eu sei é que preciso seguir.
Mas é tão bom quando ele vem me visitar em meus sonhos, com os seus olhos lindos e com o seu sorriso encantador. Será que um dia eu vou reencontrá-lo? Fez parte do meu passado, será que fará parte do meu futuro? É sempre a mesma cena, estamos em uma praia, e estamos tão felizes, ele é tão lindo, o seu sorriso é tão perfeito. Sinto vontade de tocá-lo, beijá-lo e até mesmo fazer amor com ele, mas quando acordo, vejo ser apenas um sonho, um sonho bom, mas apenas um sonho.
Luce abre a gaveta, guarda o caderno e fecha a gaveta novamente. Alan entra em sua sala, e ela aproveita para e avisar que não ficará na empresa.
— Allan estou indo embora e não volto mais hoje, estou indisposta — Ela sai da sua sala, e a sua cabeça começa a doer, a fazendo para no corredor, ela encosta-se na parede, apertando as têmporas. Alan corre até ela e a ajuda voltar para a sua sala.
— Luce! venha, sente-se aqui
— Logo passa, é sempre assim, você sabe — Ela fecha os olhos e tenta relaxar até que a dor passe. Alan fica a observando, ela toma o seu remédio e continua de olhos fechados.
— Está se sentido melhor? — Ele pergunta após, ela abrir os olhos e se por de pé.
— Alan, eu me sinto tão perdida. Eu agradeço ao Senhor Henrique por ter-me deixado tudo isso de herança, mas eu sinto como não pertencesse a esse lugar.
— Luce, o Sr. Henrique adorava você e Lara. Vocês o fizeram muito feliz.
— Você está querendo dizer que Lara o fez muito feliz, pois em relação a mim, penso que nunca conseguirei ser e nem fazer outra pessoa feliz.
— Luce, não se cobre tanto.
— Eu só tenho Lara, Alan. Não tenho mais ninguém, o que eu fiz para perder a minha família — Ela pega a sua bolsa para sair, mas antes completa — Isso é se eu tive uma família um dia, pois, se eu tive, penso que não fui tão importante.
Ela volta para o apartamento se sentindo, como sempre, infeliz.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Cibele Wan Der Maas Moreira
trocaram até o nome dela pra n ser encontrada???
2025-03-06
2
Gloria Katia Baffa
Quem é Sara e Luci?
2025-01-27
1
Pati 🎀
Luce é a Sara 🤔?!
2024-11-26
0