Capítulo 11. Desacertos

Senti a lucidez chegando, ainda sonolenta e tomei consciência do meu corpo, aos poucos. Havia algo me prendendo a cama, minha cabeça está apoiada em um braço masculino, cuja mão está recebendo meu seio, pois estou com o corpo de bruços e o outro braço passava por minhas costas e pousava na cama, ao meu lado. O grande peso que me cobria, estava sobre os meus quadris.

Queria me mexer, mas o peso de sua perna sobre meus quadris,me impedia. O que consegui, foi roçar em seu membro ereto e duro e isso me fez lembrar de Gordon, não que se assemelhassem em tamanho, mas pelo que podem me fazer. Abri os olhos rapidamente, conseguindo empurrar os braços e o corpo dele para trás e ele acabou acordando e me soltou. Pulei da cama e corri para o banheiro, para me prevenir. 

O castelo da família é um ótimo lugar para morar, caso não se tenha outro. Está bem velho e acabado, separei este quarto e arrumei, para poder usá-lo. O banheiro não é um luxo, mas pelo menos funciona. Terminei minha rotina e saí, vendo ele ainda deitado de lado na cama, cotovelo dobrado e a cabeça apoiada na mão, olhando direto para mim.

— O quê? Vai ficar aí me olhando? Levanta e vai embora. — Ordenei.

Algumas horas atrás, quando ele me beijou e senti que realmente ele é meu companheiro, levei um susto e me afastei, pondo a mão sobre os lábios. Ele ria, sabendo o que tinha acontecido.

— Minha, você é minha, não dá para negar mais. 

Levantei sem me importar por estar nua em sua frente e saí da banheira improvisada, vestindo o roupão sem me secar. Ele não veio atrás de mim quando fui para o quarto, imaginei que devia ter ido caçar, como disse que faria. Deitei, dormi e acordei agora dentro do agarre de seu corpo. Um verdadeiro casulo e agora ele está ali, parado, olhando para mim com o olhar mais descarado do mundo.

— Você dormiu muito bem em meus braços, querida e não posso reclamar, também dormi muito bem sentindo seu perfume maravilhoso. — Disse ele, espreguiçando e iniciando a desnudar seu corpo coberto pelo lençol.

Corri para pegar uma roupa e me vestir, para não vê-lo nu novamente. 

— Você precisa se acostumar comigo, viveremos juntos e preciso marcar você como minha ou aquele tal de Gordon, poderá tomá-la de mim. — Parei no lugar, após ouvir sua menção a Gordon.

— Eu gostaria de saber seriamente, qual o problema de vocês, homens, que acham que nós, mulheres, não conseguimos viver sem um homem. — Peguei a roupa e me vesti, sem sequer reparar qual era.

— Não se trata de falta de confiança em vocês, é pura necessidade. É como se não vivesse completamente, sem a minha companheira. 

— Então, como vivia sem mim, por quê eu, vivia muito bem, obrigada.

Ele ousou rir da minha cara e se aproximando como um felino ladino, me puxou para si e buscou minha boca com a sua. Fechei a cara ee encolhi,as seu toque foi tão suave, que relaxei e aos poucos comecei até a gostar daquele toque. Não era como eu imaginava, uma mera troca de salivas e falta de ar. Era um carinho, um saborear de emoções complexas, que fazia meu corpo aquecer e arrepiar.

— Sentiu isso? — Ele sisdurrou ao se afastar só um pouquinho e voltou a me beijar.

Mas esse instante foi o suficiente para me despertar e o empurrei, tomando distância e rangendo os dentes de raiva por ter sido ludibriada por sua sensualidade. 

— Não venha com esses joguinhos sexuais, eu  não  quero um macho na minha vida, agora. Deu pra entender?

Saí dali enfezada. Onde já se viu, sair de um pra cair em outro? Não vou, não vou e não vou, ceder a esse macho petulante. Cheguei a entrada do castelo, cuja porta estava sempre aberta e uma ave ovípara, de penas avermelhadas, insistia em passear e fui calçar minha botina. Só então reparei na roupa que estava usando.

— Devo estar fora doeu juízo, como vesti um pijama e nem percebi?

Tive que voltar ao quarto e quando entrei, encontrei-o se vestindo apressado, nem perguntei nada, não quero saber. Fui ao guarda roupas e peguei uma calça, blusa de manga comprida e um bolero de couro, vesti e já ia saindo, quando ele me segurou pelo braço e pediu:

— Espere, por favor. Preciso de você. — Sua testa estava vincada e sua expressão demonstrava preocupação.

— O que aconteceu?

— Tárcila retaliou, invadiu uma de nossas aldeias, a mais pobre e levou todos, até as crianças, preciso recuperá-los, você pode me ajudar?

— Essa cobra ardilosa não para, deve ter descoberto que voce nos ajudou. — Sugeri.

— Sim, mas ela não deveria pegar os nossos, vai contra todas as leis e etica de nosso povo. O pior é que ela sabia que eu não estava lá ou não teria agido de forma tão aberta, a luz do dia e sem temer represália.

— O que você quer fazer?

— Resgatá-los, é claro.

— Mas seu povo é forte, se resgatá-los, ela virá atrás de nós novamente e não teremos como nos defender. — Enquanto eu falava, pensava na necessidade de descer ao núcleo e restaurar a proteção do planeta.

— Como pode pensar assim? Tem crianças lá. — Respondeu ele, irritado e se afastando para olhar pela janela.

— Pense com a razão e não com a emoção. O que é melhor fazer,no momento? Talvez possamos aproveitar enquanto ela não nos ataca, para irmos ao núcleo e restaurarmos a proteção do planeta.

— Mesmo que você tenha razão, o meu povo é quem estará sofrendo. — A decepção estava implícita em sua fala.

— Preciso comer, pra pensar melhor.

Me adiantei, depois de me calçar na porta, desci pelo caminho de pedras que chegava as primeiras casas da Aldeia e parei na primeira birosca. O proprietário já me conhecia, pois sempre comia alí. Me serviu a bebida quente de sempre e perguntou se queria umas tostatas quentinhas que acabou de fazer. Sorri consentindo, gosto muito dessas rodelas de massas assadas na chapa, bem chatas, cobertas com pasta de grãos.

Julius parou ao meu lado e pediu a mesma coisa, sentou no banco alto, que me deixava na altura do balcão, mas ele, quase arrastava a cabeça no teto feito de palha. Ele preferiu descer e ficar de pé mesmo. Olhou para mim ao ouvir minha risada. 

— Desculpe, mas foi engraçado, vai…

— Tudo bem, minha fêmea, amei o som de seu sorriso. — Ele me olhava sorrindo também.

— Então, encontrou seu companheiro, Serena? — Perguntou o senhor Tsucai, dono da birosca.

— Sim, não gostei muito, mas pelo menos me livrou de Gordon. — Ouvi um rosnado ao meu lado e olhei pra ele séria.

— Nossa! É um Glabro? O que faz aqu, veio nos caçar? — Perguntou assustado, o senhor Tsucai.

— Sou um híbrido e fui eu que avisei do último ataque e encontrei minha companheira. Fiquei no planeta, mas logo terei que ir embora. — Essa fala me assustou.

Ele disse que não ficaremos mais separados, será que pretende que eu vá junto?

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Comments

Marcilene Raquel Santos

Marcilene Raquel Santos

ela e durona

2023-11-01

1

Rosaria TagoYokota

Rosaria TagoYokota

kkk essa e osso duro de roer heim

2023-10-30

1

Fatima Monjane

Fatima Monjane

teras que suar muito com essa fêmea querido alfa

2023-06-14

1

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