IV.

...20 de fevereiro,1954;...

Angellinna começou a se arrumar cedo, estava nervosa, conheceria outros de sua espécie, e sabendo que cada um deles era diferente, tinha opiniões diferentes, tinha medo do que poderiam pensar dela, mesmo que fingisse que não, parte de sua vida, sempre tivera medo de como os demais reagiriam a seu jeito de ser, Blossom era MUITO insegura em relação ao seu modo de pensar, pois tinha a plena noção de que ninguém pensava como ela, um de seus maiores medos, era sofrer um exorcismo, pessoas odiavam pessoas que fossem contra os padrões normais, odiavam mais ainda, mulheres que iam contra aquilo, homens, odiavam mulheres que não se encaixassem naquilo que sonhavam, então, uma esposa tinha que ser submissa, impotente e escrava, cuidar dos filhos e da casa, e a maioria, eram religiosos demais para aceitar simplesmente, a garota agradecia fortemente a Buda, por ter ideologias que eram contra prejudicar outro ser humano e sempre viver em harmonia com o próximo, apesar de ela não crer naquele Deus específico, ela agradecia todas as noites por ter recebido um marido tão bondoso e esperto. O fato era de que sua diferença toda, causava um certo alvoroço em pessoas de seu país, muitas vezes, ela já chegou a falar em público que acreditava no Deus dos Americanos, o que causou uma enorme comoção em sua família, sua tia, irmã de seu pai, até mesmo queria espancá-la, algo semelhante aconteceu, quando disse para o pai que não queria ter filhos, o homem surtou e só não á espancou, pois a mãe interviu e culpou a falta de maturidade, mas nem sempre sua mãe a defendia, como quando a garota falou que estava em dúvida se acreditava em Buda ou no Deus dos Americanos, sua mãe nunca bateu tanto na garota, como naquele dia, o medo de não ser aceita e sofrer com isso, levou Andy a se fechar e guardar suas opiniões para si mesma e o marido, de vez em quando, ainda desafiava a mãe ou o pai, mas sempre acabava em uma enorme discussão.

Torcendo para que tudo desse certo, a jovem se arrumou, o mais ajeitosamente que pôde, colocou um vestidinho longo, azul, tinha alguns babados nas mangas, era muito bonito, nos pés tinha um salto, branco, seu cabelo estava solto e com uma leve ondulação, suspirando pesadamente, ela se ajoelhou em frente a estátua de Buda que tinha no quarto de seus pais.

-Eu sei que não falo com você, e muitas vezes duvido da sua existência e dos seus mandamentos, mas por favor, ajude-me nisso, olha o que me tornei! Olha o que eu fiz! Eu matei o meu marido, eu me tornei um monstro sugador de sangue, o mínimo que mereço, é que essa família goste de mim, como me virarei sozinha aqui? Me ajude, por favor - A garota implora, e então, se levanta, descendo e esperando ansiosamente por Carlisle, que não demora muito, a chegar - Achei que não vinha mais... - Ela falou abrindo a porta e logo saindo - Desculpe, estou nervosa - Ele ri, começando a caminhar.

-Tudo bem querida, todos ficam.

Eles ficam em silêncio enquanto andam calmamente até a residência dos Cullen, e assim que chegam, a asiática fica boquiaberta, era uma casa magnífica, muito bem estruturada, ela reparou nas enormes janelas que havia, se perguntando por que eles não haviam colocado cortinas nas janelas, devido ao probleminha com o sol, porém, a garota permaneceu quieta.

Os dois entraram, e ela percebeu estar tudo meio silencioso, até, começar a ouvir um burburinho aparentemente, no andar de cima, ambos caminharam até a sala.

-Estamos aqui - Carlisle avisa, em um tom de voz alto - Sente-se Angellinna - Ela assente e sorri, envergonhada, logo se sentando, logo, 6 pessoas aparecem no recinto, a asiática os encaram, todos eram muito bonitos, em principal, uma linda mulher loira, seu olhar era severo, mas continha certa doçura e pureza - Vejo que gostou de Rosalie - O loiro diz, e sorri, logo indo até a mulher loira - Rose, está é Kim Angellinna Blossom, Angellinna, essa é Rosalie.

-Oi - Ela se levanta, embora estivesse chocada com a beleza extravagante da mulher, ainda era um pouco fechada demais, para simplesmente ser mais simpática.

-Oi - Rosalie devolve na mesma moeda, as duas se encarando intensamente, em nenhum momento, Angellinna desviou o olhar, Rose logo sorriu - Você é durona, gostei disso - A mulher logo se senta no sofá, Kim fica confusa, mas permanece em silêncio.

-Este daqui, é Emmett, a cara metade de Rose - Carlisle apresenta um homem alto e bem forte, para a asiática, ele tinha um sorriso levemente sapeca em seus lábios.

-Olá Angellinna.

-Oiie - Uma garota morena de cabelos espetados cumprimenta, indo até a mais nova e a abraçando com força - É um prazer enorme ter você aqui, estou prevendo sua chegada ao maior tempão - Ela sorri, se afastando - Vamos ser grandes amigas, a propósito, eu sou Alice.

-Ali, não seja invasiva, a garota não está acostumada com isso - Um rapaz de rosto jovial, fala, com um sorriso, e logo se aproxima de Alice - Sou Jasper, o marido de Alice - Ele dá a mão para ela, e a garota pega, os dois dão um aperto de mão forte, e logo o casal se senta.

-Eu sou Edward - Um rapaz alto diz, ele era bonito, mas tinha uma cara muito, muito estranha, parecia estar irritado com algo, ela arqueou as sobrancelhas.

-Você está com algum problema? - A garota sem querer deixou escapar, e o Cullen também arqueou a sobrancelha.

-Eu não consigo ler seus pensamentos.

-Ler meus pensamentos?.

-Carlisle não te explicou querida? - Uma mulher bonita perguntou - Sou Esmee, a mulher de Carlisle - Ela sorri, e chega perto o suficiente da garota, para um abraço rápido.

-Explicou o que?.

-É um pouco raro, mas alguns vampiros, têm certos poderes, Edward consegue ler mentes, Alice consegue prever o futuro e Jasper consegue controlar as emoções alheias, é um dom, algo muito importante para nosso mundo, tem certeza que não lhe expliquei isso ontem?

-Você deve ter mencionado, mas eu não estava prestando muita atenção... - Ela confessa - Se ele não consegue ler meus pensamentos, o que isso quer dizer?

-Muito provavelmente, que seu dom tenha haver com auto proteção - Jasper fala - Não consigo manipular suas emoções, nem as sinto, é como um breu.

-Forçar não adianta - Edward fala, incrédulo - Isso é magnífico, nunca outro alguém conseguiu escapar de minha telepatia.

A garota estava muito confusa, então, pelas próximas horas, além de conhecer a família, também aprendeu mais, bem mais profundamente, sobre os vampiros, tudo, seus dons, modo de viver, dieta, tudo o que a família pôde aprofundar, eles aprofundaram, somente não falaram sobre a realeza vampira, Carlisle achou aquela informação irrelevante, Andy não precisava saber de maiores detalhes, sua cabeça já estava um pouco cheia demais, e também, não sabia realmente se a garota iria ficar com eles, ela estava agindo no calor do momento, estava assustada, com medo de viver sozinha, isso era perceptível, então, preocupá-la com uma visita desnecessária aos Volturi, só atrapalharia seu desenvolvimento, ainda mais, sabendo que seu dom, chamaria a atenção de Aro, e sua beleza, a de Caius.

No meio da madrugada, Edward acompanhava Angellinna até sua casa.

-Então... Qual é a sua história? - Ela o encarou.

-Como assim?

-Como se tornou vampira.

-Ah...

A garota olhou para baixo, meio incerta sobre contar, mas acabou que contou, e Edward, contou a ela sobre seu próprio período rebelde, demonstrando que não, ela não era um monstro por ainda ter desejo de sangue humano, e ter gostado tanto, porém, ele foi sincero em dizer que mesmo matando estupradores e pedófilos, pessoas malvadas em geral, a sensação era estranha, o olhar assustado, os últimos pensamentos, tudo, era complicado, Andy concordou, mas ficou quieta, e eles trocaram o assunto, realmente, se deram muito bem, e quando ela finalmente chegou em casa, os dois se despediram com um abraço desajeitado.

Já de pijama, com uma caneca de chá gelado, em mãos, a garota pensou, não era tão ruim assim, tê-los como família, ela teria pessoas para auxiliarem em seu desejo por sangue, para ajudarem a entender o dom, que ela tinha, ou simplesmente, ter companhia e não ficar se martirizando por toda sua existência, decidida, ela levantou-se, e saiu de casa, com aqueles trajes mesmo, correu rapidamente pela mata, até a casa dos Cullen, o que não durou muito, já que os vampiros possuíam hiper velocidade, assim que chegou, a menina nem mesmo bateu, apenas entrou.

-Eu vou ficar aqui! - Ela indaga sem mais nem menos, e pelo choque que a família ficou, ela continua - Se me aceitarem - O sorriso de todos da família aparecem.

-Você será muito bem vinda Andy.

Carlisle fala, e vai até a mesma, para abraçá-la, logo, todos os outros se juntam.

A menina havia passado por alguns momentos difíceis, a morte do marido, a invalidação de toda a sua existência, a solidão, o medo, os desejos obscuros, a raiva, tudo e mais um pouco martelava em sua cabeça, durante todos aqueles dias sozinha, agora, pelo menos, ela teria pessoas com quem compartilhar sua dor, e tentar, ser ajudada, finalmente, encontraria pessoas que á entendiam de verdade, e não á julgavam.

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